segunda-feira, 27 de abril de 2020

NOTÍCIAS CORONAVIRUS 31

26.04.2020


Coronavírus e os direitos das trabalhadoras domésticas


 


Governo Bolsonaro deixa ONU preocupada com combate à pandemia

Georgette Gagnon, diretora de Operações do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, afirmou estar "preocupada" com as "mensagens conflitantes de autoridades, por vezes reduzindo a seriedade da situação, e isso pode minar os esforços do Brasil para lidar com a pandemia. É nossa posição que governos, em todos os lados, precisam proteger valores democráticos e direitos humanos, evitar respostas que alimentem tendências antidemocráticas”.

Pará puxa a fila e outros estados avaliam contratar médicos cubanos

O governador do Pará, Hélder Barbalho, contratou 86 médicos cubanos para trabalharem contra o coronavírus. Até sábado (25), 50 deles já haviam começado a trabalhar. Os profissionais são os que permaneceram no Brasil e ainda não foram reinseridos no 'Mais Médicos'. Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná avaliam possibilidade de contratar médicos do programa. O Brasil tem pelo menos 61,8 mil confirmações e 4,2 mil mortes provocadas pelo coronavírus.


Pandemia está chegando aos 3 milhões de mortos
Os casos do novo coronavírus no mundo se aproximam dos três milhões. Até a manhã desta segunda-feira, a Universidade Johns Hopkins, nos EUA, computava 2.982.933 pessoas infectadas e 206.811 mortes em razão da covid-19. A pandemia aprofunda crises políticas e econômicas em todo o planeta. Enquanto o Brasil, com 4.205 óbitos pela covid-19 e 61.888 contágios, aguarda a definição do substituto de Sergio Moro no Ministério da Justiça e do novo chefe da Polícia Federal.


Boris Jonhson volta ao trabalho
No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Jonhson voltou ao trabalho três semanas após deixar a UTI, para pedir aos cidadãos que sejam pacientes e se preparem para fazer um último esforço contra a doença. “É um momento de risco máximo, porque sei que muitos começam a ver um aparente sucesso na estratégia e começam a se perguntar se não chegou a hora de relaxar todas essas medidas de distanciamento social.


Diretor executivo da OMS fala do Brasil
Michael J. Ryan, diretor executivo da OMS, foi questionado sobre a gestão do governo Jair Bolsonaro, que tem incentivado os Estados a retomarem as atividades econômicas e reabrirem o comércio, apesar da escalada diária de casos e mortes no país. Ryan afirmou que cabe a cada administração tomar a decisão que considera melhor. "Não posso falar sobre a situação no Brasil, sei que nas últimas semanas houve um aumento de casos, mas o Brasil é um país muito grande. Acho que cada país precisa calcular quando reduzir as restrições, mas se a redução ocorrer muito em breve, é possível que as restrições voltem mais tarde. É uma situação difícil”.

Fernández amplia quarentena e acusa Bolsonaro de “falta de seriedade”

Ao anunciar a ampliação da quarentena no país até o dia 10 de maio, o presidente argentino Alberto Fernández abordou outra preocupação que sua gestão tem com respeito à pandemia, a forma como o governo brasileiro trata a questão. Fernández evitou citar Bolsonaro, mas foi bastante claro em sua opinião sobre como o Brasil  lida com a crise da saúde. “Me preocupa muito a situação do Brasil porque não acho que o governo brasileiro esteja enfrentando o problema com a seriedade que o caso requer. Digo isso, sinceramente”. Assunto surgiu de conversas com governadores de províncias na fronteira com o Brasil. “Tive uma conversa com todos os governadores por videoconferência. As províncias de Misiones e Corrientes são caminho de entrada de caminhões de carga de São Paulo, foco de infecção é altíssimo”.

São Paulo: mais de 20.000 casos confirmados e 1.716 óbitos

O Estado de São Paulo registra atualmente 20.715 casos confirmados de covid-19 e 1.700 óbitos por causa da doença. Entre os infectados, 1.509 estão internados em UTIs e 1.716 em enfermarias. Nesta segunda-feira, o governador João Doria (PSDB) anunciou o funcionamento de 100 novos leitos de UTI no Hospital das Clínicas da USP. A taxa de isolamento social no Estado aumentou um pouco no neste sábado e domingo, em relação aos dias da semana passada, é menor que nos fins de semana: 52% no sábado, e 58% no domingo.

Acompanhe o registro do Coronavírus pelo mundo



Miguel Paiva

 

Mundo faz esforços para atender países

Brasil é deixado de fora de Aliança sobre acesso a tratamentos na OMS

A OMS realizou nesta sexta-feira uma reunião de alto nível com alguns dos principais presidentes e lideranças mundiais para criar uma nova aliança internacional. Chefes de Estado e de governo de uma dezena de países, incluindo Alemanha e Franca, participaram no lançamento; Fundação Bill e Melinda Gates, Aliança Global de Vacinação Gavi e Cruz e Crescente Vermelho também são parceiros; partilha de informação e recursos deve acelerar combate à pandemia.
A iniciativa visa acelerar a produção e distribuição de tratamentos para lidar com a pandemia e garantir a chegada de uma vacina no mercado em um tempo recorde, com um fundo de mais de R$ 45 bilhões, para financiar a distribuição de remédios e produção, além de fortalecimento dos sistemas públicos e toda a resposta contra a doença.
Mas o Brasil, que historicamente liderou o assunto de acesso a medicamentos, não participou com sua cúpula política, e parte do governo sequer sabia do mega-evento, num sinal da irrelevância que a diplomacia nacional ganhou.
O evento marca um compromisso de que qualquer tratamento ou vacina que seja criada será alvo de um esforço internacional para que seja disponibilizada a todos os países.


O diretor-geral da ONU, Tedros Adhanom, disse que o mundo precisa dessas ferramentas. E precisa delas rapidamente. Já o secretário geral da ONU, António Guterres, afirmou que “Acabar com a pandemia exige um esforço de saúde pública mais maciço da história do mundo, desde a Segunda Guerra Mundial”.
De acordo com Emmanuel Macron, presidente da França, a luta contra a pandemia exige um papel central para a OMS, apoiar sistemas públicas de saúde, testes e tratamentos. Mas indicou que o projeto tem como objetivo principal acelerar a chegada de uma vacina. Segundo ele, não haverá desculpa para que uma vacina fique apenas no país onde foi inventada. Veja a reportagem completa no vídeo.

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