O filme Getúlio (Getúlio. Dir. João Jardim, com Tony Ramos, Drica Moraes, Alexandre Borges. Drama. Brasil. 2014) conta a história do governante que mais tempo exerceu o poder presidencial na história do país, instaurando o trabalhismo e, como estancieiro, virando as costas à reforma agrária.
A obra, que culmina com sua morte em 24 de agosto de 1954, é o ápice do relato dos seus últimos 19 dias, fazendo prevalecer a leitura dramática em detrimento da leitura política do golpismo que, nas palavras de Tancredo Neves, à época Ministro da Justiça, se revelariam nos mesmos líderes do golpe de 1964 - instalando a mais longa ditadura brasileira e a primeira das diversas que sangraram o continente por duas décadas. A trama dispensa um conjunto de elementos fundamentais para entender o golpismo, não dando elementos para uma compreensão histórica e politicamente mais objetiva.
Sua personalidade populista foi cristalizada na imagem do povo carregando seu caixão, do Palácio do Catete até o Aeroporto Santos Dumont - histórica dentro da obra ficcional - que rivalizava com o político-jornalista, Carlos Lacerda - que exerceu a profissão e o mandato com seus piores vícios - perenizando na imprensa o mesmo comportamento udenista dos nossos dias, mas só conseguindo derrubar ainda o Presidente João Goulart, até a atual impotência desesperada.
Assista hoje o filme Getúlio na TV Globo, às 22h45
*Pós-Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Tocantins (UFT) - Campus Araguaína
Nenhum comentário:
Postar um comentário