segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Press Release 022 – 15 de dezembro de 2014

Resenha de Filme
   Elefante Branco - http://bit.ly/1uJMNr4

Homenagem
   O fazedor de Amanhecer Anoiteceu - http://bit.ly/12X9VM8

Clássicos do Cinema
   Ditadura Militar no Brasil III – Araguaya – a conspiração do silêncio! - http://bit.ly/1A92jRp

Debates
   Regulação da mídia não é censura - http://bit.ly/1soHlKk

Artigos
  Os sinos que unem John Donne, Hemingway e Raul Seixas - http://bit.ly/1BLqZ44

Notícias
  Operária lê 130 livros em um ano em Santa Catarina - http://bit.ly/1swfoWH
  Ciência Brasileira fica em 23º lugar em ranking da revista 'Nature' - http://bit.ly/1swgKAC
  Coletivo lança terceiro livro de literatura negra e da periferia - http://bit.ly/1DCvwKT
  Biblioteca: Números demonstram que hábito da leitura está em alta - http://bit.ly/1swlzKc
  Educação Infantil: site ajuda pais a escolherem melhor livro para seus filhos - http://bit.ly/1BQb8UG
  Maranhão participa de evento mundial de incentivo à leitura - http://bit.ly/1GIT8JK
  Projeto incentiva a leitura dos estudantes - http://bit.ly/1vSUNpU

Leituras
  Excesso de mensagens de texto cria nostalgia de contatos ao vivo - http://bit.ly/1AzOmwe

O Prazer da Leitura
   A leitura te destaca - http://bit.ly/1uP442T

Prof. Dr. Antonio Carlos Ribeiro
Pós-Doutorando – UFT/PPGL
Editor



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Elefante Branco

Antonio Carlos Ribeiro


O filme Elefante Branco (Elefante Blanco, Pablo Trapero, Argentina/ Espanha, 2012) traz um enredo atual, chocante e com cenas desconcertantes, embora plausíveis no ambiente urbano, carcomido pela fome, os ditames da religião, o poder das elites — que julgam poder comprar tudo — e a afetividade explosiva. 

O enredo da película começa com o padre Julián (Ricardo Darín) sendo submetido a uma tomografia. Depois, o público é levado à Amazônia sem lei, especialmente às populações ribeirinhas, que vivem tão desprotegidas quanto os pobres na Idade Média — entregues a toda sorte de riscos — e na qual o padre Nicolás (Jérémie Renier) escapa de um massacre, ao ver uma família ser exterminada por não apontar para que lado ele fugiu. Neste lugar, Julián vem buscar o egresso do seminário para outra tarefa, igualmente perigosa. 


Julián e Nicolás voltam a trabalhar juntos, agora na Villa Virgen, uma favela da periferia de Buenos Aires. O perfil é o comum da América Latina: pobreza econômica transformada em miséria moral, refino-preparo-tráfico de drogas, sacerdotes que se dedicam ao atendimento dos esquecidos de todos, bispo distante, insensível ao sofrimento humano e agarrado às futilidades eclesiásticas e com autoridade formal sobre quem vive a experiência cotidiana de estar entre Deus e o diabo. E a polícia, o braço armado do Estado para manter a ordem. 


Em Elefante Blanco, o lado mais cruel da tragédia é também destes bons moços, de uniformes garbosos à tarefa cotidiana de serviçais do Estado, mediada pelos gritos dos comandantes. Com código rígido, formação militar e sem margem para lidar sequer com os conflitos familiares e os pessoais, sem falar dos esquemas de corrupção da corporação e da relação de dependência do poder estatal e suas políticas para a sociedade. 


O trabalho com altos níveis de estresse é o que sobra para os dois clérigos e a assistente social que põem suas vidas em risco, para continuar do lado dos miseráveis, agarrados a uma mística forte que lhes permite conviver com os poderes do Estado, da Igreja, da Polícia e do tráfico — que nas ‘villas’ tem uma lógica clara e letal — apenas para proteger e minorar o sofrimento dos pobres, em meio às contradições. 


A atuação de Ricardo Darín encarna este perfil de sacerdote, da mística nascida da ortopráxis à pureza ética que resguarda o rosto humano da religião nos espaços limítrofes. Ele está impecável, das tarefas cotidianas ao modo como lida com a saúde, da capacidade de lidar com o bispo, o governo e os narcotraficantes, o mesmo lugar existencial de onde vem sua autoridade para posicionar-se frente a eles. A cena em que ‘absolve’ o irmão de sacerdócio e a que revela a vontade de mandar todos ‘a la mierda’, são paradigmáticas do perfil da missão. 


A relação afetiva entre o sacerdote e a assistente social é outro marco do momento. A paixão romântica irrompe em meio ao caos político, econômico e religioso. É um grito de desespero e a luta para respirar, em meio à asfixia existencial. Assim como em O amor nos tempos do cólera, de García Márquez, é avassaladora, transgressiva, corajosa, como só acontecem em tempos de calamidades e crise civilizacional agudas. O número de sacerdotes e militantes de todas as frentes de luta que a ela chegaram é incontável, entre os que voltaram ao redil, os que fugiram para salvar vidas e os que se ‘perderam’ ao perder seu grande amor. 


Villa Virgen é uma ‘comunidade’, de cerca de 30 mil pessoas, próxima ao projeto do maior hospital da América Latina, lançado por um governo socialista e abandonado desde 1937. O fato em si dá o retrato das elites latino-americanas: endinheiradas pelo controle do Estado, com pouca formação intelectual, muito autoritarismo e o recurso fácil à violência, regados à vaidade tola. O espaço em que os padres trabalham para transformar o prédio abandonado em moradias dignas é o mesmo que lembra o ‘deserto do real’, de Zizek. 


As partes complementares do enredo são os demais padres e voluntários que atuam com e a partir dessa tríade, a célula mais comum dos trabalhos pastorais desenvolvidos nas grandes cidades da América Sul, surgida nos anos 1970 a partir da mística dos pobres como os amados preferenciais de Deus, a repressão do consórcio elites-ditaduras, e da Igreja, pendente para o lado conservador nos centros de maior poder político e econômico, a partir da lógica atemporal que assegura a sobrevivência histórica. Ou de confronto, onde o bispo era pastor. 


A capital argentina agrega ao enredo comum das grandes cidades da América do Sul, a pecha dos assassinatos de massa, legitimados por leis humanas e divinas, ‘de exceção’, sem disposição de poupar sequer os ‘seus’, já que as vantagens do atrelamento ao Estado superavam em muito o pecuniário e o institucional. Os feriados religiosos e as bênçãos episcopais à repressão mais brutal, já enfrentadas por todos os países da região, exceto o Brasil, testemunham o dilema teológico de defender o rebanho ou assegurar a presença da instituição religiosa. 

A película dirigida por Trapero é como os vitrais das Catedrais, projetados para narrar a história da salvação, ocultando o conflito das relações nem sempre claras, entre as paixões da fé popular, da instituição eclesial e do Estado dominado pelas elites. Nestas, destacam-se homens e mulheres que deram à sua vida o sentido das causas que abraçaram, pelas quais viveram e morreram. Ao serem guindados de líderes a mártires, enriqueceram a mística combativa deste ‘continente sofrido e maravilhoso’, como escreveu Gutiérrez.

Transcrito de Novos Diálogos





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A leitura te destaca


Projeto incentiva a leitura dos estudantes

Com o objetivo de fomentar o prazer da leitura, os professores dos 3º Anos da Escola Francisco Victor Alves, Rodrigo Virtuoso, Irene Ramos e Odete Bonissoni Basso colocaram em prática o projeto “Maleta Viajante”.

Os alunos das turmas levam para casa uma maleta contendo dois livros de leitura (literatura infantil) caderno de registro, revista para os pais. Desta forma, a família também se envolve na aprendizagem da criança. Os pais podem relatar em um caderno que acompanha a maleta suas observações.

“Iniciativas como esta vem colaborando para o sucesso da aprendizagem de nossos alunos a escola deu um salto no índice do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) em 2012 era 4.4 e no índice divulgado pelo MEC recentemente está com 5.2”, afirmou a Diretora Michele Von Muhlewn.

Transcrito de http://www.itapema.sc.gov.br/noticia/7209/projeto-incentiva-a-leitura-dos-estudantes#.VEUO0fnF9IQ

Maranhão participa de evento mundial de incentivo à leitura

Nesta terça-feira (21.10), crianças do mundo inteiro estarão de olhos e ouvidos atentos para acompanhar “Os Bolos dos Coelhinhos” (Bunny Cakes), de Rosemary Wells, livro escolhido para o desafio que pretende quebrar o recorde de 2.462.860 pessoas lendo a mesma história, no mesmo dia, em centenas de países. O Brasil participa pela quarta vez do Read for the Record (Dia Recorde de Leitura), uma campanha global de incentivo à leitura idealizada pela organização sem fins lucrativos JumpStart, em parceria com dezenas de instituições como a norte-americana FasTracKids, metodologia de ensino focada no desenvolvimento cognitivo, que está presente em 53 países, e será a representante do desafio no Maranhão, onde funciona no Espaço +Crescimento, no bairro do Renascença.

