quinta-feira, 23 de julho de 2020

NOTÍCIAS CORONAVÍRUS 90

23.07.2020

Cloroquina não curou Bolsonaro


 

Fiocruz: haverá mais 3 mil mortos no Rio com volta às aulas em agosto

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estima que, se as aulas nas escolas voltarem a partir de agosto, o estado do Rio de Janeiro terá cerca de 3 mil novas mortes por causa do coronavírus, levando em consideração um panorama em todo o País do impacto da volta às aulas em uma população de mais de 9 milhões de pessoas do grupo de risco que convivem na mesma casa com crianças e adolescentes em idade escolar - 600 mil delas moram no Rio. O Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro (Sinpro), que representa 35 mil profissionais em atuação em mais de 2.000 escolas privadas na capital, criticou a medida. O levantamento foi desenvolvido com base na Pesquisa Nacional de Saúde, feita pelo IBGE em parceria com o Laboratório de Informação em Saúde da Fiocruz. 

De acordo com o site do governo federal disponibilizado para atualizações das estatísticas da Covid-19, o território fluminense é o terceiro estado brasileiro com o maior número de casos (148 mil), atrás de São Paulo (439 mil) e do Ceará (153 mil). O governo do Rio registrou 12 mil mortes. No plano nacional, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de confirmações (2,2 milhões) e mortes (82 mil) provocadas pela doença, perdendo apenas para os Estados Unidos (4,1 milhões de casos e 146 mil).  

A previsão da Fiocruz levou em conta idosos com mais de 60 anos e pessoas com diabetes, problemas no coração ou no pulmão que convivem na mesma casa com ao menos uma pessoa com idade entre 3 e 17 anos. De acordo com a entidade, cerca de 10% dessa população deve precisar de cuidados intensivos, o que representa 60 mil pessoas no Rio. 

Segundo o epidemiologista Diego Ricardo Xavier, um dos responsáveis pelo estudo, em caso de volta às aulas, o contato com crianças e adolescentes fará com que parte do grupo de risco interrompa o isolamento social. A entrevista foi publicada pelo portal Uol

"A gente precisa lembrar como se dá a dinâmica familiar. Muitos pais saem para trabalhar e deixam os filhos com os avós. Mas, quando a criança voltar para a escola, vai acabar levando o vírus para essa população de risco, que não terá como seguir isolada. Acabou o 'fica em casa' para esses idosos. A doença é menos prejudicial na população mais jovem. Mas eles funcionam como vetores do vírus", disse ele. 

"Se o vírus voltar a subir de forma abrupta, não vai ser possível atender toda essa população. Os leitos já estão ocupados para atender o que ficou para trás por conta da covid", alertou.

O pesquisador também citou o contato entre professores e funcionários das instituições de ensino. "É difícil manter cuidados de higiene com crianças, que vão se aglomerar e entrar em contato com os trabalhadores da escola, criando uma nova distribuição do vírus. Seria preciso adotar estratégias de rastreamento dessa população para evitar que isso aconteça", acrescentou.

De acordo com o Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro (Sinpro), a volta às aulas é "prematura". A categoria condicionou um eventual retorno à testagem dos profissionais para coronavírus, que não faz parte dos protocolos adotados pela Prefeitura do Rio, comandada por Marcelo Crivella (Republicanos).

O Sinpro marcou uma assembleia virtual para 1º de agosto, véspera da retomada facultativa das atividades escolares. 

A prefeitura contestou o posicionamento do Sinpro e disse que a categoria dos professores aprova a volta às aulas. Em nota, o Executivo municipal encaminhou relatos de profissionais de ensino, em apoio à medida.



Pandemia vai intensificar abandono de escola entre alunos mais pobres 1

No litoral cearense, há alunos do ensino médio que já não conseguem mais acompanhar as aulas online, porque têm de trabalhar durante o dia inteiro. No interior do Piauí, educadores recorrem a visitas domésticas e vídeos motivadores para tentar atrair os estudantes que não têm aparecido nos encontros virtuais. Em São Paulo, alunos de baixa renda atendidos por uma organização sem fins lucrativos temiam "voltar para a estaca zero" nos estudos em meio à pandemia.

