sexta-feira, 26 de junho de 2020

NOTÍCIAS CORONAVÍRUS 81

26.06.2020

Coronavírus: biólogo Átila Iamarino no Roda Viva

 

Falta de governo começa a destruir o SUS, tomado por militares e ‘amigos’

Em um relatório sobre a governança do governo de Jair Bolsonaro sobre a pandemia, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou falta de diretrizes, de coordenação e de transparência. Os auditores identificaram a indefinição de estratégias pelos comitês de crise e de coordenação de operações, que pode acarretar decisões e medidas individualizadas e descoordenadas, “levando à inefetividade das ações de combate à crise de covid-19 e desperdício de recursos humanos, materiais e financeiros, com efeitos inclusive nas diversas esferas da federação”. 

A ausência de profissionais de saúde nos comitês de crise e de coordenação de operações também foi constatada e destacada no documento divulgado nesta quarta-feira (24). Tanto que o relator, ministro Vital do Rêgo, recomendou a inclusão de representantes do Conselho Federal de Medicina, da Associação Médica Brasileira e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que representa secretários estaduais de saúde.

O objetivo é que a visão técnica de cada um incremente a efetividade das medidas dos comitês. Além do mais, segundo ele, os dirigentes estaduais são importantes elos que integram e facilitam a ação coordenada de diversos entes nas três esferas de governo na execução de políticas públicas de saúde.

As dificuldades que o governo Bolsonaro tem imposto para acesso à informação não pouparam os auditores, que penaram para obter informações oficiais sobre as ações de combate à pandemia e os resultados obtidos. Tiveram de recorrer aos portais de informações relativas à pandemia, restritos. E mesmo assim, o acesso só foi concedido 21 dias após a solicitação.

Projeto de desmonte

Esses problemas apontados pelos auditores, que têm contribuído diretamente para o descontrole da infecção no país, que já soma mais de 1,2 milhão de infectados e 55 mil mortos, sinalizam não só o despreparo e a incompetência do governo de Jair Bolsonaro. Mas um projeto de desmonte do SUS que está sendo levado a cabo pelos militares.

Em entrevista ao jornal El País desta quinta-feira (25), o ex-secretário de Saúde de Curitiba e professor da FGV, Adriano Massuda, afirmou que a ocupação de cargos técnicos por militares e por indicações políticas sem qualificação têm ocorrido como nunca desde a criação do SUS, ao passo que o Brasil tem profissionais extremamente competentes na área da saúde coletiva.

E esse processo, segundo ele, já impõe modificações na estrutura da secretaria executiva do Ministério, responsável pelo planejamento orçamentário e pelo repasse de recursos para Estados e municípios, via Fundo Nacional de Saúde – o que explica a baixíssima capacidade de execução orçamentária na pandemia. Menos de um terço do recurso extraordinário aprovado foi executado após três meses do seu início.

Essa militarização, segundo ele, pode agravar outros problemas de saúde, já que inúmeros programas são subordinados à coordenação técnica do ministério. “Como é que vai ficar a coordenação nacional do câncer? Como é que vai ficar a política nacional do HIV, do sangue e hemoderivados, e as vacinas que dependem da ação do Ministério da Saúde? É algo muito arriscado e a sociedade tem que ficar bastante atenta. O problema não é só a covid-19”, disse.  

O processo em curso, conforme o ex-secretário, não foi implementado “nem pelo pior ministro da Saúde”. E, segundo afirmou, diversas áreas técnicas da pasta da Saúde já passaram por diferentes governos, de diferentes bandeiras políticas, sem ter sido modificadas. Pelo que tudo indica, trata-se de possível “processo de desmonte da engrenagem que fez o sistema de saúde funcionar nos últimos 30 anos”.