Para ajudar a quebrar o recorde, a direção do Espaço +Crescimento convidou crianças de Educação Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental – faixa etária indicativa da obra escolhida para esse ano – das três escolas do Grupo Crescimento – Escola Crescimento Renascença e Calhau, e Maple Bear Canadian School – para uma série de atividades além da leitura coletiva do livro do recorde, como oficinas de pintura e aulas de culinária. Nas quatro unidades participantes a programação de leitura vai das 8h às 16h.

Desde 2006, quando surgiu o evento, o Read for The Record já reuniu mais de 7 milhões de crianças, arrecadou US$ 7 milhões e doou um milhão de livros infantis para crianças em bairros de baixa renda nos Estados Unidos e países da América Latina. Desde 2007, quando ocorreu o primeiro registro no Guinness World Records, a campanha superou, ano após ano, todas as metas estipuladas e definiu novas marcas a serem batidas.

Transcrito de http://www.oimparcial.com.br/app/noticia/urbano/2014/10/20/interna_urbano,161523/maranhao-participa-de-evento-mundial-de-incentivo-a-leitura.shtml

Educação infantil: site ajuda pais a escolherem melhor livro para seus filhos

O contato com livros desde o início da vida ajuda a criar nas crianças o hábito da leitura. Os benefícios, quando elas começam a ler sozinhas, vão desde o estímulo à criatividade e à imaginação ao aumento do vocabulário e fixação da grafia correta das palavras.

E foi inspirado neste mundo de possibilidades que os livros geram, que um grupo se uniu na criação de um espaço virtual voltado inteiramente aos pais dos amantes mirins desta arte.
O site A Taba reúne estudiosos de literatura infantil e juvenil, professores, pais, bibliotecários e contadores de histórias que indicam e resenham livros infantis. Além disso, há fóruns de discussão e um clube de leitores, onde todo mês livros previamente selecionados são enviados para os assinantes.
O espaço é cuidadoso em separar as indicações por tipos de leitores: iniciante, autônomo ou experiente. Os mais de 900 títulos indicados ajudam os pais e educadores a fazerem uma escolha de qualidade em meio à oferta massiva de publicações do gênero.

De acordo com A Taba, por ano, no Brasil, são lançados cerca de 3.000 títulos diferentes voltados para o público infantil e juvenil. “É na infância que se dá o primeiro contato com a linguagem literária. É preciso atentar para a qualidade daquilo que oferecemos às nossas crianças nessa iniciação ao universo literário”, define o site.
Fonte: Brasil.gov

Transcrito de http://www.cbnfoz.com.br/editorial/vida-e-estilo/comportamento/23102014-223481-educacao-infantil-site-ajuda-pais-a-escolherem-melhor-livro-para-seus-filhos

Biblioteca: Números demonstram que hábito da leitura está em alta

A Biblioteca Pública Municipal Sandálio dos Santos, de Cascavel, já recebeu este ano, mais de 48 mil pessoas, superando o volume registrado ao longo de todo o ano passado, que esteve em torno de 40 mil pessoas. São visitantes de todas as faixas etárias, com ênfase para os estudantes, professores, trabalhadores das diversas áreas, pesquisadores e acadêmicos, todos em busca de alguma informação e conhecimento, que podem ser encontrados nas mais de 40 mil obras disponíveis no acervo.

As visitas diárias movimentam a rotina dos colaboradores do espaço, que se empenham nas atividades realizadas pela Biblioteca, incluindo os projetos de extensão, levando lazer, cultura e entretenimento para as diversas regiões e eventos da cidade.
Um desses projetos é o Ônibus Biblioteca, pelo qual os monitores da Secretaria de Cultural oferecem suporte às crianças, com a realização de pintura em cavaletes, lápis de cor e giz de cera, leitura e contação de histórias, tudo regado a muita diversão. “Trabalhamos com o objetivo de incentivar e despertar o gosto pela leitura”, sintetiza a coordenadora dos projetos de extensão Vanesa Moraes.
Um dado interessante é que os meses de maior movimentação normalmente são os de janeiro e julho, períodos de férias escolares, quando são realizadas diversas atividades como oficinas de teatro, música, artes circenses, origami, confecção de livros, leitura, dentre outras dinâmicas, dentro da programação do “Férias com Leitura”. Este projeto é desenvolvido também na sucursal da Biblioteca, localizada na avenida principal do bairro Cascavel Velho.

EM ALTA
Este ano, a equipe da Biblioteca participou ou promoveu de mais de uma dezena de atividades e eventos, como o Dia Internacional da Mulher, Dia Nacional do Livro Infantil, Semana do Meio Ambiente, Canto da Poesia, Feira do Livro, desfile de Sete de Setembro e festividades do Dia da Criança.
Também foram recepcionados grupos de alunos de 30 escolas da cidade, enquanto que a peça teatral Reciclei e Recicléo, que estimula práticas conservacionistas, foi levado a uma dezena de estabelecimentos. Outra atividade constante na Biblioteca é a abertura de espaço para o lançamento de obras literárias de autores cascavelenses.
A Sala Verde, situada na entrada pela Rua Paraná, é palco anualmente de diversas exposições de arte ao longo do ano, incluindo obras da Academia Cascavelense de Letras, do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e de artistas que se cadastram previamente.
Para a bibliotecária Hebe Negrão de Jimenez as estatísticas de certa forma desmentem a visão de que o hábito de ler esteja absolutamente em baixa, como decorrência da leitura digital em computadores, tablets e celulares. “Muitos candidatos a concursos públicos, por exemplo, não abrem mão do manuseio de livros técnicos”, lembra, acrescentando que “na infância é preciso lançar mão da criatividade para conquistar os futuros leitores”. As salas de estudos e leitura de periódicos da Biblioteca recebem diariamente mais de uma centena de jovens e adultos.

50 ANOS
A Biblioteca Pública Municipal Sandálio dos Santos completará, em novembro, 50 anos de existência. Ela foi criada através da Lei nº 309, de 10 de novembro de 1964, com o objetivo de “dotar os habitantes do município dos meios necessários ao aprimoramento da cultura, tornando-a acessível a todos os munícipes”.
No início da próxima semana, será anunciado um cronograma de atividades que marcarão as comemorações deste primeiro cinquentenário.

Coletivo lança terceiro livro de literatura negra e da periferia

O Coletivo Mjiba – Jovem Mulher Revolucionária lança no próximo dia 30 de outubro sua terceira publicação, o primeiro livro de Jenyffer Nascimento, Terra Fértil. O Mjiba surgiu em 2004 como um zine, se transformou em coletivo e agora em selo literário como forma de fortalecer o protagonismo e a produção artística entre as mulheres negras, femininas, feministas e vindas da periferia. O grupo já lançou Águas da Cabaça, de Lizandra de Souza, em 2012, e Pretexto de Mulheres Negras, uma antologia de 22 autoras, em 2013.

Terra Fértil traz 80 poesias em que Jenyffer apresenta sua narrativa poética cortante e potente. A pernambucana de 30 anos que hoje mora no Jardim Ibirapuera, zona sul de São Paulo, teve seu primeiro contato com a poesia na adolescência, por meio do hip hop. Desde 2007 frequenta os saraus da periferia paulistana e se considera “definitivamente arrebatada pela força transformadora da poesia”, em suas próprias palavras.

Seu primeiro livro demonstra isso. Quando relata em versos o desconforto durante um jantar na casa de um proibido ou quando grita pelo direito a fazer o que bem entender de seu corpo, ela expressa, ora doce, ora agressiva, situações e sentimentos que acometem muitas mulheres, independentemente de raça, credo e endereço.

“Carrego comigo o legado
De minha mãe, de minha avó
E de tantas outras que me antecederam. 
O grito que carrego também é delas.
Pelos prazeres que não puderam ter
Pelo corpo feminino que não puderam explorar 
Pelo voto e palavras negadas
Pelo potencial não exercido
Pelo choro em lágrimas secas.
Tenho um grito entalado na garganta. 
Um grito denso, volumoso,
Um grito ardido, de veias saltadas.
E hoje ele vai sair.
- O corpo é meu!”
(Versos de O Grito)

Carmen Faustino, uma das organizadoras da obra, abre o livro com um depoimento sobre a autora: “Jenyffer Nascimento é mulher negra periférica, escritora, mãe, estudante, educadora, boêmia, raiz, ventania e liberdade... E mulheres negras são assim, escrevem, amam e lutam! Assim, tudo ao mesmo tempo, até porque para nós foi negado o direito a escolha, a dúvida e ao tempo do conhecimento. E ainda sim estamos em todos os cantos, espalhando sementes férteis de amor e luta e mesmo invisíveis, a literatura negra feminina resiste, pois é forte e viva.”
O lançamento do livro será na Ação Educativa e terá apresentação musical de Fernanda Coimbra, discotecagem com a DJ Vivian Marques e dança com Débora Marques.