Em todos esses lugares, são vários os relatos de estudantes sem equipamentos ou conexão à internet, famílias em situação econômica cada vez mais frágil, professores com crescentes dificuldades em manter os alunos engajados nas aulas remotas e pais tanto ansiosos quanto temerosos pela perspectiva da volta às aulas presenciais — marcada, em alguns Estados, para agosto ou setembro.

O resultado dessa combinação é que cresce o temor, entre educadores e pesquisadores, de que as circunstâncias impostas pela pandemia façam com que mais estudantes simplesmente desistam da escola neste ano, engordando as estatísticas de evasão escolar no Brasil.

A equipe da escola chamou psicólogos para darem palestras aos estudantes e fez apostilas aos alunos que não têm internet ou celular, mas teme que alguns percam a motivação ou as condições de voltarem à escola.

"Muitos são filhos de pais autônomos, como pedreiros ou pescadores. Alguns até têm celular para assistir às aulas, mas estão trabalhando manhã e tarde. Com certeza dá medo de eles não voltarem, pelo impasse (de perder a renda extra) e pela ideia de 'não vou conseguir aprender mais'", prossegue Nascimento.

Pais e mães dos alunos, diz ela, também manifestaram receio de mandar os filhos de volta à escola quando for hora de reabrir, por temer o contágio pelo coronavírus.

Para completar, "na escola temos uma sala de EJA (educação para jovens e adultos). De 20 alunos, só três ficaram. Muitos acham que o ano está perdido e não sabem se vão voltar."

O preço que o Brasil paga pela evasão

A evasão escolar é um problema crônico, com altos custos humanos, sociais e econômicos para o Brasil.

Dos quase 50 milhões de brasileiros entre 14 e 29 anos, mais de 20% — ou seja, 10,1 milhões de jovens — não completaram alguma das etapas da educação básica (que engloba os ensinos fundamental e médio), segundo a pesquisa Pnad Contínua 2019, divulgada na última quarta-feira (15) pelo IBGE.

As principais causas apontadas para o abandono escolar foram necessidade de trabalhar, desinteresse pelas aulas e gravidez. A ampla maioria (71,7%) desse contingente de jovens é negra ou parda.

Por cada jovem que abandona a escola, o Brasil perde R$ 372 mil reais por ano, apontam cálculos de Ricardo Paes de Barros, economista-chefe do Instituto Ayrton Senna, em estudo feito neste mês em parceria do Insper com a Fundação Roberto Marinho.

No total, o custo anual da evasão escolar é de R$ 214 bilhões, ou 3% do PIB (Produto Interno Bruto), com base na redução das possibilidades de emprego, renda e retorno para a sociedade das pessoas que não concluem a educação básica.

"Isso porque os jovens que têm a educação básica completa passam, em média, mais tempo de sua vida produtiva ocupados e em empregos formais, com maior remuneração; têm maior expectativa de vida com qualidade — estima-se que cada jovem com educação básica viverá quatro anos de vida a mais que um jovem que não terminou a escolaridade — e tendem a ter um menor envolvimento em atividades violentas, como homicídios", diz o estudo.


 

Um em cada três latino-americanos já corre o risco de contrair a Covid-19

Os casos de coronavírus na América Latina superaram nesta quarta-feira a marca de 4 milhões, mostrou uma contagem da Reuters, no momento em que o ritmo de contágio se acelera e a maioria dos países da região relaxa as medidas de isolamento voltadas a conter o avanço da doença.

Na última semana, a região reportou 65 mil casos por dia em média, sendo cerca da metade deles no Brasil, embora México, Argentina e Colômbia também tenham verificado aumentos significativos nos contágios.