 

 

Maioria aprova governadores e reprova MS no combate à Covid-19

Pesquisa realizada pelo instituto Datafolha e divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (26) aponta que o desempenho dos governadores de estado é aprovado por 44% e reprovado por 29% dos brasileiros no combate à pandemia do novo coronavírus, enquanto o Ministério da Saúde tem a aprovação de apenas 33% contra a rejeição de 34% dos entrevistados. O levantamento foi realizado por telefone entre os dias 23 e 24 de junho, com a participação de 2.016 adultos de todas as regiões do Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Na pesquisa, cerca de 44% dos entrevistados consideram ótimo ou bom o desempenho dos governadores no combate à Covid-19, outros 29% classificam como ruim ou péssimo e 26% avaliam como regular. Apenas 1% não respondeu.

                                                              

 

Deputados brasileiros apoiam Prêmio Nobel da Paz para médicos cubanos

O Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Cuba expressou na última quarta-feira (24) seu apoio à proposta de conceder o Prêmio Nobel da Paz às brigadas médicas cubanas do contingente Henry Reeve, por sua inquestionável contribuição solidária no enfrentamento à Covid-19 em vários países do mundo. 

Assinado pela presidente do grupo, deputada Lídice da Mata, do PSB, o texto considera justa a distinção proposta ao Contingente Henry Reeve, "especialmente pelo reconhecimento de seu valor humanitário global, que inclui países entre os mais ricos do mundo". 

Durante o último mês, várias organizações e personalidades, com ênfase especial em alguns parlamentos, aderiram à campanha pela indicação. Da Ásia, Nguyen Van Giau, presidente do Comitê de Relações Exteriores da Assembléia Nacional do Vietnã, expressou sua solidariedade e admiração pelo trabalho das autoridades e profissionais cubanos no contexto da pandemia, observando que o Parlamento do Vietnã valoriza muito o nobre gesto de ajudar outros povos.

Segundo informações publicadas no site da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba, por meio de um intercâmbio virtual, os membros do Partido Die Linke (A Esquerda), da Alemanha, também comemoraram os resultados de Cuba no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, destacando os benefícios da política socialista de saúde e valorizando o internacionalismo dos médicos cubanos. 

Os legisladores gregos Nykolaos Syrmalenios, Giorgios Katrougkalos e Athanasia Anagnostopoulou, afirmaram que Cuba deu ao mundo grandes sinais de solidariedade.

Gustavo Machín Gómez, embaixador de Cuba na Espanha, manteve um encontro com Roser Suñe Pascuet, presidente do Parlamento desse principado. Na reunião, os dois representantes se referiram, em particular, ao trabalho dos trabalhadores cubanos da saúde, que desde março lutam contra a pandemia no país.

                                                                                  

 

Governo: Número de casos de Covid-19 nos EUA deve ser 10 vezes maior

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças alertam que o número real de casos de Covid-19 nos EUA pode ser dez vezes maior. "Nossa melhor estimativa agora é que para cada caso reportado existam na realidade outros dez", disse o diretor da entidade, Robert Redfield, em entrevista coletiva.

Este cálculo foi realizado após a análise de amostras de sangue em todo o país em busca da presença de anticorpos para o coronavírus, informa a EFE

Até o momento, 2,3 milhões de casos já foram identificados nos  EUA,  segundo os CDC, mas o número pode chegar a 23 milhões com a nova estimativa.

De acordo com os  dados  coletados  pela  Universidade   Johns   Hopkins,   os Estados Unidos totalizam até esta quinta-feira 2.416.727 casos confirmados de Covid-19, entre eles 122.550 óbitos.

A média de novos casos diários nos EUA  voltou  a  ficar  acima  de  30  mil  na última semana, devido ao aumento  identificado  em  estados  como  Califórnia, Flórida, Texas e Arizona, que somam cerca de metade dos contágios de todo o país. 

                                                             

 

América Latina pode ter 390 mil mortes em 4 meses pela Covid-19

O número de mortos pelo novo coronavírus na América Latina deve subir para 388.300 em outubro, com Brasil e México sendo responsáveis ​​por dois terços das mortes, já que outros países da região estão controlando seus surtos, disseram pesquisadores na quarta-feira (24).

