domingo, 14 de junho de 2020

NOTÍCIAS CORONAVÍRUS 73

14.06.2020

Análise técnica da Pandemia


 

Haddad: Bolsonaro esconde mortos e naturaliza a barbárie

O presidenciável Fernando Haddad aponta, em sua coluna, a natureza do projeto neofascista de Jair Bolsonaro e seu viés autoritário. "Esconder mortos é coisa de ditadura. E o que acontece no nosso país, de erosão da democracia 'desde dentro', é algo bem diferente de um golpe clássico. Uma das falhas da palavra de ordem 'não vai ter golpe' era passar a ideia subjacente de que havia um plano que seria executado em data determinada, quando, na verdade, estávamos diante de um 'processo', que, aliás, está em curso. Não há uma via única para suprimir a democracia. O golpe clássico é apenas uma das formas. O método fascista é algo muito distinto e, em certas circunstâncias, mais eficaz", descreve Haddad. "O grande mérito da democracia moderna é contar com filtros que obstruem a emergência do lado podre de uma sociedade que sempre flertou com a morte. Nesse flerte reside a naturalização cotidiana da barbárie. O único legado do fascismo é um rastro de destruição: não se pode acusá-lo de inércia; ele é um agito permanente e sem rumo", aponta ainda o ex-prefeito. 

                                                                 

 

Gilmar: Bolsonaro é alma angustiada, torturada e à busca de inimigos

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu entrevista e falou que considera Bolsonaro “uma alma angustiada e torturada”. “Vejo uma alma angustiada, uma alma torturada. Vejo o presidente sempre procurando inimigos ou culpados. Fez uma travessia do seu gabinete até o Supremo, numa epopeia como se o STF fosse o culpado porque fortaleceu as medidas de isolamento social”, afirmou Mendes. O ministro lembrou que todos os governos da história recente conviveram bem com o sistema de pesos e contrapesos, mas que ele está mais ativo agora no governo Bolsonaro porque há "provocações", incluindo ameaças para desativá-los. "O grupo da assessoria tem uma ideia de um presidencialismo imperial. Tanto que ele usa muito a expressão 'estão esvaziando minha caneta, o STF tirou minha caneta', como se bastasse baixar um decreto". 

                                                                

 

Brasil: 1 milhão de contaminados por covid-19 na semana e 50 mil mortos

O Brasil registrou a morte de 42.720 pessoas pela covid-19 desde o início da pandemia do novo coronavírus. Os casos confirmados de infectados chegaram neste sábado (13) a 850.514 a pessoas. As últimas 24 horas apresentaram 892 óbitos e 21.704 novos casos. A curva de contaminação segue em alta, sem sinais de inversão. Em uma semana, o número de casos aumentou 23% e o de mortes, 17%. A seguir esse mesmo ritmo, o país terá em uma semana mais de 1 milhão contaminados e 50 mil mortes por causa de uma “gripezinha”. Os números divulgados às 18h deste sábado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) consolidaram o país como segundo maior território vítimas da covid-19 no mundo. Brasil já superou o Reino Unido em número absoluto de mortes. E se a tendência de desprezo das autoridades pela gravidade da pandemia se mantiver, caminha para ser o primeiro em óbitos por número de habitantes. Atualmente, a taxa de mortalidade está em 20,3 para cada 100 mil habitantes. Mesmo em termos absolutos, se não o avanço da pandemia prosseguir no atual ritmo, o Brasil pode superar os EUA em dia 29 de julho. O estado de São Paulo, que começou a flexibilizar o funcionamento das atividades nesta semana, soma 173 mil casos e 10.600 mortes (taxa de letalidade em 6.1%). É seguido por Rio de Janeiro (78.836 casos e 7.592 mortes, 9,6%) e Ceará (76.429 casos, 4.829 mortes, letalidade de 6,3%). 

                                                                

 

Situação atual do Brasil é uma preocupação crescente, diz OMS

A situação atual do Brasil, agora um dos epicentros mundiais do coronavírus, é uma preocupação crescente, principalmente nas cidades, afirmou Mike Ryan, chefe do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS). O sistema de saúde do Brasil “ainda está suportando”, embora algumas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) estejam em um estágio crítico e sob forte pressão, com mais de 90% de taxas de ocupação do sistema de cuidado intensivo. A OMS também pontuou nesta sexta-feira que as vacinas para o novo coronavírus deveriam ser disponibilizadas como um bem público global, como forma de garantir que todos tenham acesso justo a quaisquer produtos essenciais que sejam desenvolvidos. “Muitos líderes... têm promovido a ideia de tornar qualquer vacina um bem público global, e isso deve continuar sendo fomentado”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom. “Mais líderes devem se juntar ao barco, e precisamos ter um compromisso político verdadeiramente global e um consenso mundial antes mesmo de termos o produto, é isso que estamos pressionando.” As declarações de Tedros ocorrem depois de surgirem preocupações de que alguns países, incluindo os Estados Unidos, poderiam acumular vacinas ou medicamentos que desenvolvam para combater a Covid-19, com os países mais pobres não tendo acesso aos tratamentos dos quais precisam.

                                                                 


 

Isolamento social reduziu diversidade genética da covid-19 no Brasil

Instituições sequenciaram 427 genomas do novo coronavírus no Brasil, em que apenas três cepas principais conseguiram se espalhar pelo país. Também foram utilizados 63 genomas sequenciados previamente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A descoberta significa que o isolamento social pode ter ajudado a reduzir a diversidade das cepas com maior circulação. O projeto envolve várias instituições, entre elas Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade de Oxford e Imperial College of London, entre outras. Dos genomas sequenciados do vírus SARS CoV-2, 102 foram identificados como cepas iniciais, que entraram no Brasil no início da epidemia. Destas, apenas três se espalharam, segundo os autores da pesquisa. O estudo começou com o sequenciamento, no final de fevereiro, do genoma do vírus responsável pelo primeiro caso detectado no país. Em seguida, três meses depois, com um banco de dados maior, foi possível fazer um mapeamento genético mais eficiente do novo coronavírus. De acordo com os pesquisadores, provavelmente as três cepas se disseminaram pelo país, entrando por São Paulo e Ceará, e infectaram alguém antes dos dois primeiros casos serem confirmados. A epidemia teria se originado cerca de 10 dias antes do primeiro caso registrado. Como ainda não havia medidas de isolamento, elas se espalharam mais facilmente, o que não teria ocorrido com outras cepas, que tiveram mais dificuldade de transmissão devido ao distanciamento social. "As três cepas que encontramos agora foram as que se espalharam mais, e provavelmente infectaram pessoas antes dos dois casos iniciais em São Paulo. O vírus já estava circulando uns 10 dias antes", disse Ester Sabino, pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP. 

                                                                  

 

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Miguel Paiva – Já leu!

 



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