Pandemia explode e Bolsonaro faz piada
Mais de 20 mil mortes, Brasil tem 312 mil casos da Covid-19
As secretarias
estaduais de saúde divulgaram até a manhã desta sexta-feira (22) o registro do
número de 20.112 mortes e 312.074 casos confirmados do novo coronavírus no
Brasil. Na terceira posição do ranking mundial de quantidade de casos
confirmados do novo coronavírus, o Brasil perde apenas para os Estados Unidos,
que tem 1.621.333 infectados, e para a Rússia, com 326.448 infectados. No
Amapá, os leitos de UTI continuam com 100% de ocupação. Outros estados ainda
têm disponibilidade inferior a 10% dos leitos de UTI, como Rio de Janeiro (2%)
e Maranhão (6%), acrescenta a reportagem.
Flávio
Dino: é preciso rejeitar impulsos centralizadores e despóticos
O governador do
Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirma que as "descabidas teses
negacionistas", de Bolsonaro, trouxeram insegurança sobre a “relevância
das medidas preventivas, reduzindo a eficácia dos resultados" no combate à
pandemia. "O Supremo Tribunal Federal fixou a interpretação constitucional
acerca das atribuições dos governadores e dos prefeitos, rejeitando impulsos
centralizadores e despóticos", diz. Diz o governador, "os
governadores têm usado as competências, consoante a forma federativa de Estado,
que alberga inclusive as competências comuns elencadas no artigo 23 da
Constituição Federal". "Com a queda dos indicadores da pandemia em
outros países, seria muito útil se o governo federal buscasse uma maior
cooperação internacional com o Brasil". Ademais, cabe ao governo, "cuidar
de empresas e empregos", "enfrentar a crise econômica, com emissão de
moedas e títulos, gerir bancos e fundos, garantir crédito ao setor privado, a
juros baixos, com carência e prazos adequados".
STF: é erro grosseiro ignorar critérios técnicos na pandemia
O Supremo Tribunal
Federal decidiu nesta 5ª-feira (21) impedir que o governo de Jair Bolsonaro
proteja através da Medida Provisória agentes públicos que realizem atos
administrativos contrários a recomendações médicas e científicas. Ministros definiram que a MP não exime
de responsabilidade gestores públicos que cometam erro grosseiro na sua atuação
e que não observem normas e critérios técnicos estabelecidos por autoridades
sanitárias e organização de saúde do Brasil e do mundo. As ações que violem princípios
constitucionais da precaução e da prevenção também serão passíveis de punição. Assim,
Bolsonaro e autoridades não poderão deixar de ser responsabilizados quando
minimizem o impacto da Covid-19 colocando-se contra medidas de distanciamento
social e do presidente que zomba da morte de milhares de pessoas.
Hosp. Albert Einstein cria exame genético que detecta coronavírus
O Hospital Israelita Albert Einstein desenvolveu o teste
de diagnóstico do novo coronavírus baseado em Sequenciamento de Nova Geração,
não apresenta casos de falso-positivo. Sua precisão é equivalente à do método
convencional, o RT-PCR, com a vantagem de permitir a realização simultânea de
até 1536 amostras, gerando volume de processamento 16 vezes maior do que o padrão
ouro. A tecnologia representa avanço no combate à pandemia da Covid-19 e novo
coronavírus, o Sars-Cov-2. O novo recurso surge como alternativa viável de
adoção de testagem diagnóstica em massa, para a tomada de medidas imediatas de
tratamento, previsão da demanda para o sistema de saúde e controle da expansão
dos casos. Exames sorológicos detectam
anticorpos produzidos pelo organismo em resposta à infecção e só são observados
em média 14 dias após a contaminação. O teste do pelo Einstein identifica a
presença do vírus, funcionando como instrumento diagnóstico a ser usado no dia
de infecção, como o RT-PCR. “A nova tecnologia amplia a capacidade mundial de
diagnóstico, início rápido de tratamento e isolamento dos doentes e
contactantes, contribuindo para o controle da expansão da pandemia”, afirma o
médico Sidney Klajner.
Governo
tomou decisão precipitada
O médico e biofísico
Antônio Carlos Campos de Carvalho, que pediu demissão do Ministério da Saúde
nesta semana diz que a decisão de ampliar o uso de cloroquina também para
pacientes com sintomas leves da Covid-19 foi precipitada. A opinião de Antonio Carlos Campos
coincide com a da maioria esmagadora da comunidade médica e científica que não
vê evidências científicas sólidas nos benefícios da cloroquina no tratamento da
Covid-19, e considera que o uso generalizado da droga pode trazer riscos graves
à saúde. Reportagem de Natália Cancian
(FSP), assinala que ele pediu demissão na segunda-feira (18), dois dias após a
saída do ministro da Saúde Nelson Teich, premido pelo debate sobre a
cloroquina.
Cloroquina não tem eficácia contra Covid-19, alerta OMS
Mike Ryan, da
Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou nesta 4ª-feira (20) que a
cloroquina e a hidroxicloroquina não têm eficácia comprovada para o tratamento
de coronavírus. Os dois medicamentos são produtos
licenciados para muitas doenças, mas eles não têm sido efetivos para o
tratamento da Covid-19, para pacientes infectados ou para uso preventivo. Alertou
para os "efeitos colaterais" das drogas. No Brasil, o Ministério
da Saúde (MS) divulgou
nesta 4ª-feira (20) autorizando o uso de cloroquina e da
hidroxicloroquina no Sistema Único de Saúde (SUS) em pacientes com sintomas
leves, apesar de estudos apontarem riscos potenciais do uso do medicamento, defendido
por Bolsonaro.
Acompanhe o registro do Coronavírus pelo mundo
Miguel
Paiva – Bolsonaro não quer entregar vídeo
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