Lançamento Terra Fértil
Quando: quinta-feira, 30 de outubro, das 19h às 22h
Onde: Ação Educativa
Rua General Jardim, 660, Vila Buarque, São Paulo (SP)
Mais informações: www.mjiba.com.br

Ficha Técnica
Autora: Jenyffer Nascimento
Organização: Carmen Faustino e Elizandra Souza
Projeto gráfico: Nina Vieira
Ilustração: Pena Forte
Páginas: 168
Quanto: R$ 25


Excesso de mensagens de texto cria nostalgia de contatos ao vivo

Deborah Strange

Comunicar-se por textos estressante. As pausas que surgem no iPhone quando algum está digitando uma mensagem para você "possivelmente só a principal fonte de eterna esperança e decepo definitiva em nossa vida cotidiana", disse a escritora Maryam Abolfazli, de Washington.

As pausas durante uma conversa podem suscitar curiosidade ("O que ser que ele está digitando?"), suspense ("Por que as bolhas pararam?") e um desfecho decepcionante ("Uma nica palavra como resposta?").

"Essa a nova condição humana", afirmou Neal Bledsoe, ator em Los Angeles, em uma mensagem de texto enviada ao Times. "Todos nós estamos desesperados por contato humano e, após tanta digitação, tudo o que resta um reles emoticons [ou 'smile']."

Com nostalgia da poca dourada de contatos pessoais, até os dependentes de dispositivos eletrônicos esto redescobrindo o prazer de conversar ao vivo.

A rádio on-line Pandora Media geralmente interage com seu público com um algoritmo de computador. Os ouvintes clicam em um cone com um polegar para cima quando gostam do que ouvem, e a Pandora transmite casos semelhantes. Em setembro, porém, a rádio passou a adotar um vis mais pessoal, surpreendendo sete usuários com um show ao vivo da violinista Lindsey Stirling. Haver outros shows de apenas uma cano com outros artistas, como parte de uma campanha publicitaria.

A festa foi organizada pela Spring St. Social Society, que realiza jantares e outros eventos para aproximar pessoas no mesmo ambiente. Patrick Janelle, fundador do grupo, disse que sua vida focada no mundo digital (onde tem 276 mil seguidores no Instagram) gerou uma carência de contato humano. "Eu quero ser lembrado como o responsável por reunir essas pessoas", revelou.

Em outro jantar da Spring St., Ban sentou-se ao lado de Georgina McDonald. As duas conversaram sobre seus planos de viagem -Ban pensava em ir Nova Zelndia e McDonald pretendia viajar por várias regiões dos Estados Unidos. Elas trocaram cartes no encontro.

"As pessoas querem aproveitar melhor o tempo e ter experiências diferentes", disse McDonald ao Times.

Bevy Smith, criadora do grupo Dinner With Bevy, que também reúne pessoas ao vivo, disse haver mercado para esse serviço "porque as pessoas desaprenderam a arte sutil da conversa. A preocupação exagerada em fazer contatos faz com que elas se esqueçam de estabelecer vínculos reais".

Ciência brasileira fica em 23º lugar em ranking da revista 'Nature'

Cientistas brasileiros contribuíram com 670 artigos publicados em 2013. Índice da 'Nature' leva em conta principais periódicos científicos do mundo.


Estudantes da USP na Praça do Relógio, na Cidade Universitária em São Paulo: universidade foi a que mais contribuiu com a publicação de artigos em 2013 no Brasil (Foto: Cecília Bastos/Jornal da USP/Divulgação)


Em 2013, pesquisadores brasileiros publicaram 670 artigos nas revistas científicas mais importantes do mundo, o que levou o país a ficar em 23º lugar em um ranking de desenvolvido pela prestigiosa revista "Nature". A primeira edição do suplemento "Nature Index Global" - que reuniu informações sobre 100 países e suas instituições que contribuíram com as pesquisas mais relevantes de 2013 - foi publicada na semana passada.

O índice levou em conta somente os artigos publicados em 68 periódicos científicos de grande impacto. Essa lista foi definida por pesquisadores independentes que responderam em qual revista eles gostariam de publicar suas pesquisas mais significativas.

Entre os países da América Latina, o Brasil foi o melhor colocado no ranking, seguido por Argentina (31º lugar) e México (34º lugar). Os três países foram responsáveis por 92% do total de investimento em ciência e tecnologia na região, segundo o suplemento. O relatório observa que o Brasil foi o único país latino-americano que investiu mais de 1% de seu produto interno bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento e que a Universidade de São Paulo (USP) foi a instituição que mais publicou artigos em 2013.

A taxa de colaboração internacional do Brasil, porém, foi considerada baixa em comparação a outros países da América Latina. Se no Brasil essa taxa é de 2,2, no México, é de 2,7 e, no Chile, de 4,3. O programa Ciência sem Fronteiras foi citado como uma estratégia do país para promover esse tipo de colaboração.

Brasil teve melhora de 17,3%

Para compor o ranking, o número avaliado não é o total de artigos publicados por país, mas o de "contagem fracionada ponderada" (WFC, na sigla em inglês). Esse índice leva em conta a porcentagem de autores de cada país e o número de instituições afiliadas em cada artigo. Também apresenta uma correção para diminuir o peso dos artigos na área de astronomia e astrofísica, já que o número de publicações nestas áreas é muito maior do que em outros campos do conhecimento cobertos pelo índice da "Nature".

No caso do Brasil, foram 670 artigos que tiveram ao menos um autor brasileiro. O índice de WFC, por sua vez, foi de 233,81. O país teve um aumento de 17,3% nesse índice entre 2012 e 2013. No caso dos Estados Unidos, que ficaram em primeiro lugar, foram 27.355 artigos publicados com ao menos um autor americano. Já o índice de WFC dos EUA foi de 18.642,88.

O Brasil ficou atrás de países como Austrália, Índia e Rússia e à frente de países como Portugal, Argentina e Chile.

Transcrito de http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/11/ciencia-brasileira-fica-em-23-lugar-em-ranking-da-revista-nature.html

O Fazedor de Amanhecer Anoiteceu

Graça Taguti

Pensava pequenino, esse grande menino. Gostava de revirar pontuações nas poesias e na cabeça de pensamentos ondulantes. Engasgava na política dos pontos e vírgulas: sobrevoava os lentos e dúbios acasos das reticências infinitas. Duvidava de tudo, até das interrogações. Pois questionava o que já nascera pronto, rígido e sem jeito de mudar.

Certas horas se interjeitava, segurando uma interjeição bem alta, quando um bambuzal resolvia assoviar pra ele. Namoros de recantos livres ao ar livre, que aconteciam mesmo sem vento nem abanos de alguma espécie. Sussurros já davam conta, assim semeados pelo caminho dos sonhos.

Esse menino Manoel de Barros sempre teve todas as idades, desde o primeiro choro no parto fresco. Um berro da infância já se anunciava todo cúmplice dos vãos e desvãos da natureza.

Encontrava fechaduras em troncos de árvores longevas. Elas usavam monóculos. Árvores do tempo quase um tanto carecas. Ele, com suas poetices, valia-se vez por outra de telescópios. Pra enxergar um ziguezague corrido de minhocas. Um rabo afoito de lagartixa, que nasceu pra crocodilo, mas parou no meio do percurso da genética.

Doce rebelde este moço pantaneiro, que resolveu botar o mundo desavisado de cabeça pra baixo. Sabia que antena de formiga servia de wifi, mas na roça, pra quê? Que pedra é muito menos severa do que parece, escondida em suas rugas cinzentas. Era só deixar um pé de água doce palmilhar a pedra em frente, que logo surgia um escorrega pra criançada descer, limo abaixo feito peixe de terreno.

Esse moço de sorriso largo demais viveu de mansinho. Sem pressa de atravessar um século inteiro como atravessou. Aí aprendeu a fazer tira-gosto de palavras. Encaixotar parágrafos. Abrir a palma das mãos pra receber gota gelada dos ventos e perceber que andorinhas choravam orvalho, nas altitudes das nuvens e sem que a gente desconfiasse. Pode?

Certos dias, Manoel saía de braços com o sol e diziam que ele então tinha perfil de puro trigo. Dourado como espiga, mas sem bestice, por estar na situação de breve e acalorado caso com o astro rei.

Semana sim semana não se anoitava com estrelas cadentes, brilhando feito ouriço do céu. Fazia colar de luz, despia a camisa, encostava a joia contra o peito. Pros cavalos de pasto no entorno não havia ninguém com o coração mais galopante que o poeta. O amor quase relinchava em forma de soneto dedicado ao enfeite de estrelas.

Mas faltava uma moça do campo pra oferecer o brilho desta prenda e dançar com ela uma fanfarra. As meninas estavam longe, esticando palavras e moendo números pra começar a conversar com os ditos e não ditos da escola.

Manoel se desmanchava a lamber com os olhos as cores das saias das mocinhas que gemiam baixinho – as mocinhas e as saias arfavam diante dessa sedução versejada em silêncio.

Um dia um pensamento passeou nos seus ouvidos e disse pra ele que a vida era um lego do tamanho do mundo. Que ele poderia encaixar o que quisesse aonde quisesse. Outra imaginação se aproximou, cobriu-se de tintas, aquarelou e expôs um segredo pro Manoel.

