Blog do Galeno
Notícias sobre a desativação da tradicional Livraria Cortez gerou apreensão no mercado sobre futuro da editora do mesmo nome. Esta, diz o seu diretor, Antonio Erivan Gomes, que está a frente do negócio, se prepara é para crescer e se internacionalizar mais. Confira, a seguir, a entrevista concedida por Erivan Gomes ao Blog do Galeno.
Nos últimos dias, ganhou ampla repercussão no mercado e nas redes e informação de que a Cortez estava fechando sua tradicional livraria em São Paulo, ao lado da PUC, e que passaria a ter somente uma exposição dos próprios livros da editora. Isso acabou gerando uma confusão do modo das pessoas interpretaram a notícia. Qual é a remodelação que está sendo feita pela empresa?
Erivan Gomes - A história da Cortez Editora e Livraria se confunde com o próprio Cortez. Este iniciou sua vida profissional como livreiro na PUC-SP no final dos anos 1960 e somente alguns anos mais tarde, começou a editar e hoje a Cortez Editora conta com mais de 1.300 títulos em catálogo e próximo a esse número, de autores, em sua maioria, brasileiros.
Diante do cenário econômico e das mudanças no mercado editorial e livreiro, estamos redimensionando nossos investimentos, priorizando a ampliação de publicações da Cortez Editora. Nesse processo, optamos por potencializar o espaço da Livraria Cortez com atividades e títulos exclusivamente da Cortez Editora. Isso implica que a partir de 1º de outubro, este espaço estará à disposição de nossos autores para alí realizarem encontros, lançamentos e atividades dos livros publicados pela Editora.
O espaço será, portanto, transformado em show room das publicações da Cortez Editora e, no local, faremos o atendimento a livreiros, bibliotecários e professores.
Qual era a participação dos livros da Editora Cortez nas vendas da livraria? As vendas para o consumidor final continuarão a ser feitas no local?
Em média, a participação dos títulos da Cortez Editora nas vendas Livraria Cortez era próximo a 20% e estaremos abertos no horário comercial de segunda-feira a sexta-feira atendendo o consumidor final.
Há algum outro serviço que era oferecido no local que deixará de existir?
Somente deixaremos de dispor de acervo de outras editoras. Todos os demais serviços continuarão a existir.
Quais os planos, agora, da Editora Cortez?
Reforçaremos o foco na edição de títulos nas áreas em que atuamos (Educação, Serviço Social, Sociologia, Ciências da Linguagem e Literatura Infantojuvenil), uma vez que acreditamos no potencial de nossos autores e na produção cientifica hoje existente no Brasil.
A Cortez Editora também está investindo na internacionalização de seu catálogo, promovendo no exterior autores e ilustradores brasileiros. Participamos continuamente das principais feiras internacionais de livros como Frankfurt, Bologna e Guadalajara e nosso foco principal é a venda de Direitos Autorais. Nos últimos anos, foram vendidos 25 títulos para diferentes países como China, Coreia do Sul, Taiwan, Malásia, Líbano, Espanha, Portugal, Estados Unidos, Turquia e Colômbia.
Ainda como parte do processo de internacionalização, lançamos recentemente na Bienal do Livro de São Paulo, o projeto AICE – Acervo Internacional Cortez Editora. Esse projeto tem como finalidade principal disponibilizar títulos e autores importantes nos idiomas originais nas áreas em que publicamos. Inicialmente, o projeto AICE conta com 31 títulos e, nos próximos 12 meses, a expectativa é de termos cerca de 150 títulos nesse projeto.
Acreditamos que os maiores beneficiários desse acervo serão os professores e pesquisadores de pós-graduação de universidades de todo o país. Estes terão à sua disposição, títulos importados com preços similares aos livros brasileiros. Sabemos que um dos grandes problemas do livro importado é o seu preço e o tempo de espera para a importação e com esse projeto, teremos o livro para pronta entrega a preços competitivos.
Transcrito de http://www.blogdogaleno.com.br/2016/09/06/sem-a-livraria-cortez-quer-crescer-e-internacionalizar
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