quarta-feira, 20 de maio de 2020

NOTÍCIAS CORONAVÍRUS 54

20.05.2020

Os sistemas funerário e de saúde na pandemia




Bolsonaro impõe a cloroquina para pacientes com Covid-19

O governo Bolsonaro impôs ao Ministério da Saúde (MS) nesta 4ª-feira (20), que médicos da rede pública de saúde receitem a cloroquina associada à azitromicina, mesmo após os primeiros sintomas da Covid-19, como tosse e dor de cabeça. O MS sabe que o medicamento não tem comprovação científica contra a Covid-19 e que o Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou que médicos receitem a hidroxicloroquina, variação da cloroquina, com documento que insiste "nos critérios clínicos para início do tratamento, em qualquer fase da doença, não excluem a necessidade de confirmação laboratorial e radiológico". Antes de usar, o paciente deve assinar o termo de Consentimento, ciente “de que o tratamento com cloroquina ou hidroxicloroquina pode causar os efeitos colaterais descritos acima, e outros menos graves ou menos frequentes, os quais podem levar à disfunção grave de órgãos, ao prolongamento da internação, à incapacidade temporária ou permanente, e até ao óbito". 

Prefeito de Manaus teme genocídio de índios com Covid-19

Virgílio cobra do governo federal proteção aos indígenas diante do coronavírus e denunciou o chefe do Poder Executivo Federal por defender a legalização de garimpos em terras indígenas. “Nós temos aqui um governo que não liga para a vida dos índios, que não valoriza essa cultura, que pensa em outras coisas”. “É crime contra a humanidade isso que está sendo praticado aqui no meu Estado”, acrescentando que já houve casos de índios que morreram por Covid-19, e no interior do Estado, está “largado”. O Amazonas é dos mais afetados pela pandemia, segundo dados do Ministério da Saúde, 22.132 casos confirmados de Covid-19 com 1.491 mortes. Dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) na 6ª-feira (15), a Covid-19 já matou 103 índios no país e contaminou 610 indígenas de 44 etnias. 

Opas: não há comprovação da eficácia da cloroquina contra Covid-19

O diretor de Doenças Transmissíveis da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Marcos Espinal, reiterou nesta terça-feira que não há evidência científica para recomendar o uso da cloroquina contra a Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus. “Não temos ainda resultados de testes clínicos que possam sugerir a eficácia”, disse ele em videoconferência do braço regional da OMS para comentar a pandemia nas Américas. Questionado sobre a intenção do governo brasileiro de recomendar o uso da cloroquina para tratar pacientes desde o início dos sintomas - ampliando o protocolo atual que recomenda a utilização apenas em pacientes graves - o diretor da Opas respondeu que “o uso em cada país é decisão de cada país”, mas ressaltou os efeitos colaterais, principalmente problemas cardíacos. 

Países adotaram lockdown antes da crise em seus sistemas de saúde

Países adotaram medidas mais drásticas para combater a pandemia do novo coronavírus, mesmo distantes de ver seus sistemas de saúde colapsarem. A Nova Zelândia, que conta com apenas 5 milhões de habitantes, adotou o “lockdown” (bloqueio total) rapidamente após o primeiro caso confirmado da Covid-19, em 28 de fevereiro, eliminando por completo a doença de seu território no dia 13 deste mês. Na Argentina, foi decretada a quarentena obrigatória no dia 20 de março, vigiada pela polícia e pelo Exército. O texto da medida prevê penas de prisão de 1 a 15 anos, por atentado à saúde pública, para quem sair às ruas sem necessidade comprovada. A Itália foi o primeiro país a entrar em confinamento após a China. Depois de 56 dias de quarentena total, cerca de 4,5 milhões de pessoas retornaram ao trabalho em maio. O índice de infecções e de mortes vem caindo no país.

União Europeia se opõe aos EUA e apoia OMS

A União Europeia (UE) manifestou seu apoio à Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (19), depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou suspender permanentemente seu financiamento para a gestão da pandemia. "É hora de solidariedade, não de apontar o dedo, ou minar a cooperação multilateral (...) A UE apoia os esforços da OMS", disse a porta-voz da diplomacia europeia, Virginie Battu, em uma entrevista coletiva. 


Isolamento reduz expansão da Covid-19 de 3,5 para 1,4 - ainda é alto

O número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus a partir de um único contaminado, mais conhecido por “número básico de reprodução", cai no Brasil desde o início da pandemia. A data de registro do primeiro caso da Covid-19 no Brasil (26.02), cada pessoa infectada transmitia a doença para outras 3,5, em média. Após o decreto de prefeitos e governadores de estado das medidas de isolamento social, o número caiu para 1,9 (23.03). Com mais estados promovendo quarentena, está em 1,4, agora. No momento, cada dois brasileiros contaminados passam a doença para outros três. O cenário ainda preocupa, mesmo após a redução. O número de infectados do novo coronavírus dobra a cada 9 ou 10 dias no país com mais de 260 mil casos.

China identifica anticorpos eficazes contra o novo coronavírus

Estudos em animais mostraram uma cura potencial para a Covid-19, tanto em médio como em curto prazo. Segundo os resultados da pesquisa na atual etapa, quando se injetou o anticorpo BD-368-2 em ratos enfermos a carga do vírus focou 2.400 vezes menor e ao aplicá-lo em exemplares sãos estes ficaram protegidos da infecção. Os pesquisadores declararam à Xinhua que a experiência poderia resultar no desenvolvimento de fármacos com funções terapêuticas e de prevenção contra o novo coronavírus se houver novo surto durante o inverno.

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Miguel Paiva – Pô, pai, ninguém



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