26.04.2020
Coronavírus e os direitos das trabalhadoras domésticas
Governo
Bolsonaro deixa ONU preocupada com combate à pandemia
Georgette Gagnon, diretora de Operações do Alto
Comissariado da ONU para Direitos Humanos, afirmou estar "preocupada"
com as "mensagens conflitantes de autoridades, por vezes reduzindo a
seriedade da situação, e isso pode minar os esforços do Brasil para lidar com a
pandemia. É nossa posição que governos, em todos os lados, precisam
proteger valores democráticos e direitos humanos, evitar respostas que
alimentem tendências antidemocráticas”.
Pará puxa a fila e outros estados avaliam contratar médicos cubanos
O governador do Pará, Hélder Barbalho, contratou 86
médicos cubanos para trabalharem contra o coronavírus. Até sábado (25), 50
deles já haviam começado a trabalhar. Os profissionais são os que permaneceram
no Brasil e ainda não foram reinseridos no 'Mais Médicos'. Bahia, Goiás, Mato
Grosso do Sul e Paraná avaliam possibilidade de contratar médicos do programa. O
Brasil tem pelo menos 61,8 mil confirmações e 4,2 mil mortes provocadas pelo
coronavírus.
Pandemia
está chegando aos 3 milhões de mortos
Os casos do novo coronavírus no mundo se aproximam dos três milhões. Até a manhã
desta segunda-feira, a Universidade Johns Hopkins, nos EUA, computava 2.982.933
pessoas infectadas e 206.811 mortes em razão da covid-19. A pandemia aprofunda
crises políticas e econômicas em todo o planeta. Enquanto o Brasil, com 4.205
óbitos pela covid-19 e 61.888 contágios, aguarda a definição do substituto de Sergio Moro no Ministério da Justiça e do novo chefe da Polícia
Federal.
Boris Jonhson volta ao
trabalho
No Reino Unido, o
primeiro-ministro Boris Jonhson voltou ao trabalho três semanas após deixar a
UTI, para pedir aos cidadãos que sejam pacientes e se preparem para fazer um
último esforço contra a doença. “É um momento de risco máximo, porque sei que
muitos começam a ver um aparente sucesso na estratégia e começam a se perguntar
se não chegou a hora de relaxar todas essas medidas de distanciamento social.
Diretor
executivo da OMS fala do Brasil
Michael J. Ryan, diretor
executivo da OMS, foi questionado sobre a gestão do governo Jair Bolsonaro, que tem
incentivado os Estados a retomarem as atividades econômicas e reabrirem o
comércio, apesar da escalada diária de casos e mortes no país. Ryan afirmou que
cabe a cada administração tomar a decisão que considera melhor. "Não posso
falar sobre a situação no Brasil, sei que nas últimas semanas houve um aumento
de casos, mas o Brasil é um país muito grande. Acho que cada país precisa
calcular quando reduzir as restrições, mas se a redução ocorrer muito em breve,
é possível que as restrições voltem mais tarde. É uma situação difícil”.
Fernández
amplia quarentena e acusa Bolsonaro de “falta de seriedade”
Ao anunciar a ampliação da quarentena no país até o
dia 10 de maio, o presidente argentino Alberto Fernández abordou outra
preocupação que sua gestão tem com respeito à pandemia, a forma como o governo
brasileiro trata a questão. Fernández evitou citar Bolsonaro, mas foi bastante
claro em sua opinião sobre como o Brasil lida com a crise da saúde. “Me preocupa muito
a situação do Brasil porque não acho que o governo brasileiro esteja
enfrentando o problema com a seriedade que o caso requer. Digo isso,
sinceramente”. Assunto surgiu de conversas com governadores de províncias na fronteira
com o Brasil. “Tive uma conversa com todos os governadores por
videoconferência. As províncias de Misiones e Corrientes são caminho de entrada
de caminhões de carga de São Paulo, foco de infecção é altíssimo”.
São Paulo: mais de 20.000 casos confirmados e 1.716 óbitos
O Estado de São Paulo registra
atualmente 20.715 casos confirmados de covid-19 e 1.700 óbitos por causa da doença. Entre os
infectados, 1.509 estão internados em UTIs e 1.716 em enfermarias. Nesta
segunda-feira, o governador João Doria (PSDB) anunciou o funcionamento de 100 novos leitos de
UTI no Hospital das Clínicas da USP. A taxa de isolamento
social no Estado aumentou um pouco no neste sábado e
domingo, em relação aos dias da semana passada, é menor que nos fins de
semana: 52% no sábado, e 58% no domingo.
Acompanhe o registro do Coronavírus pelo mundo
Miguel
Paiva
Mundo faz esforços para atender países
Brasil é deixado
de fora de Aliança sobre acesso a tratamentos na OMS
A OMS realizou nesta sexta-feira uma reunião de
alto nível com alguns dos principais presidentes e lideranças mundiais para
criar uma nova aliança internacional. Chefes de Estado e de governo de uma
dezena de países, incluindo Alemanha e Franca, participaram no lançamento;
Fundação Bill e Melinda Gates, Aliança Global de Vacinação Gavi e Cruz e
Crescente Vermelho também são parceiros; partilha de informação e recursos deve
acelerar combate à pandemia.
A iniciativa visa acelerar a produção e
distribuição de tratamentos para lidar com a pandemia e garantir a chegada de
uma vacina no mercado em um tempo recorde, com um fundo de mais de R$ 45
bilhões, para financiar a distribuição de remédios e produção, além de
fortalecimento dos sistemas públicos e toda a resposta contra a doença.
Mas o Brasil, que historicamente liderou o assunto
de acesso a medicamentos, não participou com sua cúpula política, e parte do
governo sequer sabia do mega-evento, num sinal da irrelevância que a diplomacia
nacional ganhou.
O evento marca um compromisso de que qualquer
tratamento ou vacina que seja criada será alvo de um esforço internacional para
que seja disponibilizada a todos os países.
O diretor-geral da ONU, Tedros Adhanom, disse que o
mundo precisa dessas ferramentas. E precisa delas rapidamente. Já o secretário
geral da ONU, António Guterres, afirmou que “Acabar com a pandemia exige um
esforço de saúde pública mais maciço da história do mundo, desde a Segunda
Guerra Mundial”.
De acordo com Emmanuel Macron, presidente da
França, a luta contra a pandemia exige um papel central para a OMS, apoiar
sistemas públicas de saúde, testes e tratamentos. Mas indicou que o projeto tem
como objetivo principal acelerar a chegada de uma vacina. Segundo ele, não
haverá desculpa para que uma vacina fique apenas no país onde foi inventada.
Veja a reportagem completa no vídeo.
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