sexta-feira, 1 de maio de 2020

NOTÍCIAS CORONAVÍRUS 35

01.05.2020

Distanciamento social: até quando?


 

Aos 98 anos, médico mais velho da França atende pacientes

O médico francês Christian Chenay, de 98 anos, precisou fechar seu consultório em Paris e organizar consultas virtuais por conta do coronavírus. Porém, não parou de visitar seus pacientes em uma casa de repouso. Ele é o médico mais velho da França e afirmou que sua mulher está amedrontada dele levar o coronavírus para casa. “E ela está certa”, reconhece. Entretanto, “não posso abandoná-los”, conta. “Eles não vão conseguir se virar sozinhos”. 

Manaus: alta de 578% de óbitos levanta suspeitas

Com os sistemas de saúde pública e funerário totalmente colapsados, Manaus teve uma explosão de mortes por causas respiratórias em abril. Nos 28 primeiros dias do mês passado foram 1.181 óbitos por essas causas contra 174 no mesmo período em 2019 - uma alta de 578%. Porém, apenas um em cada quatro mortes por doenças respiratórias foram indicadas e confirmadas como coronavírus, 303 ao todo, o que levanta suspeitas sobre o tamanho da subnotificação de casos do vírus no estado e no Brasil. Outro dado importante é que as causas respiratórias responderam por 50,4%, em abril, dos óbitos da capital amazonenses, quase o dobro do mês em 2019, quando essas mortes foram 25,9% do total.

Pacientes de Covid-19 volta a crescer no Hospital Albert Einstein

O número de pacientes internados com coronavírus no hospital Albert Einstein, voltou a crescer nesta semana, depois de sequência de quedas. O número de pessoas internadas no Einstein com a Covid-19 era de 122 em 4 de abril, chegou a cair para 70. O número voltou a subir esta semana, chegando a 86 sendo metade das pessoas na UTI. “Pode ser uma tendência. Se isso se confirmar, será um reflexo da redução do isolamento social nas classes A e B”. O menosprezo aos riscos do coronavírus é patente nas elites: “Os números mostram esse relaxamento e a gente começa a sentir isso na atitude das pessoas. A relação disso com o aumento do número de casos é muito clara”.

Controle dos assintomáticos: o sucesso de Cuba contra o coronavírus

Mapear e isolar os pacientes que contagiam sem apresentar sintomas e buscar possíveis doentes de casa em casa são algumas medidas com as quais Cuba busca mudar favoravelmente o rumo da pandemia e alcançar o pico de transmissão antes do previsto. Até quarta-feira (29/04), Cuba acumulava 1.467 casos do novo coronavírus, com 58 mortes, desde que os primeiros pacientes testados positivos foram registrados em 11/03, número muito menor que o dos vizinhos. Cuba decidiu focar sua atenção nos assintomáticos - aqueles que sequer tossem - mas que espalham o vírus. Sem exames, essa população não sabe que possui a doença e representa um risco para a propagação do novo coronavírus. Dos 380 novos casos em Cuba entre 20 e 29 de abril, 222 eram assintomáticos, contabilizando mais de 58% dos casos. Mas todos já se encontravam isolados em algum centro de saúde, porque tiveram contato com algum caso positivo. 

Cuba: Suspeito? Isolamento!
"Se detecto um paciente confirmado para a covid-19, busco a última pessoa que possa ter tido contato com ele nos últimos 14 dias e tenha se infectado", afirmou Francisco Durán, diretor de Epidemiologia do Ministério da Saúde de Cuba (Minsap). "Isolo e estudo todas essas pessoas. Isso indiscutivelmente tem uma repercussão em reduzir a incidência, em diminuir a transmissão". Se testa todos os contatos confirmados com covid-19, com ou sem sintomas. "Há momentos em que o resultado é negativo, mas é mantida uma vigilância caso apareça algum sintoma", afirma. Os que apresentam sintomas de imediato recebem tratamento "como se tivessem" a doença, até que seja confirmada. A ilha tem seu próprio arsenal para tratá-los. Entre eles o antiviral Interferón Alfa 2B, que repõe as defesas humanas, usado pela China como uma das opções de combate ao vírus. Não evita o contágio, mas os pacientes evoluem "um pouco melhor", diz Durán. Também usamos plasma de pacientes recuperados em terapias. "Impacto do uso é evidente em pacientes beneficiados". A cloroquina e a azitromicina também constam do protocolo, depende do caso. 

Médicos: de porta em porta
O novo coronavírus está presente em 104 dos 168 municípios de Cuba. Há um total de 39 surtos de transmissão local em acompanhamento para evitar descontrole. Desde meados de março, milhares de estudantes de medicina vasculham todos os cantos do país em busca de possíveis casos. A "pesquisa é a garantia do sucesso", declarou Luis Armando Wong, diretor de Saúde na província de Mayabeque, vizinha de Havana, que registra 45 casos. "Até o momento, não precisamos lamentar pacientes mortos e é justamente porque os identificamos na pesquisa e foram tratados a tempo". Mayabeque, com 30% de seus 382.000 habitantes espalhados em setores rurais, tornou a pesquisa complicada. "Como moro no campo, as casas são distantes. Ando um quilômetro e às vezes faço o levantamento em duas casas", explicou Darlyn de Caridad, a estudante do primeiro ano de medicina. As autoridades de saúde investigam se há sintomas respiratórios, tosse seca ou febre nos cubanos examinados. Se detectarem suspeitos, reportam imediatamente. "Não me sinto sobrecarregada ou estressada, porque sei que temos um sistema de saúde muito amplo", disse Bárbara García, mulher de 70 anos e moradora do campo, que sofre de problemas pulmonares.

Modo: antecipar o pico da pandemia
Se tudo correr bem, Cuba deve adiantar o pico da curva de contágio para a próxima semana, com um máximo de 2.500 casos ativos. Cálculos estimavam que o pico deveria ser alcançado no final de maio. O adiantamento se deve à eficácia das medidas de isolamento social e de saúde adotadas, de acordo com José Portal, Ministro da Saúde. Com um pico de 4.500 casos ativos, não está descartado, porque "pode haver um grupo de casos – assintomáticos - que não identificamos". A situação é devido a filas para comprar alimentos ou por descuidos, como surto em lar de idosos que retoma a curva de contágios. Chegar ou não a "estágio epidêmico vai depender exclusivamente de quantos casos conseguiremos diagnosticar e isolar, identificar os contatos, mas mais do que tudo, da capacidade de cooperação" dos cidadãos, apontou o ministro.

Coronavírus pode atingir 12 mil idosos em asilos

Ministério da Saúde indica que o coronavírus pode atingir cerca de 11.732 idosos que vivem em asilos da rede pública. Eles fizeram o cálculo considerando a existência de mais de 78 mil pessoas com mais de 60 anos vivendo em instituições vinculadas ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e uma estimativa de 15% de incidência da doença. 

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