Olha rapaz, dá pra despregar palavras dos livros, viu? Jogar orações coordenadas num liquidificador e partir pra misturanças de verbos e advérbios. Um suco temperado na semântica. Uma vitamina no espaço sereno e vespertino de gerar escrituras com belas miudezas.

O poeta apalavrou-se com as possibilidades. Sentiu-se aquoso e ardente como água viva, estrofe salgada como estrela do mar. Também era lagarta cigana de longas jornadas. E gafanhoto de espantos e soluços.

Tudo — da chave enferrujada ao carrinho de madeira. Da chuva descabida deitando nas manhãs verde-esperança — tudo tinha seu alto grau de responsabilidade e significância.

Sopa fumegante de rimas ricas e pobres. Risos frouxos e esquecidos nas bocas sempre abertas pras invisíveis alegrias. Prato cheio de poesia pronta pra servir aos olhos e demais sentidos. Pele eriçada. O moço de letras miúdas se alargava de amantes em penca na escrita, mais que palmeira prenhe, banana nanica, apetitando cachos de saborosidades.

Conseguir se embebedar com o vinho das auroras não é pra qualquer um. E a ressaca, quem cura? Um mergulho de peito no riacho?

Quem dá conta de fruta assanhada, mais oferecida que manga, se esparramando em poemices tarde adentro? Ficava o cheiro manhoso de um gosto novo. Na cara, no corpo, nos pés bem no meio da rua. Cheiro desusado por enquanto, que enrodilhava línguas ingênuas. Eita verso em flor. Madrugada coalhada de rosas. Espinhos servindo de agulha de costura.

Manoel de Barros era assim. Já apresentava terra no nome, entendia de esculpir o universo com simplicidade e eficiência. Bastava uma chuva à toa. Chuva de belezuras. Jardim de encantos e de abelhas. Mel saindo dos poros pra perfumar toda a existência.

Obrigada menino grande ou grande menino, por essas travessuras. Esses folguedos nos versos, essas crianças eternas que brincam de roda pra sempre, nas praças das nossas emoções.

Você é nosso parceiro de festas. E fique sabendo: não tem despedidas nem lenços que deem marcha à ré nessa história toda.

Transcrito http://www.revistabula.com/3449-o-fazedor-de-amanhecer-anoiteceu/

Operária lê 130 livros em um ano em Santa Catarina

A operadora de máquinas Claudia Cavalhares, de 40 anos, já leu 130 livros neste ano, o que equivale a uma obra a cada 2,8 dias. O número é 32,5 vezes maior que a média de leitura do brasileiro, de quatro livros por ano, segundo dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2012), da Fundação Pró-Livro. Só a Bíblia, a catarinense de Balneário Piçarras, no Vale do Itajaí, afirma que leu duas vezes.

De acordo com a Diretora de Arte da Fundação Municipal de Cultura, Luciellem dos Santos, a operadora frequenta assiduamente a Biblioteca Pública de Balneário Piçarras, de onde empresta os livros. Entre os registros da instituição estão a retirada de romances, biografias e obras de autores nacionais e estrangeiros.

A paixão pela leitura começou ainda na infância, com nove anos de idade, quando lia histórias infantis através do estímulo da irmã. "Ela trabalhava em uma biblioteca e me convidava para ver os livros. Acabei me encantando", afirma. Segundo ela, com o tempo, o prazer pela leitura passou a ser diário. Atualmente, são cerca de duas horas por noite dedicadas à leitura. O horário de descanso na empresa onde trabalha, por vezes, é ocupado pelos livros.

As obras infantis também abriram espaço para outros gêneros. "Eu leio de tudo. Sou uma devoradora de livros", comenta. Para ela, um dos momentos mais gratificantes de ler é a sensação de poder combinar ficção e realidade. "Às vezes você para de ler e fica imaginando como aquilo aconteceria realmente", explica.


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Os sinos que unem John Donne, Hemingway e Raul Seixas

Elder Dias

Com raras exceções, já se vão longínquos os tempos em que a Igreja era a referência de uma comunidade em todos os assuntos, inclusive em termos de comunicação. Com TV, computador, internet e celular à mão, soa anacrônico e até jocoso, além de improvável, imaginar que o sino de uma capela pos­sa anunciar a uma população inteira um novo fato da localidade.



Mas era assim quando em 1764 o escritor e clérigo anglicano John Donne, um parente de São Thomas More, santo católico decapitado pelo rei Henrique VIII, padroeiro dos políticos — que era tio-avô de Elizabeth Heywood, mãe de Donne —, redigiu, em sua “Meditação 17” o trecho hoje famoso: “Nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti” (“And therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee”). Na segunda metade do século 16 e na primeira do século 17, quando viveu John Donne, a igreja era o lugar, Deus, o fim e a fé, o meio; nada mais natural que os religiosos centralizarem a comunicação da época.

A citação no parágrafo anterior é parte do trecho com que Ernest Heming­way abre “Por Quem os Sinos Dobram”, livro de 1940, que receberia versão para o cinema três anos depois — com direção de Sam Woods e roteiro de Dudley Nichols — com direito a um Oscar (de me­lhor atriz coadjuvante, com Katina Paxinou) e indicação para mais oito categorias, entre elas a de melhor filme.

Apesar de cético, He­mingway tem muito de influência do anglicano John Donne. A citação do inglês no livro, portanto, é mais do que uma simples referência: talvez esteja mais para deferência, ou até reverência. O que chega a ser uma ironia: Donne, um dos principais arquitetos do pensamento de Hemingway, esteve no porão até seu reaparecimento, no preâmbulo de “Por Quem os Sinos Dobram”. O escritor estadunidense tornou-se, portanto, o arauto contemporâneo da voz importante, mas esquecida, de séculos atrás.

Em comum, embora de formas diferentes, Donne e Hemingway tinham em si a chama do existencialismo. John Donne, especialmente no período em que produziu as “Meditações”, quando esteve acometido de uma doença grave, dialogou com a morte em seus escritos.

Hemingway, por sua vez, sempre se referiu à inevitabilidade do fim da vida — e com isso à desesperança e à futilidade das coisas — como tema de suas obras. Ele mesmo tinha visto a morte de perto como vo­luntário durante a 1ª Guerra Mundial e depois como jornalista, ao cobrir a 2ª Guer­ra e a Guerra Civil Espa­nhola, que inspirou “Por Quem os Sinos Dobram”. O personagem principal do romance é Robert Jordan, que, como vários em suas histórias, tem muito de “alter ego”: em uma cena, Jordan joga em um lago a pistola que era de seu avô, soldado na Guerra Civil americana e com a qual seu pai se matou.

A referência é clara à morte do pai do próprio escritor, Edmond, em 1929. Com a saúde abalada e em meio à crise financeira após a quebra da Bolsa de Nova York, ele se suicidou. A mãe de Hemingway, Grace, em uma atitude enigmática, enviou a ele pelo correio a pistola usada por Edmond no ato. Hemingway morava, então, na Flórida, com Pauline Pfeiffer, a segunda das quatro esposas que teve. A proximidade do escritor com temas como depressão e suicídio se agravou a partir da década de 1950, quando passou por diversos problemas de saúde. Em 1961, ele se deu um tiro com a espingarda que usava para matar pombos. Morava em Ketchum, no Estado de Idaho (EUA), onde foi sepultado. O sino que então dobrou por Edmond já dobrava também pelo filho. O trecho do sermão de Donne no livro tinha se tornado uma ironia cruel no destino de Hemingway.

“Por Quem os Sinos Dobram” influenciaria também o pensamento de um controverso e genial artista brasileiro: Raul Seixas, que batizou seu 9º álbum — e uma de suas canções — com esse título. Além de leitor de Hemingway, Raul devorava também outros escritores e filósofos — suas canções tem, por vezes, claras inspirações em Niet­zsche, por exemplo. E como Donne e Hemingway, o roqueiro baiano também tinha, em toda a sua obra, uma dialética particular com a morte, o que fica explícito em “Canto Para a Minha Morte” (… vou te encontrar vestida de cetim/ Pois em qualquer lugar esperas só por mim/ E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,/ mas tenho que encontrar…”).

O pensamento e as palavras dos escritores deveriam levar a ricas reflexões de seus leitores, sobre o que cada um tem feito de sua própria caminhada. O problema é que o ritmo da vida no século 21 não deixa muito espaço para tanto. Leitores de Donne e Hemingway há poucos; leitores que os interpretem de forma profunda, muito menos. Os sinos continuam dobrando para cada um, hoje em formato tecnológico, seja por meio da música do plantão do “Jornal Nacional”, seja em um “trending topic” do Twitter. Quase ninguém se dá conta de que suas ressonâncias são também um pré-réquiem pessoal.

Para quem quer entrar no mundo metafísico de John Donne, a Editora Landmark lançou um volume com as “Meditações”, em edição bilíngue, disponível também em forma de e-book. Sobre “Por Quem os Sinos Dobram”, é o romance de Hemingway que aparece entre os 100 livros do século 20, em lista elaborada em conjunto pela Fnac e pelo “Le Monde”. Curiosamente, “O Velho e o Mar”, considerada a obra-prima do escritor e que o levou ao Prêmio Pulitzer em 1953 e ao Nobel de Literatura em 1954, não está relacionado.