O último milhão de casos demorou apenas 15 dias para ser alcançado, frente aos 17 dias do milhão anterior, aos 21 dias do segundo milhão e aos 96 dias do primeiro.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), alertou na terça-feira que a pandemia não mostra “sinais de desaceleração” no continente e que, devido à carga de doenças infecciosas e às condições crônicas, uma em cada três pessoas na América Latina tem o risco de ser acometida pela Covid-19.

O continente americano como um todo - que inclui os Estados Unidos, o país mais afetado pela pandemia - reportou mais de metade das infecções e mortes pela doença no mundo.

Brasil, Peru, México, Chile, Colômbia e Argentina estão entre os 20 países com maior número de casos do vírus.

Nos 148 dias desde que registrou o primeiro caso, a América Latina confirmou 4.023.658 infecções e 168.644 mortes, mais de um quarto do total mundial, segundo contagem da Reuters baseada em números oficiais.

De acordo com especialistas em saúde, é muito provável que os números de casos e mortes estejam subnotificados, devido à capacidade limitada de testes em alguns países.


 

Embaixada chinesa diz que sua vacina será um bem público universal

A vacina contra o novo coronavírus que está sendo desenvolvida será um bem público de acesso universal, segundo Wang Yi, conselheiro de Estado e Ministro de Relações Exteriores da China. A informação foi divulgada pelo perfil da Embaixada da China no Brasil. Confira o tweet da Embaixada da China: 

Embaixada da China no Brasil

Acaba de ser realizada a videoconferência especial entre Ministros das Relações Exteriores da China e América Latina e Caribe contra #COVID19. Wang Yi, Cons. de Estado e Min. de RR. EE da China, afirmou que a vacina desenvolvida pela China será bem público de acesso universal. @EmbaixadaChina


 

Brasil entra na segunda onda da Covid-19 sem ter combatido a primeira

As internações de pacientes com problemas respiratórios voltaram a subir de forma em estados que vinham registrando queda consistente, indicam dados da Fiocruz. O Amapá, o Maranhão, o Ceará e o Rio de Janeiro dão sinais de que pode estar começando uma segunda onda da Covid-19.

O Amapá registrou o pico de internações entre 3 e 9 de maio - foram 65 casos naquela semana. Depois, houve uma queda de 46% e chegou a 35 casos. Agora, voltou a subir, para 59.

O Maranhão registrou 378 casos na semana de pico, caiu para 150. E agora voltou a subir, para 167 internações. O Ceará passou de 2.048 casos para 813 e registrou 871 na semana passada. Já o Rio chegou a 2.844 internações em sua pior semana, baixou 60%, para 1.154, e voltou a 1.367 entre 12 e 18 de julho.

As informações são dos dados compilados pela Fiocruz. A dúvida é se a subida dos casos de infecção pelo novo coronavírus se deve à retomada econômica, à interiorização dos casos ou se são as duas coisas combinadas.


 

Diferente de chineses, farmacêuticas ocidentais querem lucro com vacinas

A Moderna Inc e a Merck & Co disseram a uma comissão do Congresso dos Estados Unidos nesta terça-feira que esperam lucrar com suas vacinas contra o coronavírus assim que elas foram aprovadas em meio aos temores de que elas não sejam acessíveis a todos.

“Não venderemos nossa vacina a preço de custo, embora seja prematuro para nós, já que estamos longe de entender a base de custo”, disse Julie Gerberding, chefe da área de pacientes da Merck, ao subcomitê de Supervisão e Investigações da Câmara dos Deputados, em uma audiência virtual.

A Merck ainda não iniciou os testes de sua vacina experimental em humanos, o que a deixa atrás das principais candidatas.

Executivos da Johnson & Johnson e da AstraZenecaPlc disseram em depoimentos que venderão suas respectivas vacinas em potencial sem margem de lucro durante a pandemia.

Gerberding e um representante da Moderna não comentaram o preço que têm em mente para suas vacinas na audiência, que se concentrou nos esforços para desenvolver uma vacina segura, eficiente e amplamente acessível contra a Covid-19, que já causou a morte de 600 mil pessoas.

A Pfizer Inc tem dito que a empresa pretende lucrar com sua possível vacina contra coronavírus se esta for aprovada.

Mas o executivo-chefe da farmacêutica, John Young, disse em um depoimento: “Reconhecemos que esta é uma época extraordinária, e nosso preço refletirá isso.”

Ao contrário das rivais Moderna e AstraZeneca, a Pfizer não recebeu financiamento norte-americano para o desenvolvimento de sua vacina.


 

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Renato Aroeira – nosso show de horrores cotidiano


terça-feira, 21 de julho de 2020

NOTÍCIAS CORONAVÍRUS 89

21.07.2020

Ciência aposta em vacina; Bolsonaro quer cloroquina


 

Com 80.264 mortes provocadas pela Covid-19, Brasil tem 2.122.577 infectados

O número de infectados com a Covid-19 atingiu 2.122.577 e 80.264 mortes no Brasil, segundo dados do boletim do consórcio de veículos de imprensa divulgado às 8h desta manhã de terça-feira (21).

balanço mais recente de segunda-feira (20) apontou 2.121.645 casos confirmados e 80.251 mortes no país. Com 718 vítimas fatais registradas em 24 horas, a média de óbitos calculada para os últimos sete dias é de 1.047, acrescenta a reportagem.

registro foi apurado por um consórcio inédito com dados das secretarias estaduais de saúde. A iniciativa dos veículos de comunicação foi desenvolvida a partir de inconsistências nos dados apresentados pelo Ministério da Saúde na gestão do interino Eduardo Pazuello.


 

Resultados promissores aumentam esperanças de vacinas para Covid-19

Ainda não está claro se alguma dessas iniciativas resultará em uma vacina capaz de proteger bilhões de pessoas e encerrar a pandemia global que já tirou mais de 600 mil vidas. Todas elas precisarão de estudos maiores para provar que podem prevenir infecções com segurança.

A vacina da farmacêutica britânica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford induziu uma resposta imunológica em todos os participantes do estudo que receberam duas doses da fórmula sem apresentar efeitos colaterais sérios. 

Outra vacina desenvolvida pela CanSino Biologics e pela unidade de pesquisa do Exército chinês também mostrou ser segura e induziu uma reação imunológica na maioria dos 508 voluntários saudáveis que receberam uma dose.

Cerca de 77% dos voluntários experimentaram efeitos colaterais como febre ou dores no local da injeção, nenhum deles considerado grave. 

Tanto as vacinas da AstraZeneca quanto a da CanSino usam um vírus inofensivo da gripe para carregar o material genético do novo coronavírus dentro do corpo. Estudos sobre as duas vacinas foram publicados na revista científica The Lancet. 

“De maneira geral, os resultados de ambos os testes são amplamente semelhantes e promissores”, disseram os especialistas em vacinas Naor Bar-Zeev e William Moss, da escola Johns Hopkins Bloomberg de Saúde Pública.

Mas a candidata da CanSino mostrou sinais de que as pessoas que haviam sido anteriormente expostas ao adenovírus específico contido na vacina tinham uma resposta imunológica reduzida. 

Os autores do estudo classificaram isso como “o maior obstáculo” a ser superado pela vacina. 

A empresa alemã de biotecnologia BioNTech e a farmacêutica norte-americana Pfizer publicaram detalhes de um pequeno estudo conduzido na Alemanha com um tipo diferente de vacina que usa ácido ribonucleico (RNA) - um mensageiro químico que contém instruções para a fabricação de proteínas.


 

Ministro da Saúde apaga dados sobre Covid-19, denunciam pesquisadores

Ministério da Saúde do governo Jair Bolsonaro excluiu parte dos registros de notificações de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) da base de dados na internet, de acordo com denúncias desta segunda-feira (20) realizadas por pesquisadores do Observatório Covid-19 BR.

Os dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep) contêm todas os registros de hospitalização por SRAG do Brasil, com detalhes do paciente internado. A capacidade de identificação do perfil da vítima é essencial para pesquisas científicas e análises sobre a situação da pandemia de Covid-19. 

Desde a última semana, as tabelas do Sivesp apresentaram inconsistências graves.

“Na última extração disponibilizada ontem houve sumiço de dados. Não sabemos quais foram os protocolos adotados para essa redução, se limpezas de duplicatas, ou definição mais rígida de critérios para a notificação de casos no sistema”, disse o observatório, em nota.

Os pesquisadores identificaram e denunciaram que a tabela mais antiga tinha 255.343 registros, enquanto a mais atual tem 208.272, acrescenta a reportagem.

“A extração publicada perdeu algo da ordem de 20% do total de registros. É preciso saber se isso foi apenas um erro e nesse caso, deve ser corrigido”, diz o grupo de pesquisadores.


 

Rio de Janeiro tem 2,4 mil novos casos de coronavírus e óbitos são 12.161

O Rio de Janeiro registrou nesta segunda-feira (20) 2,4 mil novos casos de coronavírus e 47 mortos pela Covid-19, de acordo com dados da secretaria estadual de Saúde. No RJ, desde o início da pandemia, 41 mil pessoas foram infectadas e 12.161 óbitos foram confirmados.

O número alto de novos casos nas últimas 24 horas pode estar relacionado à falha no sistema de notificação que não permitiu, no sábado (18), que o estado divulgasse o boletim diário.

 

 

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Boletim Oficial Epidemiológico - Rondon do Pará



Renato Aroeira – o que foi?


segunda-feira, 20 de julho de 2020

NOTÍCIAS CORONAVÍRUS 88

20.07.2020

Fake news da pedofilia em pleno genocídio é baixeza moral grotesca



Com quase 80 mil mortes, Brasil tem 2.100.112 infectados com a Covid-19

O número de infectados com a Covid-19 atingiu 2.100.112 e 79.535 mortes no Brasil, segundo dados do boletim do consórcio de veículos de imprensa divulgado às 8h desta manhã de segunda-feira (20).

 O balanço mais recente de domingo (19) apontou 2.099.896 casos confirmados e 79.533 mortes no país. Com 716 vítimas fatais registradas em 24 horas, a média de óbitos calculada para os últimos sete dias é de 1.055, acrescenta a reportagem.

registro foi apurado por um consórcio com dados das secretarias estaduais de saúde. A iniciativa dos veículos de comunicação foi desenvolvida a partir de inconsistências nos dados apresentados pelo Ministério da Saúde na gestão do interino Eduardo Pazuello.




OMS registra 237.743 casos de covid-19 em 24 h., recorde do Brasil e EUA

Brasil, EUA, África do Sul e Índia fazem pandemia se acelerar no mundo. A OMS divulgou o dado de mais um recorde de novos casos em 24 horas: 237.743.  

A reportagem destaca que “ao mesmo tempo em que a OMS registrou o recorde diário, uma contagem da agência de notícias Reuters apontou uma outra marca que mostra o avanço da pandemia. A agência afirma que, pela 1ª vez, o balanço global teve o acréscimo de 1 milhão de casos em um período de 100 horas, o equivalente a aproximadamente 4 dias”.

A matéria ainda acrescenta que “no cenário diário apontado pela OMS, os maiores aumentos no número de contaminações foram registrados nos Estados Unidos, Brasil, África do Sul e Índia, que tornou-se o 3º país a registrar mais de 1 milhão de casos de contaminação”.


 

Dossiê: Brasil de Bolsonaro tem um Maracanã de mortos pela covid-19

Mortos pela covid-19: 79.488. Maracanã lotado: 78.838. A insensatez do presidente Jair Bolsonaro, seguida por muitos governadores e prefeitos, leva a um genocídio sem precedentes. Neste sábado (18), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) registrou também o total de 2.098.389. de casos oficiais de doentes pelo novo coronavírus. Não são só números, são pessoas, histórias, famílias destruídas. Quem não tem capacidade para salvar vidas jamais salvará nenhuma economia. Basta! Ou como gritaram as redes sociais: #Deu! O vírus da necropolítica: Bolsonaro contagiou até governadores que disfarçaram oposição.

