terça-feira, 26 de maio de 2020

NOTÍCIAS CORONAVÍRUS 60

26.05.2020

O pior lado da pandemia



Brasil de Bolsonaro chega acéfalo aos três meses de pandemia
Às vésperas de completar três meses da primeira confirmação de covid-19 no país, o Brasil chegou às 23.473 mortes e 374.898 casos da doença completamente acéfalo em sua frente de combate. Ministério da Saúde (MS) segue sem comando  há dez dias, o país se nega a apresentar qualquer plano contundente para barrar a progressão da doença, que só acumula cifras trágicas. Da primeira morte, em 17 de março, foram 14 óbitos por hora, em média. Governo Bolsonaro segue apostando no incentivo do retorno da população às ruas para aquecer a economia de menor crescimento de 2019, contrariando determinações das agências sanitárias, ao mesmo tempo que, dia após dia, vê a cloroquina desacreditada pela comunidade científica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a suspensão temporária de ensaios clínicos internacionais com a droga por “precaução”.
Cientistas brasileiros e o pesadelo com a politização do medicamento
Bolsonaro é exército brancaleone escala desesperado sua defesa da cloroquina, sem solução para a crise. Marcus Lacerda, infectologista responsável pelo grupo de pesquisas dedicado a malária, tuberculose e HIV - que coordenou ensaio clínico com cloroquina em Manaus - relata ameaças da direita populista, ao transformar o fármaco em sua bandeira. O teste foi suspenso antes do previsto pela morte de 11 pacientes. Lacerda publicou artigo que conduziu a “levantar bandeiras vermelhas suficientes para que se pare de usar altas doses de cloroquina porque os efeitos tóxicos superam os benefícios”. “O linchamento começou assim que os resultados foram publicados”, explicou. Nas redes de saúde, o remédio é cada vez mais procurado, mesmo que não cure.

Bolsonaro tratou de tudo, menos da saúde dos brasileiros

“Esse homem não tem condições de ser presidente da República. Mal educado, boca suja, desqualificado. Não tem preparo administrativo, político, humano. É agressão e briga o tempo inteiro", diz a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR). Em 22 de abril, quando o Brasil contava com 46.195 pessoas contaminadas pelo Covid-19 e havia enterrado 2.924 mortos, Bolsonaro marcou reunião quase histérica, afundado no negacionismo, sem tratar a saúde do povo, em cenário econômico devastador, com a morte do programa Pró-Brasil. Na sexta-feira, 22 de maio, o Brasil assiste a reunião ministerial, autorizada pelo STF, dos principais trechos. Presidente transtornado pela queda de popularidade, medo do desgoverno, cercado de bajuladores, mergulhado em paranoia e temendo a força de opositores. A reunião tem um mérito, confirma as suspeitas contra Bolsonaro: acusado de querer interferir ilegalmente em órgãos de Estado - como num filme de gângsteres - Bolsonaro é acusado por Sérgio Moro, ex-juiz e ex-ministro da Justiça, por ter sido o algoz de Luiz Inácio Lula da Silva, que o  condenou e prendeu, sem provas, tirando-o da disputa presidencial, e que acusou o chefe de querer mudar a Polícia Federal para enterrar a investigação contra a sua família. Um crime, sujeito à perda do mandato.

MG registra aumenta quase 1,3 mil mortes por Síndrome Respiratória

A Secretaria de Saúde de Minas Gerais registrou quase 1,3 mil mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) a mais do que em 2019. O número, elevado drasticamente, é um indício de subnotificação de casos do novo coronavírus. MG é o segundo estado que realiza menos testes para a Covid-19 no Brasil. A Secretaria de Estado de Saúde registrou 6,9 mil casos confirmados do novo coronavírus e 230 vítimas fatais em todo o território mineiro. O estado de São Paulo, contabilizou mais de 81 mil infectados e 6,4 mil mortes. No Rio de Janeiro, foram confirmados 39 mil casos e 4,1 mil mortes. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) revelou que o número de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), registrado na unidade até a 20ª semana epidemiológica de 2019, foi de 185. Em 2020, foram 1.435 vítimas fatais contabilizadas no mesmo período.

Coronavírus: OMS considera improvável segunda grande onda

A diretora de Saúde Pública da Organização Mundial da Saúde (OMS), María Neira, afirmou nesta segunda-feira (25) que estudos realizados estão descartando uma possibilidade de acontecer uma segunda onda da Covid-19 no mundo. Mas, María Neira pediu que a população não fosse "paranoica ou excessivamente relaxada" e que "aprendesse a viver com doenças infecciosas". "Existem muitos modelos que avançam com grande probabilidade. Vão desde um crescimento pontual até uma onda significativa, mas essa última possibilidade está sendo descartada cada vez mais. Estamos muito melhor preparados em todas as áreas", afirmou. María Neira declarou que "diminuímos de tal forma a taxa de transmissão que o vírus terá dificuldade em sobreviver. Devemos ter muito cuidado em afirmar se esse é o fim da onda, mas os dados pelo menos nos mostram que a transmissão e a explosão das primeiras semanas foram evitadas". A médica ainda ressaltou que "vale a pena não fazer muitas previsões, pois as próximas semanas representarão uma fase muito crítica".

Brasil tem 376,6 mil casos da Covid-19 e 23,5 mil mortes pela doença

Na segunda posição do ranking mundial em quantidade de casos confirmados do novo coronavírus, o Brasil tem alguns estados com taxa de ocupação de mais de 90% nos leitos de UTI. As secretarias estaduais de saúde registraram, até 7h da manhã desta terça-feira, cerca de 23.522 mortes provocadas pelo novo coronavírus e 376.669 casos confirmados dentro do Brasil. O último balanço do Ministério da Saúde, divulgado na segunda-feira (25), aponta 374.898 casos confirmados e 23.473 vítimas fatais do novo coronavírus. Os leitos de UTI no Amapá têm taxa de ocupação de 97,78%. Na região nordeste do país, outros estados também registraram taxas de ocupação dos leitos de UTI em 90% ou mais, como: Pernambuco (97%), Maranhão (94%) e Ceará (90%). O Brasil continua ocupando a segunda posição no ranking mundial de países com o maior número de infectados, atrás apenas dos Estados Unidos.

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