18.07.2020
Bolsonaro
desmoraliza a medicina
Planalto tem 128 casos de contaminação
pela Covid: quase três por dia
A campanha de Jair Bolsonaro contra as medidas de
enfrentamento da pandemia do novo coronavírus tem refletido diretamente na vida
da população, incluindo dos servidores do Palácio do Planalto.
Além de Bolsonaro, outros 36 servidores estão
afastados por estarem contaminados com Covid-19.
Dados de 10 de julho da Secretaria-Geral da
Presidência indicam 128 casos na sede do governo, onde trabalham 3.400 pessoas.
No intervalo de uma semana foram confirmados mais 20 casos da doença, média de
quase três novos por dia.
A reportagem destaca que o primeiro caso de Covid
no Planalto foi confirmado em 12 de março, quando o chefe da Secretaria
Especial de Comunicação, Fábio Wajngarten, testou positivo após voltar dos
Estados Unidos.
Até 20 de maio, o total de contaminados era de 35, conforme informações obtidas por meio de Lei de Acesso à Informação.
Brasil registra novos 45.403 casos
e 1.163 óbitos por coronavírus em 24h
Brasil registrou 1.663 mortes pela COVID-19 nas
últimas 24 horas e total de óbitos chegou a 77.851, segundo boletim divulgado
nesta sexta-feira (17) pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Além disso, foram confirmados mais 34.177 casos do
novo coronavírus. Total de pessoas infectadas é agora de 2.046.328.
No informe de quinta-feira (16), o acréscimo de
mortes foi de 1.322, enquanto o número de novos casos confirmados foi de
45.403.
Os dados não se referem a mortes ocorridas
necessariamente nas últimas 24 horas, mas sim à confirmação de óbitos causados
pela COVID-19 nesse período.
Segundo o Conass, o índice de letalidade é de 3,8%.
A taxa de mortalidade (por 100.000 habitantes) é de 37, enquanto o índice de
incidência (por 100.00 habitantes) é de 973,8.
OMS diz que Brasil atingiu platô
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta
sexta-feira (17) que a transmissão do coronavírus no Brasil atingiu um platô
(número de novos casos se estabilizou e a curva não está mais subindo como
antes).
A entidade, no entanto, disse que ainda não há uma
tendência de queda e é preciso uma ação coordenada para combater o vírus. O
Brasil levou quatro meses para chegar a 1.000.000 milhão de infectados, marca
atingida em 19 de junho, e 27 dias para o número dobrar.
Alta em 9 estados
Segundo levantamento feito por consórcio de
imprensa criado para apurar evolução da epidemia no país, a taxa de mortes vem
subindo no Distrito Federal e em nove estados, a maioria nas regiões Sul e
Centro-Oeste: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás,
Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Tocantis.
Em São Paulo, Pará, Alagoas, Bahia, Ceará,
Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Sergipe, as mortes estão estáveis.
E no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Acre, Amazonas, Pará, Roraima e Rondônia, a taxa de óbitos está caindo.
Aplicativo de sintomas
aponta 6 tipos de infecção por coronavírus
Cientistas britânicos que analisam dados de um
aplicativo amplamente utilizado de monitoramento de sintomas Covid-19
descobriram que existem seis tipos distintos da doença, cada um deles
diferenciado por um conjunto de sintomas.
Uma equipe do King’s College London descobriu que
os seis tipos também se correlacionavam com os níveis de gravidade da infecção
e com a probabilidade de um paciente precisar de auxílio para respirar - como o
uso de um respirador - se forem hospitalizados.
As descobertas podem ajudar os médicos a prever
quais pacientes com Covid-19 estão mais em risco e provavelmente precisarão de
cuidados hospitalares em futuras ondas da epidemia.
“Se você puder prever quem são essas pessoas no
quinto dia, terá tempo para ajudar e fazer intervenções mais cedo, como
monitorar os níveis de oxigênio e açúcar no sangue e garantir que eles estejam
adequadamente hidratados”, disse Claire Steves, médica que co-liderou o estudo.
Além de tosse, febre e perda de olfato - geralmente
destacados como três sintomas principais de Covid-19 - os dados do aplicativo
mostraram outros, incluindo dores de cabeça, dores musculares, fadiga,
diarreia, confusão, perda de apetite e falta de ar.
Os resultados também variaram significativamente;
alguns apresentaram sintomas leves como gripe ou erupções cutâneas e outros
sofreram sintomas mais graves ou morreram.
O estudo, divulgado online nesta sexta-feira, mas
não revisado por cientistas independentes, descreveu os seis tipos de Covid-19
como:
1- Gripe sem febre: dor de cabeça, perda de
olfato, dores musculares, tosse, dor de garganta, dor no peito, sem febre.
2- Gripe com febre: dor de cabeça, perda de
olfato, tosse, dor de garganta, rouquidão, febre, perda de apetite.
3- Gastrointestinal: dor de cabeça, perda de
olfato, perda de apetite, diarreia, dor de garganta, dor no peito, sem tosse.
4- Grave nível um, fadiga: dor de cabeça,
perda de olfato, tosse, febre, rouquidão, dor no peito, fadiga.
5- Grave nível dois, confusão: dor de
cabeça, perda de olfato, perda de apetite, tosse, febre, rouquidão, dor de
garganta, dor no peito, fadiga, confusão, dor muscular.
6- Grave nível três, abdominal e respiratório:
dor de cabeça, perda de olfato, perda de apetite, tosse, febre, rouquidão, dor
de garganta, dor no peito, fadiga, confusão, dor muscular, falta de ar,
diarreia, dor abdominal.
Pacientes com os tipos graves - quatro, cinco e seis - têm maior probabilidade de serem internados e são mais propensos a precisar de suporte respiratório, disseram os pesquisadores.
Heleno manda índios isolados à reunião do SUS sobre
proteção dos povos
A primeira reunião do
gabinete de crise criado por decisão do Supremo Tribunal Federal para proteger
comunidades indígenas na pandemia de coronavírus desagradou representantes dos
principais povos e o Ministério Público Federal. Declarações do general Augusto
Heleno tornaram um encontro em um fiasco, segundo informações obtidas pela
revista Veja.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional do
governo Jair Bolsonaro é o responsável por coordenar os trabalhos do gabinete
de crise, que tem como objetivo encontrar soluções para a proteção de índios
isolados e de recente contato, os mais vulneráveis à covid-19. A reunião ocorreu
por videoconferência.
Participantes relataram que esse objetivo não foi abordado corretamente e que o Heleno afirmou que a questão indígena deveria ter sido resolvida há 50 anos no Brasil. O ministro disse ainda que os povos encontrados fora de terras demarcadas serão tratados como produtores rurais e orientados a buscar o atendimento do SUS como qualquer cidadão.
Gleisi: ‘A Câmara vai respaldar Bolsonaro,
vai ser genocida como ele?’
A deputada federal e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann (PR), defende enfaticamente a necessidade de a Câmara abrir processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Mesmo com o apoio que o chefe do Executivo ainda tem (de cerca de um terço da população, apesar da crise econômica e sanitária que o país atravessa), a parlamentar acredita que “condições favoráveis” para a destituição de Bolsonaro não podem ser criadas pela imobilidade, mas decorrem do debate e do embate político.
“A esquerda e a
oposição têm obrigação de denunciar e cobrar. A gente não briga só nas
condições ideais da política, temos que criar as condições para as coisas
acontecerem”, afirma. Para ela, a abertura da comissão de impeachment
produziria um debate nacional sobre o que está acontecendo com o país.
“Bolsonaro tem crimes de sobra para isso. O desgaste dele é crescente”,
completa.
O número de mortes pela covid-19 (que já se aproxima
de 80 mil pessoas), o número de infectados (mais de 2 milhões), a crise
econômica, a quebradeira de empresas,
principalmente as micro e pequenas, que geram emprego. Junto a isso, a
dramática situação da área da saúde, já mais que alarmantes, formam um quadro
que ainda vai se deteriorar muito, na opinião de Gleisi. “A Câmara vai
respaldar o Bolsonaro, vai ser genocida com ele?”, questiona.
“O que queremos é que o Rodrigo Maia abra o processo
para começar o debate na sociedade”, defende. “Se a Câmara achar que temos que
fortalecer o Bolsonaro e ficar com ele, vai ser responsável pelo que está
acontecendo no país.”
Mesmo diante do fato de a oposição ter uma bancada
pequena na Câmara (cerca de 135 deputados), a deputada acredita que a
imobilidade não é a solução. “Nós não temos número para passar o impeachment.
Mas se não fizermos nada, vamos continuar não tendo.”
Até porque, de acordo com ela, os setores conservadores estão pareados. “Já tem acordo do setor financeiro e do Centrão com o Bolsonaro, para que a pauta do Paulo Guedes continue”, acusa. “Eles já estão com uma grande articulação, um pacto da direita com a extrema direita, do establishment, da elite, para conservar Bolsonaro até 2022. Vão destruir o Estado brasileiro, destruir a vida da maioria da população, dos trabalhadores, e nós não vamos sequer fazer o embate?”, questiona.
Bolsonaristas atacam indígenas na
reunião de combate à pandemia
A primeira reunião da
sala de situação para combate à pandemia nas comunidades indígenas foi um
fiasco. Lideranças indígenas saíram traumatizadas com tantas agressões por
parte das autoridades do governo.
A reportagem destaca que
“segundo os relatos dos representantes indígenas, após a fala de abertura,
feita por Barroso, eles passaram a ser alvos de ataques e ofensas por parte de
membros do governo Jair Bolsonaro (sem partido), especialmente pelo
ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e pelo
secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Robson Santos da Silva.
Segundo os presentes, Silva fez uma fala agressiva, na qual disse que as
acusações de "genocídio indígena" praticado pelo governo Bolsonaro
são "cínicas", "covardes" e "levianas".”
O Gal. “Heleno, por sua vez, teria engrenado em uma
fala ideológica, na qual disse que a questão das demarcações de terras
indígenas já tinha que ter sido resolvida pelos partidos que estavam no poder
anteriormente e que agora a questão estava sob administração da gestão
Bolsonaro. Ele também teria dito que não falaria sobre indígenas que vivem em
terras que não estão demarcadas e que esses seriam tratados como produtores
rurais. Os comentários foram considerados completamente descabidos, já que não
tinham qualquer relação com a proposta da sala de situação de gestão”.
Segundo números da Apib, 16.057 indígenas foram contaminados pelo novo coronavírus e 529 morreram.
Israel impede entrada na Palestina
de teste para detectar Covid-19
Israel usa o pretexto da segurança para impedir a entrada de testes de diagnóstico na Palestina. O ministro da Saúde da Palestina, Mai Kaila, denunciou na quinta-feira (16), que Israel bloqueia a introdução nas áreas ocupadas da Cisjordânia de testes de diagnóstico para detectar o novo surto de coronaviões no território.
Segundo a autoridade,
o regime sionista usa o pretexto de que os palestinos suspenderam a cooperação
em segurança com esse país.
Essa situação forçou o Ministério da Saúde a entrar
em contato com organizações internacionais para obter suprimentos e
dispositivos de exame que são bloqueados por Israel na Palestina, disse ele.
O ministro da Saúde acrescentou que a Palestina está
testemunhando uma disseminação preocupante do vírus e os centros de tratamento
médico da Cisjordânia estão em alerta, mas são necessários mais suprimentos
médicos e ventiladores, alertou ela.
Em maio passado, a Autoridade Nacional Palestina
anunciou a suspensão de todos os acordos com Israel em resposta ao seu plano de
anexar 30% do território da Cisjordânia.
Entre os acordos suspensos está o da coordenação de
segurança, considerado vital para exercer o controle militar de Israel sobre o
território.
O Ministério da Saúde palestino informou em 16 de
julho que nas últimas 24 horas houve duas mortes na Cisjordânia devido à
Covid-19, enquanto houve 463 novas infecções.
O número de mortes desde o início da crise aumenta para 52, enquanto 1.313 pessoas superaram o vírus.
Acompanhe o registro do Coronavírus pelo mundo
Renato Aroeira - rachadinho
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