Entre os Inumeráveis, o que fica é sempre o mais simples

A imagem de abertura deste dossiê foi inspirada em capa do jornal Estado de Minas de 3 de julho, quando o total de óbitos pela covid-19 (61.990) superou a lotação do Estádio do Mineirão – em 16 dias de lá para cá foram mais de mil mortes por dia.

A covid-19 em números: uma comparação de letalidade

O Brasil chega a 78 mil mortos de covid-19. Um Maracanã de mortos. São 300 vezes o número de vítimas do rompimento de barragem em Brumadinho (MG), em janeiro de 2019. Na ocasião, foram 259 mortos e 11 desaparecidos.

O número de mortos pela covid-19 ainda supera, largamente, o desastre natural que mais deixou vítimas na história: as chuvas e deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro, com 917 mortos e 345 desaparecidos.

Os números da covid-19 também são significativamente maiores do que as demais causas de mortes naturais. Em todo o ano de 2019, o Brasil registrou 1.109 mortes por gripe comum (influenza), sendo 787 por H1N1. Jair Bolsonaro chamou esse vírus de “gripezinha”, que não mataria mais que chamada gripe suína.

No auge da pandemia de H1N1, entre os anos de 2009 e 2010, o Brasil registrou 105.054 casos e 2.098 mortos. A covid-19 superou o número de mortos nos dois anos de maior disseminação da H1N1, em 31 dias.

Agência Brasil

A pandemia de covid-19 segue sem controle no Brasil, epicentro da pandemia. Número de mortes “se estabiliza”, em patamares acima do milhar diariamente

Outra doença que, no início da pandemia, os negacionistas apontavam como mais letal é a dengue. Entretanto, o novo coronavírus se mostrou muito mais letal. Em 2019, a dengue deixou 754 mortos em todo o país. No pior ano da história em relação às mortes pela doença, 2015, foram 986 mortos.

O mesmo em relação aos acidentes de trânsito, que matam muito no Brasil. Em 2019, morreram, em média, 111 pessoas por dia, vítimas de acidentes no trânsito. Foram 40.721 vidas perdidas naquele ano. Em apenas quatro meses, a covid-19 já deixou quase o dobro de mortos.

As doenças cardiovasculares são, historicamente, as maiores causas de mortes no Brasil. São mais de 1.100 mortes por dia, 46 por hora. Há duas semanas o Brasil é o país em que mais pessoas morrem de covid-19. A doença supera, neste período, os mortos por infarto e AVC. A média diária de mortos se mantém acima de 1.100 há mais de um mês.

O Brasil de Bolsonaro e o mundo frente à covid-19

No contexto internacional, o Brasil carrega uma série de indicadores da vergonha. É um dos países que menos testa no mundo. Enquanto os Estados Unidos, local mais afetado pelo vírus, testa em média 118 pessoas para cada positivo, essa proporção não chega a quatro testes para um positivo no Brasil. Confira alguns desses dados vergonhosos:

O primeiro estudo em grande escala sobre a realidade da pandemia foi divulgado na última semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Analisando as mortes excedentes por causas naturais em quatro cidades – São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Manaus –, foi notado um excedente de 22 mil mortes. Analistas da instituição apontam que, de forma conservadora, as mortes pela covid-19 podem girar na casa dos 110 mil.

Sozinho, o Brasil tem mais do que o dobro de mortos de todos os países da América do Sul somados. Enquanto o grupo de 11 países soma 36.494 mortos, o Brasil supera os 78 mil. Isso desconsiderando a subnotificação.

