Os sistemas funerário e de saúde na pandemia
Bolsonaro
impõe a cloroquina para pacientes com Covid-19
O governo Bolsonaro impôs
ao Ministério da Saúde (MS) nesta 4ª-feira (20), que médicos da rede pública de
saúde receitem a cloroquina associada à azitromicina, mesmo após os primeiros
sintomas da Covid-19, como tosse e dor de cabeça. O MS sabe que o medicamento
não tem comprovação científica contra a Covid-19 e que o Conselho Federal de
Medicina (CFM) autorizou que médicos receitem a hidroxicloroquina, variação da
cloroquina, com documento que insiste "nos critérios clínicos para início
do tratamento, em qualquer fase da doença, não excluem a necessidade de
confirmação laboratorial e radiológico". Antes de usar, o paciente deve
assinar o termo de Consentimento, ciente “de que o tratamento com cloroquina ou
hidroxicloroquina pode causar os efeitos colaterais descritos acima, e outros
menos graves ou menos frequentes, os quais podem levar à disfunção grave de
órgãos, ao prolongamento da internação, à incapacidade temporária ou
permanente, e até ao óbito".
Prefeito de Manaus teme genocídio de índios com Covid-19
Virgílio cobra do governo federal proteção aos
indígenas diante do coronavírus e denunciou o chefe do Poder Executivo Federal
por defender a legalização de garimpos em terras indígenas. “Nós temos aqui um
governo que não liga para a vida dos índios, que não valoriza essa cultura, que
pensa em outras coisas”. “É crime contra a humanidade isso que está sendo
praticado aqui no meu Estado”, acrescentando que já houve casos de índios que
morreram por Covid-19, e no interior do Estado, está “largado”. O Amazonas é dos
mais afetados pela pandemia, segundo dados do Ministério da Saúde, 22.132 casos
confirmados de Covid-19 com 1.491 mortes. Dados da Articulação dos Povos
Indígenas do Brasil (APIB) na 6ª-feira (15), a Covid-19 já matou 103 índios no
país e contaminou 610 indígenas de 44 etnias.
Opas: não há comprovação da eficácia da cloroquina contra Covid-19
O diretor de Doenças Transmissíveis da Organização
Pan-Americana da Saúde (Opas), Marcos Espinal, reiterou nesta terça-feira que
não há evidência científica para recomendar o uso da cloroquina contra a
Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus. “Não temos ainda
resultados de testes clínicos que possam sugerir a eficácia”, disse ele em
videoconferência do braço regional da OMS para comentar a pandemia nas
Américas. Questionado sobre a intenção do governo brasileiro de recomendar o
uso da cloroquina para tratar pacientes desde o início dos sintomas - ampliando
o protocolo atual que recomenda a utilização apenas em pacientes graves - o
diretor da Opas respondeu que “o uso em cada país é decisão de cada país”, mas
ressaltou os efeitos colaterais, principalmente problemas cardíacos.
Países adotaram lockdown antes da crise em seus sistemas de saúde
Países adotaram
medidas mais drásticas para combater a pandemia do novo coronavírus, mesmo
distantes de ver seus sistemas de saúde colapsarem. A Nova Zelândia, que conta
com apenas 5 milhões de habitantes, adotou o “lockdown” (bloqueio total)
rapidamente após o primeiro caso confirmado da Covid-19, em 28 de fevereiro,
eliminando por completo a doença de seu território no dia 13 deste mês. Na
Argentina, foi decretada a quarentena obrigatória no dia 20 de março, vigiada
pela polícia e pelo Exército. O texto da medida prevê penas de prisão de 1 a 15
anos, por atentado à saúde pública, para quem sair às ruas sem necessidade
comprovada. A Itália foi o primeiro país a entrar em confinamento após a China.
Depois de 56 dias de quarentena total, cerca de 4,5 milhões de pessoas
retornaram ao trabalho em maio. O índice de infecções e de mortes vem caindo no
país.
União Europeia se opõe aos EUA e apoia OMS
A União Europeia (UE) manifestou seu apoio à
Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (19), depois que o
presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou suspender permanentemente seu
financiamento para a gestão da pandemia. "É hora de solidariedade, não de
apontar o dedo, ou minar a cooperação multilateral (...) A UE apoia os esforços
da OMS", disse a porta-voz da diplomacia europeia, Virginie Battu, em uma
entrevista coletiva.
Isolamento reduz expansão da Covid-19 de 3,5 para 1,4 - ainda é alto
O número de pessoas
infectadas pelo novo coronavírus a partir de um único contaminado, mais
conhecido por “número básico de reprodução", cai no Brasil desde o início
da pandemia. A data de registro do primeiro caso da Covid-19 no Brasil (26.02),
cada pessoa infectada transmitia a doença para outras 3,5, em média. Após o
decreto de prefeitos e governadores de estado das medidas de isolamento social,
o número caiu para 1,9 (23.03). Com mais estados promovendo quarentena, está em
1,4, agora. No momento, cada dois brasileiros contaminados passam a doença para
outros três. O cenário ainda preocupa, mesmo após a redução. O número de
infectados do novo coronavírus dobra a cada 9 ou 10 dias no país com mais de
260 mil casos.
China identifica anticorpos eficazes contra o novo coronavírus
Estudos em animais mostraram uma cura potencial
para a Covid-19, tanto em médio como em curto prazo. Segundo os resultados da
pesquisa na atual etapa, quando se injetou o anticorpo BD-368-2 em ratos
enfermos a carga do vírus focou 2.400 vezes menor e ao aplicá-lo em exemplares
sãos estes ficaram protegidos da infecção. Os pesquisadores declararam à
Xinhua que a experiência poderia resultar no desenvolvimento de fármacos com
funções terapêuticas e de prevenção contra o novo coronavírus se houver novo
surto durante o inverno.
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