RIO - O poeta e dramaturgo Federico García Lorca (1899-1936) foi preso e morto por ordens de militares de Granada, de acordo com documentos sobre a guerra civil espanhola.
O relatório, escrito em 1965 e recentemente revelado pelo jornal inglês "The Guardian", é a primeira admissão oficial de autoridades da época da ditadura franquista sobre o ocorrido.
As circunstâncias da morte de García Loque e o paradeiro de seus restos mortais ainda eram um dos grandes mistérios da história contemporânea da Espanha. Até agora, acreditava-se que o poeta tinha sido executado por um pelotão de fuzilamento de extrema direita junto com outras três pessoas.
Os documentos, escritos 29 anos depois do crime, sugerem que García Lorca foi perseguido por conta de suas crenças, descrevendo-o como um "socialista", além de lhe atribuírem "práticas de homossexualismo e de aberração."
Em agosto de 1936, um mês depois de a guerra civil ter começado, as autoridades cercaram a casa onde García Lorca estava escondido. Ele foi preso e levado, de carro, a uma área conhecida como Fuente Grande, junto com outras pessoas. Ele foi, então, "executado imediatamente depois de ter confessado, e enterrado no mesmo local, numa cova rasa."
As novas informações divergem da versão oficial. O General Franco chegou a dizer, certa vez, que as alegações a respeito de seu envolvimento na morte do poeta estavam sendo usadas como propaganda, atribuindo a morte do escritor à sua "mistura com rebeldes" e classificando-a como um "acidente natural de guerra."
Os documentos, revelados nesta quinta-feira, foram escritos depois de a escritora francesa Marcelle Auclair pedir às autoridades que divulgassem mais informações sobre a morte de García Lorca. O pedido, feito ainda na década de 1960, foi ignorado durante anos, enquanto diferentes ministros debatiam se forneceriam uma resposta.
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