Fernando Crispim/Amazonia Real

Com a realidade da subnotificação, ainda não existe consenso científico de quando a situação deve melhorar no Brasil

Enquanto o Brasil não fez nenhum tipo de rastreio de contágios, além de testar muito pouco, os governos, de forma geral, mal adotaram medidas de proteção sanitária. Agora, o país colhe os resultados. Enquanto isso, não faltam bons exemplos em meio à pandemia.

É possível citar países latinos, como a Argentina, Cuba e o Uruguai. A Argentina promoveu quarentenas intensas, e soma 2.112 mortos. Já o Uruguai e Cuba fizeram um intenso trabalho de rastreio dos contágios, analisando de forma setorizada e eficiente a disseminação do vírus. O resultado: Uruguai, 31 mortos, Cuba, 87.

Existem outros bons exemplos onde a responsabilidade do poder público e da sociedade resultaram em menos mortes e rápida reabertura da economia. Países liderados por mulheres se destacam no sucesso da gestão pública no combate à covid-19. Nova Zelândia (22 mortes), Alemanha (9.087), Taiwan (7 mortes) e Noruega (254) são exemplos. Estes países realizaram testes em massa e quarentenas rígidas para frear a doença. Outro ponto em comum entre essas nações é o forte sistema de assistência social, que promoveu cuidados com a população, protegendo vidas e economias.

Quando não se manifestou para ridicularizar a pandemia e os mortos, Bolsonaro disse se espelhar na Suécia (5.619 mortos). O país nórdico, no início da pandemia, resolveu não promover isolamento social. A ideia era imunizar a população por meio do amplo contágio. O resultado foi avassalador. O país teve um número elevado de mortes, e o ministro da Saúde teve de se desculpar pela condução desastrosa. Se o Brasil tivesse a mesma taxa de mortalidade sueca, já teríamos passado de 120 mil mortos.

Outro país com a condução desastrosa da pandemia é os Estados Unidos, de Donald Trump, aquele que diz que não se importa e modelo de necropolítica de Bolsonaro. Por lá, já morreram mais de 140 mil pessoas, mais do que o dobro de baixas oficiais de norte-americanos durante a Guerra do Vietnã.

Rechaço internacional

Trump e Bolsonaro desacreditaram da ciência e do novo coronavírus. Entretanto, o seguidor fiel latino-americano conseguiu arrancar críticas até mesmo do norte-americano. Por mais incompetente e frouxa tenha sido a reação dos Estados Unidos, o Brasil conseguiu superar. “O Brasil está enfrentando um grande problema, mas não testa como nós”, disse Trump. As críticas internacionais não param aí.

Bolsonaro foi o único presidente do mundo a demitir dois ministros da Saúde em meio à maior crise sanitária dos últimos 100 anos. Demitiu Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. O primeiro, por defender a importância do isolamento social; o segundo, por não aceitar recomendar cloroquina de forma indiscriminada.

Bolsonaro também encontra críticas em órgãos internacionais de Saúde. Em maio, o governo tentou censurar dados da covid-19, o que provocou reações, inclusive da Johns Hopkins, maior entidade de estudo em epidemiologia dos Estados Unidos.

A Organização Mundial da Saúde também virou desafeto de Bolsonaro. O brasileiro insiste em receitar um remédio, a hidroxicloroquina, como “milagroso” contra a covid-19. Entretanto, uma série de estudos reconhecidos pela OMS mostram que o medicamento não tem eficácia no combate ao vírus. Ao contrário, tem efeitos colaterais graves no sistema cardiovascular.

Reprodução

Abertura de covas emergencial no cemitério da Vila Formosa, em São Paulo, o maior da América Latina

“No Brasil, é o vírus que está no controle até agora”, disse o diretor de emergências da OMS, Michel Ryan. A entidade reconhece que o número de mortos parou de crescer de forma veloz no país, mas a manutenção das mortes acima da casa do milhar diariamente preocupa. “Não há maneiras de garantir que a queda vai ocorrer por si”, disse, sobre a falta de ações dos governos contra o vírus.