Transcrito de http://www.revistabula.com/1553-os-sinos-que-unem-john-donne-hemingway-e-raul-seixas/

Regulação da mídia não é censura

Pedro Ekman e Bia Barbosa*

Recentemente, a presidenta Dilma Rousseff, pré-candidata à reeleição pelo PT, declarou que, se eleita, enfrentará o debate acerca da regulação dos meios de comunicação. A afirmação causou furor na mídia comercial, que não perde oportunidades para alimentar a versão de que há um plano da esquerda para controlar a mídia e impedir críticas ao governo. O candidato da oposição, Aécio Neves (PSDB), também se apressou a reafirmar “o PT quer censurar a imprensa”.



Neste momento, quanto mais confuso for o debate sobre o tema, menos resultados ele produzirá. Assim, alguns veículos empenham-se em embaralhar as informações de forma sofisticada; outros omitem do público informações relevantes sobre o tema; outros, ainda, divulgam o dito pelo não dito. O esforço é um só: manter inalterada a atual situação de concentração econômica e de ausência de diversidade e pluralidade na mídia brasileira.

Tendo em vista esta ostensiva operação para interditar um debate direto e transparente sobre a regulação da mídia (ação corrente que, essa sim, caracteriza prática de censura), vamos aos fatos, numa tentativa de desfazer o labirinto construído em torno do assunto.

Em primeiro lugar, é preciso lembrar que a radiodifusão é, assim como a energia, o transporte e a saúde, um serviço público que, para ser prestado com base no interesse público, requer regras para o seu funcionamento. No caso das emissoras de rádio e TV, a existência dessas regras se mostra fundamental em função do impacto social que têm as ações dos meios de comunicação de massa, espaço central para a veiculação de informações, difusão de culturas, formação de valores e da opinião pública.

Lembram os teóricos que a necessidade ou não de regulação de qualquer setor e a intensidade e o formato dessa regulação estão condicionadas justamente ao poder potencial que tal setor tem para mudar as preferências da sociedade e dos governantes. Assim, quanto maior o poder de um determinado setor e o desequilíbrio democrático provocado, maiores a necessidade e a intensidade de regulação por parte do Estado.

Portanto, à medida que, ao longo da história, crescem a presença e influência dos meios de comunicação de massa sobre a sociedade, aumenta a necessidade de o Estado regular este poder. Não para definir o que as emissoras podem ou não podem dizer, mas para garantir condições mínimas de operação do serviço de forma a manter o interesse público – e não o lucro das empresas – em primeiro lugar.

Vale lembrar também que, além de um serviço público, a comunicação eletrônica representa um setor econômico dos mais importantes do país. Assim como outros, precisa do estabelecimento de regras econômicas para o seu funcionamento, de modo a coibir a formação de oligopólios ou de um monopólio num setor estratégico para qualquer nação.

Por fim, o simples estabelecimento de uma regulação da radiodifusão não pode ser tachado de cerceamento da liberdade de imprensa ou então de censura porque é isso o que diz e pede a própria Constituição brasileira de 1988, ao estabelecer princípios que devem ser respeitados pelos canais de rádio e TV.

No entanto, mais de vinte e cinco anos após sua promulgação, nenhum artigo de seu capítulo V, que trata da Comunicação Social, foi regulamentado, deixando um vazio regulatório no setor e permitindo a consolidação de situações que contrariam os princípios ali estabelecidos.

Os efeitos da não regulamentação constitucional são evidentes:

O artigo 220, por exemplo, define que não pode haver monopólio ou oligopólio na comunicação social eletrônica. Hoje, no entanto, uma única emissora controla cerca de 70% do mercado de TV aberta.

O artigo 221 define que a produção regional e independente devem ser estimuladas. No entanto, 98% de toda produção de TV no país é feita no eixo Rio-São Paulo pelas próprias emissoras de radiodifusão, e não por produtoras independentes.

Já o artigo 223 define que o sistema de comunicação no país deve respeitar a complementaridade entre os setores de comunicação pública, privada e estatal. No entanto, a imensa maioria do espectro de radiodifusão é ocupada por canais privados com fins lucrativos. Ao mesmo tempo, as 5.000 rádios comunitárias autorizadas no país são proibidas de operar com potência superior a 25 watts, enquanto uma única rádio comercial privada chega a operar em potências superiores a 400.000 watts. Uma conta simples revela o evidente desequilíbrio entre os setores.

Por fim, o artigo 54 determina que deputados e senadores não podem ser donos de concessionárias de serviço público. No entanto, a família Sarney, os senadores Fernando Collor, Agripino Maia e Edson Lobão Filho, entre tantos outros parlamentares, controlam inúmeros canais em seus estados. Sem uma lei que regulamente tal artigo, ele – como os demais da Constituição – torna-se letra morta e o poder político segue promiscuamente ligado ao poder midiático.

Regular os meios de comunicação de massa neste sentido está longe, portanto, de estabelecer práticas de censura da mídia. Trata-se de uma exigência constitucional de definir regras concretas para o funcionamento destes veículos no sentido de atender aos objetivos definidos pela sociedade em sua carta maior.

Regular a radiodifusão não é coisa de comunista

Outro mantra entoado pelos oponentes da regulação da mídia é que esta seria uma tentativa de acabar com a liberdade de imprensa e transformar o Brasil num país comunista. Nada mais desinformado.

O Estados Unidos, por exemplo, país que está longe de ter aspirações comunistas, já estabeleceu, há algumas décadas, que donos de empresas que publicam jornais e revistas não podem controlar também canais de rádio e TV. Os americanos entendem que tamanha concentração de poder em termos de difusão de informação é prejudicial para a democracia liberal e a livre concorrência de mercado, que tanto defendem.

Assim, lá os donos do The New York Times não podem ser os mesmos donos de uma emissora de TV em Nova York, porque a regulação americana coloca limites à propriedade cruzada dos meios de comunicação e proíbe a formação de oligopólios. Da mesma forma, uma empresa não pode ultrapassar um percentual máximo de audiência na mesma localidade, porque seu impacto seria demasiado grande em termos de poder político. Estas são apenas duas das regras definidas pelo órgão regulador responsável pelo setor, entre tantas outras que os Estados Unidos, berço do liberalismo, decidiu adotar em relação à mídia.

Já por aqui, apesar de muitos atribuírem o êxito das Organizações Globo exclusivamente à sua competência em se posicionar no mercado, é preciso lembrar que parte do poder alcançado pelo maior grupo de rádio e televisão do Brasil também é resultado de uma ação histórica, ao longo das décadas, do que se pode chamar de abuso de poder de mercado. Abuso que se revela quando uma única emissora possui cerca de 40% da audiência da TV aberta e concentra mais de 70% do mercado publicitário – além de controlar canais de TV por assinatura, jornais, revistas, editoras, gravadoras e produtoras –, desenhando um cenário de evidente monopólio.

A necessária regulação de conteúdo

Um aspecto interessante da recente declaração da presidenta Dilma sobre a necessidade de regulação dos meios de comunicação de massa foi sua incisiva exceção manifestada à regulação de conteúdo. A posição da presidenta não é novidade; Dilma já disse inúmeras vezes que prefere o barulho das democracias ao silêncio das ditaduras. Porém, ao se permitir debater a regulação econômica da mídia e voltar a negar a regulação de conteúdo, Dilma contribui para a confusão que os grupos de comunicação tanto gostam de provocar sobre o tema.

É natural que a Dilma tente se esquivar das armadilhas da imprensa, no sentido de desmontar as versões de que se trata de um plano maquiavélico para controlar o que os meios podem ou não dizer. Sua declaração é uma vacina contra a velha estratégia da mídia de confundir a garantia da liberdade de expressão com a ausência absoluta de regulação – ou, ainda, de tratar como uma coisa só censura e regulação de conteúdo. Porém, tanto a estratégia de Dilma em retirar o assunto “conteúdo” da pauta quanto o esforço dos meios em classificar rasteiramente regulação de conteúdo como censura só confundem e desinformam a sociedade.

A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), que está muito longe de ser um organismo autoritário, entende que há muitos motivos para que a regulação de conteúdo exista nos meios de comunicação de massa: promover a diversidade cultural; garantir proteção dos cidadãos contra material que incite ao ódio, à discriminação e ao crime, e contra a propaganda enganosa; proteger crianças e adolescentes de conteúdos nocivos ao seu desenvolvimento; proteger a cultura nacional, entre outros.

O mesmo faz a Constituição brasileira. Ao definir, em seu artigo 221, que a produção regional e independente deve ser estimulada, com percentuais mínimos de veiculação na grade das emissoras, nossa lei maior está pedindo que se regule conteúdo, para que a programação que chega ao conjunto da sociedade pelo rádio e a TV não parta apenas do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Ao estabelecer que não mais de 25% da grade de programação de uma emissora sejam ocupados com propagandas e anúncios, o Código Brasileiro de Telecomunicações também está prevendo a regulação de conteúdo.

