O pior lado da pandemia
Brasil de Bolsonaro chega acéfalo aos três meses de
pandemia
Às vésperas de completar três meses da primeira
confirmação de covid-19 no país, o Brasil chegou às 23.473 mortes e 374.898
casos da doença completamente acéfalo em sua frente de combate. Ministério da
Saúde (MS) segue sem comando há dez
dias, o país se nega a apresentar qualquer plano contundente para barrar a
progressão da doença, que só acumula cifras trágicas. Da primeira
morte, em 17 de março, foram 14 óbitos por hora, em média. Governo Bolsonaro
segue apostando no incentivo do retorno da população às ruas para aquecer a
economia de menor crescimento de 2019, contrariando determinações das agências
sanitárias, ao mesmo tempo que, dia após dia, vê a cloroquina desacreditada
pela comunidade científica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a
suspensão temporária de ensaios clínicos internacionais com a droga por
“precaução”.
Cientistas brasileiros e o pesadelo
com a politização do medicamento
Bolsonaro é
exército brancaleone escala desesperado sua defesa da cloroquina, sem solução
para a crise. Marcus Lacerda, infectologista responsável pelo grupo de
pesquisas dedicado a malária, tuberculose e HIV - que coordenou ensaio clínico
com cloroquina em Manaus - relata ameaças da direita populista, ao transformar
o fármaco em sua bandeira. O teste foi suspenso antes do previsto pela morte de
11 pacientes. Lacerda publicou artigo que conduziu a “levantar bandeiras
vermelhas suficientes para que se pare de usar altas doses de cloroquina porque
os efeitos tóxicos superam os benefícios”. “O linchamento começou assim que os
resultados foram publicados”, explicou. Nas redes de saúde, o remédio é cada
vez mais procurado, mesmo que não cure.
Bolsonaro tratou de tudo, menos da saúde dos brasileiros
“Esse
homem não tem condições de ser presidente da República. Mal educado, boca suja,
desqualificado. Não tem preparo administrativo, político, humano. É agressão e
briga o tempo inteiro", diz a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR). Em 22 de abril, quando o Brasil contava com 46.195 pessoas
contaminadas pelo Covid-19 e havia enterrado 2.924 mortos, Bolsonaro marcou reunião
quase histérica, afundado no negacionismo, sem tratar a saúde do povo, em cenário
econômico devastador, com a morte do programa Pró-Brasil. Na sexta-feira, 22 de
maio, o Brasil assiste a reunião ministerial, autorizada pelo STF, dos
principais trechos. Presidente transtornado pela queda de popularidade, medo do
desgoverno, cercado de bajuladores, mergulhado em paranoia e temendo a força de
opositores. A reunião tem um mérito, confirma as
suspeitas contra Bolsonaro: acusado de querer interferir ilegalmente em órgãos
de Estado - como num filme de gângsteres - Bolsonaro é acusado por Sérgio Moro,
ex-juiz e ex-ministro da Justiça, por ter sido o algoz de Luiz Inácio Lula da
Silva, que o condenou e prendeu, sem
provas, tirando-o da disputa presidencial, e que acusou o chefe de querer mudar
a Polícia Federal para enterrar a investigação contra a sua família. Um crime,
sujeito à perda do mandato.
MG registra aumenta quase 1,3 mil mortes por Síndrome Respiratória
A
Secretaria de Saúde de Minas Gerais registrou quase
1,3 mil mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) a mais do que em
2019. O número, elevado drasticamente, é um indício de subnotificação
de casos do novo coronavírus. MG é o segundo estado que realiza menos testes
para a Covid-19 no Brasil. A Secretaria de Estado de Saúde registrou 6,9 mil
casos confirmados do novo coronavírus e 230 vítimas fatais em todo o território
mineiro. O estado de São Paulo, contabilizou mais de 81 mil infectados e 6,4
mil mortes. No Rio de Janeiro, foram confirmados 39 mil casos e 4,1 mil mortes.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) revelou que o número
de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), registrado na unidade
até a 20ª semana epidemiológica de 2019, foi de 185. Em 2020, foram 1.435
vítimas fatais contabilizadas no mesmo período.
Coronavírus:
OMS considera improvável segunda grande onda
A diretora de Saúde
Pública da Organização Mundial da Saúde (OMS), María Neira, afirmou nesta
segunda-feira (25) que estudos realizados estão descartando uma possibilidade
de acontecer uma segunda onda da Covid-19 no mundo. Mas, María Neira pediu que
a população não fosse "paranoica ou excessivamente relaxada" e que "aprendesse
a viver com doenças infecciosas". "Existem muitos modelos que avançam
com grande probabilidade. Vão desde um crescimento pontual até uma onda
significativa, mas essa última possibilidade está sendo descartada cada vez mais.
Estamos muito melhor preparados em todas as áreas", afirmou. María Neira
declarou que "diminuímos de tal forma a taxa de transmissão que o vírus
terá dificuldade em sobreviver. Devemos ter muito cuidado em afirmar se esse é
o fim da onda, mas os dados pelo menos nos mostram que a transmissão e a
explosão das primeiras semanas foram evitadas". A médica ainda ressaltou
que "vale a pena não fazer muitas previsões, pois as próximas semanas
representarão uma fase muito crítica".
Brasil tem
376,6 mil casos da Covid-19 e 23,5 mil mortes pela doença
Na segunda posição do ranking mundial em quantidade de casos confirmados
do novo coronavírus, o Brasil tem alguns estados com taxa de ocupação de mais
de 90% nos leitos de UTI. As
secretarias estaduais de saúde registraram, até 7h da manhã desta terça-feira,
cerca de 23.522 mortes provocadas pelo novo coronavírus e 376.669 casos
confirmados dentro do Brasil. O último balanço do Ministério da Saúde,
divulgado na segunda-feira (25), aponta 374.898
casos confirmados e 23.473 vítimas fatais do novo coronavírus. Os leitos
de UTI no Amapá têm taxa de ocupação de 97,78%. Na região nordeste do país,
outros estados também registraram taxas de ocupação dos leitos de UTI em 90% ou
mais, como: Pernambuco (97%), Maranhão (94%) e Ceará (90%). O Brasil continua
ocupando a segunda posição no ranking mundial de países com o maior número de
infectados, atrás apenas dos Estados Unidos.
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