Os Estados Unidos fecharam fronteiras com o Brasil por conta da gravidade da crise. Enquanto isso, países vizinhos, como a Argentina, temem as fronteiras terrestres. Bolsonaro é criticado frequentemente pela imprensa local, que teme que a irresponsabilidade brasileira possa prejudicar cidades fronteiriças entre as nações latinoamericanas.

O mundo soma cerca de 14 milhões de infectados, com quase 600 mil mortos. No entanto, países que tiveram grande números de mortos hoje têm curvas da pandemia em clara queda, ao contrário do Brasil.




Vacina chinesa chega ao Brasil para testes contra a Covid-19

A vacina da empresa chinesa Sinovac Biotech, que será testada pelo Instituto Butantan, chegou ao Brasil na madrugada desta segunda-feira (20). O carregamento da segunda fórmula testada oficialmente em solo brasileiro foi trazido por um voo de Frankfurt, na Alemanha, que aterrissou no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

 As vacinas devem chegar ao Butantan ainda na quinta-feira (23). Na primeira etapa de testes, que já foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), serão vacinados profissionais de Saúde dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal, acrescenta a reportagem.

 


Corbyn apoia ‘reféns da necropolítica de Bolsonaro

Jeremy Corbyn, Membro do Parlamento do Reino Unido, postou um vídeo em suas redes sociais neste domingo (19) denunciando a necropolítica de Bolsonaro e o golpe contra o povo brasileiro.

"O presidente de extrema direita do Brasil, Bolsonaro, considerou a Covid19 como "um pouco de gripe", recusando-se imprudentemente a colocar as pessoas e sua saúde em primeiro lugar. Agora o Brasil tem mais de 2 milhões de casos. Junte-se a mim em solidariedade com o povo do Brasil em sua luta contra ele", disse o parlamentar.

Brazil’s far-right President Bolsonaro dismissed #Covid19 as “a little flu”, recklessly refusing to put people and their health first.
Now Brazil has over 2 million cases.
Join me in solidarity with the people of Brazil in their struggle against him at BRAZIL SOLIDARITY
https://brazilsolidarity.eaction.online/supportbrazilianpublichealth 

 

Com isolamento social, Cuba não registra transmissão local de Covid-19

Pela primeira vez em 130 dias, Cuba anunciou neste domingo que não havia novos casos domésticos de Covid-19, à medida que a maior parte do país passou para a fase final visando a retomada de atividades, com uso de máscaras e distanciamento social.

Francisco Duran, chefe de epidemiologia do Ministério da Saúde Pública, que atualizou o país diariamente sobre a pandemia, tirou a máscara durante a transmissão nacional para dar as boas notícias.

Duran, no sábado, fez o mesmo, relatando apenas um único caso doméstico em Havana.

Apenas alguns casos de Covid-19 foram relatados em Cuba na última semana, todos em Havana.

A maior parte da ilha do Caribe, lar de 11,2 milhões de habitantes, está livre da doença há mais de um mês.

"Eu sempre digo para você ficar seguro em casa, mas eu sei que muitos hoje vão à praia", disse Duran, sorrindo, antes lembrando a população sobre o distanciamento social.

Os 2,2 milhões de habitantes da capital permanecem na primeira fase de três estágios de reabertura, na qual eles podem usar transporte público e privado, ir à praia e outros centros de recreação e desfrutar de uma viagem à beira-mar, bem a tempo para as férias de verão.

O distanciamento social e o uso de máscaras permanecem obrigatórios na maioria das circunstâncias.

O país abriu um grupo de resorts para turismo internacional. A fase três amplia viagens internacionais, dependendo do risco.

O país comunista recebeu altas notas pela forma de informar sobre a pandemia.

O sistema de saúde comunitário robusto e gratuito de Cuba permitiu manter o número de infecções abaixo de 2.500, com 87 mortes.


 

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Renato Aroeira – o núcleo duro do empreendedorismo famigliar