A classificação indicativa dos programas, que informa a faixa etária apropriada para determinado tipo de conteúdo e em que horário ele deve ser exibido, visando a proteção da infância, também é uma importante forma de regulação de conteúdo. Apesar a Abert, associação que representa os interesses das emissoras de rádio e TV, ter pedido no STF o fim da classificação indicativa, alegando desrespeito à liberdade de expressão, o próprio relator especial da ONU para Liberdade de Expressão, Frank La Rue, já emitiu parecer afirmando que estes são direitos complementares e não podem ser tratados como antagônicos. Ou seja, a proteção da infância não fere a liberdade da expressão e, neste caso, o conteúdo também precisa ser regulado.

O mesmo vale para a publicidade dirigida a meninos e meninas. Em países como a Suécia, de forte tradição democrática, a publicidade voltada para o público infantil já foi abolida há muito tempo por meio de mecanismos de regulação de conteúdo. Aqui, porém, novamente o argumento distorcido da proteção absoluta à liberdade de expressão volta a ser usado contra a recente resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que definiu que é abusiva a publicidade voltada para crianças.

Portanto, dizer que não existe regulação de conteúdo no Brasil ou que ela não deva existir é um ato leviano, de má-fé – no mínimo, uma conduta muito mal informada.

Democratizar a democracia

A construção de um ambiente de comunicação mais justo e democrático é uma dívida antiga do país consigo mesmo. A própria democracia fica comprometida sem uma comunicação por meio da qual todos e todas possam falar e ser ouvidos, em que a diversidade e a pluralidade de ideias existentes no país circulem de forma equilibrada nos meios de comunicação de massa.

Se de fato a presidenta Dilma incluir em seu programa de governo e, sendo reeleita, colocar em prática uma política de regulação da radiodifusão, daremos um passo importante no avanço da democracia brasileira. Mas não é a primeira vez que esta possibilidade é ventilada. Em outros momentos, o PT chegou a pautar o debate da regulação da mídia em seus programas de governo, e já se vão 12 anos sem que a questão seja concretamente enfrentada.

É por isso que, cansada de esperar, a sociedade civil tomou o problema nas mãos e está colhendo assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular, que tem como objetivo estabelecer um novo marco regulatório para as comunicações eletrônicas no país. O que se espera é que o debate sobre o tema possa ser, desta forma, desinterditado junto à população em geral, para acabar com a confusão proposital de que qualquer regulação da mídia é sinônimo de censura. Pelo contrário, a regulação é necessária para democratizar a alta concentração de poder instalada nos meios de comunicação de massa, garantindo diversidade, pluralidade e um efetivo exercício da liberdade de expressão do conjunto da população brasileira.

Espera-se agora que a presidenta Dilma compreenda o tema em sua complexidade e abrangência, para que não continue jogando água no moinho daqueles que trabalham com a desinformação e distorção dos fatos para garantir que tudo continue como está.

*Pedro Ekman e Bia Barbosa são membros da Coordenação Executiva do Intervozes.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Ditadura Militar no Brasil - IV


Segue o filme:




Press Release 021 – 08.12.2014

Clássicos do Cinema – L A N Ç A M E N T O – NESTE SÁBADO, DIA 13, 14h.
Ditadura Militar no Brasil – IV / Cineclube da UFT em Araguaína – Araguayna – a conspiração do silêncio! -  http://bit.ly/1A92jRp 

Prof. Dr. Antonio Carlos Ribeiro
Pós-Doutorando – UFT/PPGL
Editor



Se desejar ler os demais Press Release, clique em http://bit.ly/1E35ugR

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Paixão pela Leitura


Cristina Rebull gana el Premio Norma de Literatura Infantil y Juvenil

La escritora cubana Cristina Rebull ganó hoy (26 de noviembre) el Premio Norma de Literatura Infantil y Juvenil por su obra 'Por culpa de una S', informó la editorial colombiana organizadora del concurso. El jurado, compuesto por los escritores Javier Arévalo (Perú) y Antonio Orlando (Cuba) junto con la gerente editorial de Norma en México, Lorenza Estandía, consideró que la obra de Rebull "se caracterizó por su excelente calidad, la originalidad en el tratamiento del tema del doble, la frescura del personaje infantil y el manejo del humor". El objetivo de este premio es estimular la creación de obras literarias para niños y jóvenes en América Latina y así ampliar el horizonte de relatos fantásticos y realistas, explicó Norma en un comunicado. Las novelas presentadas, necesariamente inéditas, pueden ser escritas en castellano o portugués y obtienen, en caso de ser premiadas, la posibilidad de ser publicadas además de una gratificación monetaria. Cristina Rebull nació en Matanzas (Cuba), estudió actuación en el Instituto Superior de Arte de La Habana y también es cantante, actividad con la que ganó en 1995 el Premio OTI.

Transcrito de http://www.elcomercio.com/tendencias/cristinarebull-premionorma-literatura-libros-escritora.html

Exemplar raro da primeira edição das obras de Shakespeare encontrado em biblioteca francesa

Um exemplar raro da primeira edição (First Folio) com as peças de William Shakespeare (1564-1616) foi encontrado nos arquivos da biblioteca de uma pequena cidade no norte de França, Saint-Omer, na região de Pas-de-Calais.

A descoberta, anunciada esta terça-feira, foi feita pelo bibliotecário e historiador de arte Rémy Cordonnier, de 31 anos, quando procurava material para uma exposição sobre literatura inglesa a realizar na referida biblioteca, no próximo Verão.

O volume encontrado, com o título Mr. William Shakespeare, Comédies, histoires et tragédies. First Folio: published according to the original copies, é o segundo exemplar conhecido em França da famosa edição original das obras do dramaturgo inglês, publicada em 1632 – o outro exemplar encontra-se na Biblioteca Nacional, em Paris.

O livro encontra-se em razoável estado de conservação, mas faltam-lhe três dezenas de páginas e a capa. Em declarações ao jornal The Guardian, Rémy Cordonnier admite estar aí a razão para o facto de este First Folio ter passado despercebido durante tanto tempo. “Estava identificado de forma errada no nosso catálogo, como sendo um livro de Shakespeare datado provavelmente do século XVIII”, disse. Mas logo ocorreu a Cordonnier, também especialista em literatura medieval, que poderia tratar-se de "um First Folio não identificado, com uma carga histórica e um valor intelectual muito importante”, como referiu à AFP.

Depois do achado, os responsáveis pela Biblioteca de Saint-Omer consultaram um dos maiores especialistas mundiais na obra de Shakespeare, Eric Rasmussen, professor de literatura inglesa na Universidade de Reno, no Nevada, EUA. Este confirmou a autenticidade do volume, que reúne 36 peças do autor de Macbeth.

A razão para este exemplar do First Folio shakespeariano ter ido parar à biblioteca de Saint-Omer, ainda segundo Rémy Cordonnier, estará no facto de esta pequena cidade e porto de mar no norte de França, que teve uma grande actividade comercial e cultural na Idade Média, ter sido também um lugar de refúgio para os ingleses católicos perseguidos pelos protestantes.

Actualmente são conhecidos 230 First Folios – o exemplar agora encontrado será o 231º – dos 750 que saíram da tiragem inicial das obras de Shakespeare feita por John Hemings e Henry Condell, seis anos após a morte do dramaturgo, segundo as investigações de Eric Rasmussen. O seu valor tem oscilado, no mercado das raridades bibliográficas, entre os 2,5 e os 5 milhões de euros, disse à AFP a directora da Biblioteca de Saint-Omer, Françoise Ducroquet, admitindo que a falta da capa e de algumas páginas na edição agora identificada faça baixar o seu valor. Mas a responsável acrescenta que não está nas intenções da instituição desfazer-se deste First Folio. Ele irá valorizar um espólio de uma biblioteca que possui já uma colecção invulgar de obras raras, entre as quais está uma Bíblia de Gutenberg, 800 manuscritos e 230 incunábulos.

Transcrito de http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/exemplar-raro-da-primeira-edicao-das-obras-de-shakespeare-encontrado-em-biblioteca-francesa-1677495

Lázaro Ramos lança livro infantil em Salvador

O ator e escritor Lázaro Ramos lança, nesta sexta-feira, 28, seu livro infantil A Velha Sentada. No encontro que compõe a programação do Novembro Negro, também serão  lançadas as obras Azire, a Princesinha de Aruanda, de Ivanildes Moura, e O Menino de Corpo Reluzente, de Vanda Machado.

Os livros serão distribuídos gratuitamente na rede municipal de ensino. Realizado pelas editoras Cultura Editorial, Martins & Martins e Uirapuru, o evento acontece na Igreja do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, das 14  às 17 horas.


Transcrito de http://atarde.uol.com.br/cultura/literatura/noticias/1642147-lazaro-ramos-lanca-livro-infantil-em-salvador

Biblioteca Pública é reinaugurada com espaços multimídia em Maceió

Após quatro anos de obras no prédio Palacete Barão de Jaraguá e trazendo um acervo de aproximadamente 70 mil volumes, a Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos foi reinaugurada, na noite desta terça-feira (25), no centro de Maceió. A restauração foi realizada em uma parceria da Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas (Secult), Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e Ministério da Cultura.

