Livros com grandes quantidades dos verbos “need” (precisar), “want” (querer) e “do” (fazer) têm até duas vezes mais chances de ser um sucesso de vendas. Se o termo “OK” aparecer com frequência, são três vezes mais, confirmando nossas suspeitas sobre o apelo da capa de A Culpa é das Estrelas, de John Green. Fique longe de unicórnios, duendes e outras criaturas mágicas: ao contrário do que a saga O Senhor dos Anéis parece indicar, o público leitor, na média, prefere gente como a gente nos papéis principais. E uma última dica: se seus personagens pensam, agarram, seguram e perguntam mais que a média, você pode estar na trilha do estrelato.
Essas são algumas das descobertas de Jodie Archer, que costumava ser responsável pelas seleções da editora Penguin, e Matthew Jockers, professor de inglês da Universidade de Nebraska-Lincoln, que mapearam 20 mil romances aleatórios das últimas três décadas para tentar descobrir a fórmula do livro perfeito. Eles não se limitaram, claro, a simples palavras. Aspectos muito mais sutis de cada obra, como a construção do enredo e das personagens e as curvas da narrativa, foram levados em consideração.
O resultado é um algoritmo apelidado de “bestseller-ometer”, algo como “sucesso de vendômetro”, que, segundo os autores do estudo, é capaz de identificar um futuro hit das livrarias com até 80% de precisão. Os detalhes do sonho de consumo de qualquer editor foram publicados, é claro, em um livro, chamado The Bestseller Code: Anatomy of the Blockbuster Novel (St. Martin’s Press, R$ 83,00), ainda sem edição em português. Arte não é estatística, mas se você ainda não chegou lá, talvez a ciência possa dar aquele empurrão que falta.
Transcrito de Bruno Vaiano - Galileu - 11.07.2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário