segunda-feira, 13 de abril de 2020

Notícias Coronavirus 17

13.04.2020

Brasil verá pessoas morrendo em casa, diz epidemiologista

“Vamos ver pessoas morrendo fora dos hospitais, porque não existem leitos de terapia intensiva suficiente", denuncia Ivan França Junior, epidemiologista da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Para ele, Bolsonaro continuar incentivando a sociedade a sabotar o distanciamento social contra o coronavírus, fará o Brasil viverá “dias dolorosos”, semelhantes aos da Itália, dentro de semanas. “Vamos ver pessoas morrendo em casa, porque nosso serviço de ambulância não será capaz de lidar”, disse. “As previsões sugerem que isso acontecerá em semanas, e então será tarde demais. As pessoas vão surtar e se trancar dentro de casa por sua própria vontade.”

Brasil registra 21.065 casos confirmados de coronavírus e 1.144 mortes

O total de óbitos mais que dobrou desde a última semana. No domingo (5), eram 486 mortes, e o aumento em relação ao total divulgado neste domingo (12) foi de mais de 160%. De acordo com dados atualizados às 11h30 deste domingo (12), pelas secretarias estaduais de Saúde, o Brasil já alcançou 21.065 casos do novo coronavírus, com 1.144 mortes.


Brasil é o 14º país em casos de coronavírus, mas já é o 11º em mortes

Na última semana, Brasil passou Portugal e Áustria em número de casos confirmados de coronavírus e assumiu a 14ª posição global. Quanto a mortes, entretanto, país já é o 11º, com 1.144 casos fatais. Situação brasileira na pandemia agrava-se dia a dia. A subnotificação brasileira pode levar o país rapidamente para lugares ainda mais destacados no ranking global da doença - só no município de São Paulo, há 670 mortes por síndrome respiratória aguda grave, que estão na fila para o teste de coronavírus. O Brasil ultrapassou Portugal e Áustria na última semana e está deixando os dois países bem atrás em número de casos: 21.040 contra 16.585 (Portugal) e 13.945 (Áustria). O país aproxima-se aceleradamente do Canadá (23.318 casos) e pode assumir o 13º posto do ranking nos próximos dias.

Subnotificação brasileira falha responde pelo aumento de óbitos
O Brasil está muito distante de Portugal (504) e Áustria (350). Canadá está à frente nos casos confirmados. No total de mortes a diferença é espantosa: 1.144 contra 653, e por isso está muito à frente em casos fatais da Turquia, que tem 52.167 casos confirmados e está em 9º lugar - indicação da dramática subnotificação brasileira - por ser o país que menos aplica testes de coronavírus. Marcelo Bigal, da BioMedCentral Neurology, demonstra como a epidemia está mais disseminada que a falsa versão que expõe população e protege autoridades brasileiras, com muito mais casos e número de mortes maior que a estatística oficial.

Mandetta: quase 150 mil infectados e cerca de 2 mil mortes

Informação do Ministério da Saúde sobre o coronavírus é sempre desatualizada. Exames para detectar a Covid-19 demoram para ser processados e constar em estatísticas. Significa que muitas pessoas morrem num dia, mas não figuram sequer nos dados oficiais dos dias seguintes, retardando a publicação do dado real. Dos 68 novos óbitos da contagem oficial, apenas 13 tinham falecido de fato na data. Os demais 55 já tinham morrido há vários dias. Na última semana, a proporção era de duas mortes para cada morte divulgada – e há quem sugere proporção ainda maior – enquanto Bolsonaro espalhava infecção em bares e padarias na aposta cega do avanço da economia, com apoio do Procurador Geral da República. De fato, quando foi divulgada a primeira morte pelo vírus, já havia 6 óbitos. As seis mortes oficiais do dia 19, eram de 18 pessoas já falecidas. Sem sinal de avanço da economia.

Quarentena Argentina - melhor 10% de pobres que 100 mil mortos

Presidente argentino defende que dilema entre economia e saúde é falso. "Da morte não se volta, mas da economia, sim". Fernández, criticou quem diz existir dilema entre “economia e saúde” no combate ao coronavírus. Para ele, é melhor ter mais 10% de pessoas pobres no país do que 100 mil mortes. O primeiro é reversível; o segundo, não. Fernández anunciou no sábado (11) a extensão da quarentena obrigatória no país até 26 de abril. O país implementou uma das medidas mais rigorosas adotadas no mundo para conter a disseminação do coronavírus, com a proibição dos cidadãos saírem às ruas – exceção a idas aos supermercados, farmácias, hospitais e postos de gasolina. Age como presidente.

Coronavírus: Equador retira corpos de casas em Guaiaquil

O governo do Equador informou a retirada de corpos de pessoas falecidas nas moradias nas últimas semanas em Guaiaquil, epicentro do coronavírus no país, após o colapso de hospitais e funerárias pela pandemia. "A quantidade que coletamos, com a força-tarefa nas casas, excedeu 700 pessoas", disse Jorge Wated. O governo enfrenta denúncias de pessoas que exigem os corpos de parentes mortos na pandemia. Há três semanas, a remoção de corpos pelas forças militares e policiais das casas por causa de falhas no "sistema mortuário" do porto de Guaiaquil, causou atraso no Instituto Médico Legal e nas funerárias, em meio ao toque de recolher diário de 15 horas.


Brasil: 1/4 de mortos do coronavírus não está em grupos de risco

Dados oficiais do Ministério da Saúde indicam perfil inédito e alarmante da disseminação do coronavírus no Brasil: uma aceleração das mortes de pessoas fora dos grupos de risco nos últimos 15 dias. Um quarto (25%) dos mortos no país devido à epidemia são pessoas com menos de 60 anos e sem comorbidades que agravam os sintomas. Isso liquida a tese de Bolsonaro sobre o combate à pandemia. 25% das mortes ocorrem entre pessoas com menos de 60 anos e 26% dos óbitos foram em pacientes sem registro de doenças preexistentes, como diabetes, cardiopatias e pneumopatias.

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