Além da consulta ao acervo bibliografico, agora o público pode encontrar espaços multimídias com serviços como telecentro, espaço de leitura para crianças e jovens, acervo em braile, coleção de títulos alagoanos e literatura brasileira. A biblioteca conta também com acessibilidade com rampas nos elevadores e nos banheiros, e sistema de segurança.

Na solenidade de reinauguração, o governador do Estado, Teotonio Vilela Filho, destacou a importância da nova biblioteca para a sociedade. "Estou muito alegre com esse trabalho. Pois sei que estamos aqui cuidando das gerações futuras". O evento contou ainda com apresentação dos artistas Chico de Assis e Paulo Poeta recitando e interpretando trechos de obras do autor homenageado, Graciliano Ramos.

Novos espaços

De acordo com a diretora da Biblioteca, Maria Luiza Russo, o novo espaço é dinâmico e acessível para a sociedade. "Foram quatro anos, mas não foi só arrumação de parede e janela. A Biblioteca Pública oferece novos espaços e serviços para a sociedade. Temos espaços Multimídia onde estão disponíveis a consulta online do acervo e pesquisa em geral, e contamos com um laboratório de conservação e preservação do acervo documental", destacou.

O telecentro, que conta com 21 computadores é um dos destaques da nova biblioteca. "O telecentro faz parte do Digitalagoas, um programa que busca a inclusão social através da tecnologia. Nossa pretensão é, além de trazer o acesso à internet e à informática básica a indivíduos que não têm essa possibilidade, oferecer cursos à distância", explica a diretora.

Homenageando o grande autor alagoano, o Memorial Graciliano Ramos ocupa um dos 54 ambientes do palacete em um espaço com recursos multimídias que será abrigo de exposições artísticas que passem pelo local.

Para o professor de Língua Portuguesa, Ari Denisson, a reinauguração é uma oportunidade para que o espaço se torne referência como atrativo cultural. "A primeira coisa que notei foi que agora, de fato, existe uma placa assinalando que é a Biblioteca Pública, porque é importante que as pessoas saibam de sua existência e localização. Os alagoanos precisam se reconhecer como possuidores de um legado cultural e isso deve ser preservado. Para que ela funcione efetivamente, é necessário que haja uma atenção para todos os tipos de público", disse.
  
Transcrito de http://www.extralagoas.com.br/noticia/15842/alagoas/2014/11/26/biblioteca-publica-e-reinaugurada-com-espacos-multimidia-em-maceio.html

Campanha incentiva a prática da leitura entre as crianças internadas no HUT

O Hospital de Urgência de Teresina Prof. Zenon Rocha por meio do Serviço Social deu início essa semana a Campanha “Amigos da Pediatria doe uma história – Ler é viajar, sem sair do lugar”. O objetivo é estimular a leitura entre as crianças internadas no hospital agregando conhecimento e incentivando a busca de novas descobertas.
De acordo com a assistente social, Josélia Carvalho, o hábito da leitura é um grande estímulo a criatividade, imaginação e inteligência das crianças. “Essa campanha irá estimular nossas crianças a viajar sem sair do lugar. Elas poderão esquecer um pouco o ambiente hospitalar e descobrir novos mundos, mergulhar em aventuras e histórias riquíssimas”, destacou Josélia.
O diretor geral do HUT, Gilberto Albuquerque, explicou que a leitura também estreita os laços entre pais e filhos. “O pai ou mãe que compartilha um momento de leitura com seu filho está estabelecendo um laço especial entre ambos. E a participação dos pais na vida da criança, durante uma internação, pode com certeza, acelerar o processo de alta”.

A Campanha está arrecadando livros infantis, revistas em quadrinho e para pintura. Quem se interessar em fazer a doação pode entregar o material no Serviço de Assistência Social do HUT.

Transcrito de http://www.capitalteresina.com.br/noticias/ciencia-e-saude/campanha-incentiva-a-pratica-da-leitura-entre-as-criancas-internadas-no-hut-23923.html

Bibliotecas de São Petersburgo vão criar "Wikipédia alternativa"

A Biblioteca Presidencial e a Biblioteca Nacional da Rússia estão preparando um projeto que pretende reivindicar os louros de Wikipédia russa. De acordo com o assessor de imprensa da Biblioteca Presidencial, Valentin Sidorin, os funcionários da instituição não vão escrever o material do zero. Eles pretendem simplesmente organizar, digitalizar e colocar em acesso aberto material que já têm à disposição e que está relacionado com todos os aspetos do desenvolvimento histórico da Rússia.

"Desse modo, iniciamos a criação de uma alternativa à Wikipédia. A análise desta última mostrou que ela não permite a obtenção de informação detalhada e fiel sobre as regiões da Rússia e a vida do país", resumiu Sidorin.

A nova enciclopédia eletrônica será organizada segundo o princípio de biblioteca eletrônica, ou seja, não é qualquer pessoa que poderá fazer ajustes, do mesmo modo que nem todo mundo pode fazer alterações dos conteúdos dos livros.

"Mas poderão complementá-los com outras publicações e propostas. Estamos trabalhando com os leitores, com as pessoas, estamos interagindo ativamente com aqueles que nos propõem novos recursos", concluiu Sidorin.

Alternativa ou apenas mais uma?

Apesar de o futuro recurso de referência informativa sobre a Rússia ter um princípio de funcionamento radicalmente distinto do da Wikipédia, a mídia russa se refere abertamente a ele como a "Wikipédia alternativa". Isso se deve principalmente às declarações do diretor da Biblioteca Nacional, Anton Likhomanov, um dos autores da ideia.

Em abril, ao anunciar a criação do recurso em uma reunião do fórum sócio-pedagógico Educação na Rússia, Likhomanov disse que "o segmento russo da Wikipédia recebe cerca de um milhão de pedidos por hora, mas contém muitos erros e é praticamente impossível de fazer correções nele".
“A Wikipédia é controlada a partir dos Estados Unidos e a qualquer momento podemos ser confrontados com a mesma situação que acabou de passar com os sistemas de pagamento eletrônico Visa e MasterCard”, acrescentou Likhomanov, fazendo alusão ao fato de as sanções ocidentais poderem restringir o acesso dos russos à maior enciclopédia eletrônica.
Embora Likhomanov tenha sublinhado várias vezes que o novo recurso pretendia substituir a Wikipédia, Sidorin argumenta que o projeto não vai lutar nem competir com a Wikipédia. "Nós não estamos tentando substituí-la com o nosso projeto. Queremos, sim, criar uma enciclopédia baseada em fontes confiáveis", diz.

Futuro questionável

O diretor executivo da Fundação Wikimedia (ONG que apoia a Wikipédia na Rússia), Stanislav Kozlóvski, considera absurdo temer sanções ocidentais relativamente à Wikipédia russa.
"A Wikipédia é feita por mais de um milhão de russos sob uma licença livre. Sim, o servidor está nos EUA, bem como na Europa e no Sudeste Asiático. Na Rússia não há servidores. Mas ela de modo algum é controlada pelo governo dos EUA. Em toda a história do recurso, o governo dos Estados Unidos jamais tentou restringir o acesso à enciclopédia", diz.
Segundo Kozlóvski, existem no mundo poucos países que tentam intervir na Wikipédia e um deles é a Rússia.

"Sete artigos completamente inocentes da Wikipédia foram inseridos no registro russo de sites proibidos. Se algum organismo pode bloquear o acesso dos cidadãos à enciclopédia eletrônica, esse organismo será o Roskomnadzor (Serviço Federal de Supervisão das Comunicações, Tecnologia da Informação e Meios de Comunicação) e não o Departamento de Estado dos EUA."
Kozlóvski acrescentou que, sem dúvida, a Wikipédia tem erros. No entanto, existem 45 milhões de pessoas ao redor do mundo fazendo alterações no recurso e corrigindo esses erros diariamente.
Vladímir Kharitonov, diretor da associação de editores online da Rússia, concorda com essa posição.

"O nível de erros da Wikipédia é comparável com o nível de erros da enciclopédia Britannica. Os criadores da enciclopédia eletrônica da Rússia não precisavam reinventar a roda. Eles teriam feito melhor em concentrar seus recursos na melhoria da versão russa da Wikipédia", diz ele.
Ainda mais categórico em suas avaliações sobre a próxima enciclopédia é Ivan Zassúrski, chefe do departamento da nova mídia da Faculdade de Jornalismo da MGU (Universidade Estatal de Moscou). Ele não acredita que o projeto venha a ser implementado.

"Qualquer tentativa de criar uma ‘Wikipédia alternativa’ está geralmente associada ao controle do conhecimento e sua difusão. No entanto, o problema não é saber se a nova enciclopédia será objetiva ou não. Acontece que ela simplesmente não existirá”, diz Zassúrski. 