A região emergiu como um novo ponto de acesso global  para  a  pandemia  em rápida expansão, já  que  as  mortes  ultrapassaram  100  mil  nesta  semana  e  os casos triplicaram de 690 mil há um mês para 2 milhões.

Altos níveis de pobreza e grandes setores informais - o que significa que muitos trabalhadores não podem ficar em quarentena - combinaram-se com a superlotação nas cidades e cuidados de saúde públicos inadequados, particularmente em comunidades rurais isoladas, para impedir a luta da América Latina para conter o contágio.

O Brasil deve exceder 166 mil mortes e o México ultrapassará 88 mil, de acordo com a previsão do Instituto de  Métricas   e   Avaliação   em   Saúde   (IHME) da Universidade de Washington.

O  mesmo   trabalho   prevê-se   que   Argentina,   Chile,   Colômbia,   Equador, Guatemala e Peru tenham mais de 10 mil mortes, enquanto 15 países, incluindo Paraguai, Uruguai e Belize, são vistos com menos de mil mortes cada.

"Vários países  latino-americanos   estão   enfrentando   trajetórias   explosivas, enquanto outros contêm infecções efetivamente", avaliou o diretor do IHME, Dr. Christopher Murray.

O que fazer para impedir o pior?

Os pesquisadores do IHME alertaram que a perda  de  vidas  poderia  aumentar ainda mais do que a previsão já sombria se s ordens sobre o uso de máscaras e o distanciamento social forem relaxadas.

No pior cenário, o número de mortos pela COVID-19  pode  subir  para  340.476 pessoas no Brasil e  151.433  no  México,  informou  o  relatório.  Os  líderes  do Brasil e do México foram punidos por não levarem o vírus a sério o  suficiente  e pressionarem pela reabertura de suas  economias   antes   que   o   vírus   fosse domado.

"O Brasil está em um momento sombrio. A menos que e   até   que   o   governo tome medidas sustentadas e aplicadas  para  retardar  a  transmissão,   o   país continuará sua trágica trajetória ascendente  de  infecções  e  mortes",  afirmou Murray.

Enquanto  o   presidente   brasileiro   Jair   Bolsonaro   continua   minimizando a gravidade da crise da saúde, o maior país da América  Latina   registrou   quase 1,2 milhão de casos e 53.830  mortes.  A  transmissão  pode  ser  reduzida  pela metade em comunidades onde as pessoas estão usando máscaras  ao  sair  de casa, de acordo com o IHME.

"O aumento do teste e o uso de  máscaras  são  ferramentas  importantes  para reduzir   o   número   dessa  pandemia  no  México,  além  de  manter  distância saudável", declarou o Dr.  Rafael  Lozano,  diretor  de  Sistemas  de  Saúde  do IHME.

Se o uso de máscaras aumentar para 95%, o Brasil poderá ver apenas 147.431 mortes e o número  previsto  de  mortes  no  México  poderá  cair  para  79.652, disseram os pesquisadores.

                                                              


Inglaterra: Praias lotam no calor e governo teme 2ª onda de covid-19

Praias de cidades do sul da Inglaterra como Bournemouth e Brighton ficaram lotadas nesta quarta-feira (24), dia mais quente do ano no Reino Unido com temperaturas acima dos 30°C. Autoridades temem uma segunda onda do coronavírus na região. 

Em números absolutos, o Reino Unido foram o país mais atingido pela doença na Europa ocidental. Até esta quarta, a Universidade Johns Hopkins registrava cerca de 308 mil casos e 43 mil mortes provocadas pelo coronavírus. 

O governo britânico, do primeiro-ministro Boris Johnson, planeja reabrir estabelecimentos como salões de cabeleireiros, pubs e restaurantes a partir de 4 de julho. 

Na fase da reabertura, não poderão funcionar academias de ginástica, danceterias, piscinas, pistas de boliche e spas.

                                                                                 

 

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Miguel Paiva

                                                                   

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