Transcrito de http://br.rbth.com/ciencia/2014/11/23/bibliotecas_de_sao_petersburgo_vao_criar_wikipedia_alternativa_28369.html

Biblioteca Infantil recebe sábado projeto 'Leia para uma Criança'

Neste sábado, 29/11, às 11h, a Biblioteca Infantil “Ivan Engler de Almeida”, da Secretaria Municipal de Cultura, recebe o projeto “Leia para uma Criança”, da Fundação Itaú Social.
Serão doados 100 livros infantis, de títulos diversos, para a biblioteca após a realização de uma roda de leitura.

Nessa fase, ouvir a leitura de histórias desenvolve o raciocínio, estimula a formação de opinião e amplia os horizontes.

Serviço:

A Biblioteca Infantil “Ivan Engler de Almeida” fica no Centro Cultural Carlos Fernandes de Paiva, na avenida Nações Unidas, 8-9.

Transcrito de http://www.jcnet.com.br/Cultura/2014/11/biblioteca-infantil-recebe-sabado-projeto-leia-para-uma-crianca.html

Roda de Leitura proporciona viagem pela história do grafite

Um projeto inovador dos arte educadores Felipe Pacheco, Olho Wodzynski e Thiago Syen, que tem sido um sucesso entre alunos dos colégios estaduais de Curitiba, será realizado neste sábado (29), às 10h30, na Casa da Leitura Wilson Bueno, no Portão Cultural, para o público em geral. Com o intuito de agir preventivamente contra a pichação dos imóveis urbanos, eles idealizaram uma roda de leitura em que contam a história do grafite, associando-o às diferentes formas de expressão do homem, desde os tempos das cavernas até os dias atuais.

Os três se revezam nas explanações, acompanhadas de imagens e reproduções fotográficas, e impõem um ritmo acelerado que cativa a atenção dos adolescentes. “É uma roda bem dinâmica, em que parecemos três MCs do rap”, brinca Felipe Pacheco, formado em Gravura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná e especialista em Gestão de Políticas Públicas para Infância e Juventude. Esse foi o modelo que eles encontraram para mostrar aos jovens os riscos de agir na ilegalidade e a diferença, ainda pouco compreendida, entre grafite e pichação.

Com o projeto “Uma viagem da gravura ao graffiti”, os educadores discorrem durante uma hora sobre o contexto histórico das manifestações do homem e sua necessidade de expressão. Fazem uma linha do tempo, começando na pré-história, com as pinturas rupestres das cavernas, o surgimento da escrita, a descoberta da imprensa, o uso de técnicas de gravura, a disseminação da xilogravura e litografia, a literatura de cordel, a linguagem gráfica, os painéis murais e a arte urbana. Fazem também referências às pichações de protesto, como as manifestações contra a ditadura no Brasil e contra o Muro de Berlim na Alemanha, e as pichações que serviram de marcação de território pelas gangs de Nova York.

“Essas manifestações são muito próprias da contemporaneidade, mas poucas vezes são analisadas dentro de um contexto artístico”, explica Felipe Pacheco. Depois dessa “viagem” pela história do grafite, os educadores retomam o contexto atual, explicando os termos do artigo 65 da Lei de Crimes Ambientais 9.605/98, que penaliza quem pichar. “Explicamos que, pela lei, não existe uma diferenciação clara entre grafite e pichação, por isso é que qualquer ação só pode ser feita com autorização do proprietário do imóvel. Sem autorização, o graffiti é tratado como crime”, esclarece .

O projeto “Uma viagem da gravura ao graffiti” foi um dos aprovados pelo edital Ciclo de Leitura do Fundo Municipal da Cultura. O trabalho finaliza com a realização de oficinas em torno do trabalho de nomes que são referência para o grafite e a arte urbana, entre eles, Poty Lazzarotto, em função dos seus murais, que marcam a paisagem urbana de Curitiba. Outros ícones também são lembrados, como o inglês Bansky, cujos desenhos são de uma força social e política imensa, o francês Blek Le Rat, pioneiro no uso da técnica do estêncil, e os irmãos James, brasileiros de fama internacional.  


Roda de Leitura – Uma viagem da gravura ao graffiti
Local: Casa da Leitura Wilson Bueno – Portão Cultural (Av. República Argentina, 3430)
Data e horário: 29 de novembro (sábado), às 10h30.
Entrada franca.


Transcrito de http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/roda-de-leitura-proporciona-viagem-pela-historia-do-grafite/34928

Espaço de Leitura oferece programação cultural gratuita

Localizado no Parque da Água Branca, o Espaço de Leitura mantém uma programação mensal e gratuita. Shows, narração de história, brincadeiras, jogos e oficina de criação são organizados por um núcleo educativo e oferecidos ao público a fim de incentivar a leitura.

Confira as próximas atividades:

Atividade educativa
29 e 30/11 
Horário: 11h 
Brincadeiras, leituras, conversas e oficinas propostas pelo educativo do Espaço de Leitura. 

Apresentação musical 
30/11 
Horário: 15h 
Show com banda que apresenta um repertório variado de choro, bossa nova, blues e jazz. 

Exposição: Imagens para ler
Até 31 de dezembro
Sextas-feiras, das 13h às 14h
Mostra reúne o trabalho de oito ilustradores que trabalham o universo infantil, apresentando diferentes formas de dialogar com o texto. Além disso, é possível conferir a reformulação do acervo do Espaço de Leitura, o qual reúne trabalhos de diversos artistas.

Programação fixa

Clube da Leitura 
Sextas-feiras, das 13h às 14h.
Aberto a todos que têm vontade de prosear sobre contos, poesias e afins. A proposta é trocar opiniões e experiências literárias. 

Feira de trocas de livros
Domingos, das 14h às 17h 
Para todos aqueles que desejam doar, trocar e renovar seus livros.

Do Portal do Governo do Estado

Transcrito de http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia2.php?id=238627

Sai resultado do prêmio de incentivo a projetos sociais de leitura

Passado o período de recursos, o Ministério da Cultura (MinC) divulgou, nessa quarta-feira (26), a lista definitiva dos 30 vencedores do Prêmio Leitura para Todos: Projetos Sociais de Leitura. A relação com os selecionados foi publicada no Diário Oficial da União de terça-feira (25).   
Cada projeto escolhido receberá R$ 50 mil em apoio e reconhecimento à atuação na área de promoção da leitura e desenvolvimento de ações continuadas de fomento à leitura.

Nesta primeira edição, o prêmio recebeu 233 inscrições, das quais 180 foram habilitadas.

Sobre o prêmio: 

O objetivo do edital é identificar projetos voltados para a formação de leitores e para a promoção de acesso ao livro e à leitura, cuja metodologia aplicada contribua para a ampliação e o fortalecimento de práticas de leitura em ambientes físicos e sociais diversos como creches, associações comunitárias, sindicatos, fábricas, hospitais, além de outros espaços.
O conjunto de projetos habilitados representa um rico apanhado das iniciativas sociais de incentivo à leitura em todas as regiões do País.

Alguns critérios de seleção integraram o edital para evidenciar projetos que apresentassem elementos estratégicos como: ações voltadas para a primeira infância (de 0 a 6 anos), projetos oriundos das regiões Centro-Oeste e Norte e ações que promovam a acessibilidade e iniciativas com comprovada articulação com o Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler). 

Para cada critério atendido, foram concedidos dois pontos. No caso específico das ações para a primeira infância, aqueles projetos que comprovaram atendimento parcial à faixa etária de 0 a 6 anos receberam um ponto.

Para divulgação do edital, técnicos da Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas promoveram oficinas em todas as regiões do país com o apoio das representações regionais do ministério. 

Lista final dos projetos vencedores:

1º Nasce uma comunidade leitora
2º Para ler o mundo
3º Oca de Histórias - mais leitura para Alter do Chão
4º Folhas da vida
5º Ponto de Leitura Encanto dos Lagados
6º Polo de Leitura Resistência Guamazônica
7º Expedição Vaga Lume em Ponte Alta do Tocantins
8º Carrinho da Leitura
9º Picadeiros da Cidadania
10º Projeto Contém Cultura
11º Projeto Roda de Leitura Alamoju
12º Tecendo o Amanhã Com Histórias Para Encantar a Vida
19º Batuque na caixa/núcleo literatura
13º Cidadania no Fantástico Mundo Mágico dos Livros
14º Projeto Loucos por Leitura
15º No meio do Coque, tinha uma biblioteca: um projeto de inclusão a partir da leitura
16º Jovens Protagonistas
17º Cultura Local - uma leitura dos causos e acasos de um povo
18º Barca das Letras, da alegria, do voluntariado e do amor
20º Biblioteca das Artes
21º Venhrán Kinhrãg
22º Projeto de Leitura Baobá das Letras
23º Projeto Ler é Viver
24º Sensibilização e Encantamento: Dos mediadores de leitura às crianças de 0 a 6
25º Projeto círculos de leitura
26º Leitura no Ponto - Formação de público leitor nos espaços LER em Aliança-PE
27º Leitura Livre
28º Biblioteca em nova dimensão - atividades de leitura no Centro de Referência de Literatura e Multimeios
29º O Conto que conto
30º Criancerias do Quintal

Fonte: Ministério da Cultura

 Transcrito de http://www.brasil.gov.br/cultura/2014/11/sai-resultado-do-premio-de-incentivo-a-projetos-sociais-de-leitura