Diretora do iiLer/Cátedra UNESCO de Leitura
Quem conhece a Cátedra UNESCO de Leitura, nascida de um projeto interdisciplinar que se desenhou desde 1996 (Reler) e interdepartamental já em 2005, sabe das pesquisas e ações de promoção da leitura como tecnologia avançada de produção do conhecimento e formação de cidadania, que se tornaram referencia para o Brasil e no exterior. A Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio constituiu uma experiência de formação de mediadores de leitura entre antropólogos e literatos, filósofos e teólogos, historiadores e comunicadores, psicanalistas e designers, educadores e linguistas: especialistas nestas múltiplas formações integraram os projetos de pesquisa e assessoria a ministérios, editoras, secretarias, escolas e fundações, aprendendo e ensinando, publicando e difundindo práticas leitoras e as teorizações delas advindas. Contribuição expressiva em Políticas de Leitura, acabou inserida entre as instituições que colaboram estreitamente com o CERLALC.
Foi decisivo o reconhecimento e aprovação da FINEP na instalação do espaço que, cedido pelo Pe. Hortal, e recupera- do inteiramente, tornou-se a mansarda da leitura, onde cerca de 22.000 livros e uma quantidade não quantificada de informações estão disponíveis para o país, com banco de dados e atendimento online para mediadores. Com setores de pesquisa, cursos, extensão, como se espera de uma universidade da envergadura da PUC-Rio, acabou por cumprir um papel que a própria UNESCO confirma ser de relevância e atingiu uma dimensão própria com recursos advindos de editais e contratos e com isto, por iniciativa do vice–reitor da PUC-Rio, foi proposta como um Instituto, no organograma da universidade. Decisão aprovada por conselhos e implementada pela Reitoria, o Instituto Interdisciplinar de Leitura era mais que promessa, é garantia da presença da PUC-Rio através da Cátedra, em todo o mundo da leitura.
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| Abertura da Cátedra |
Com um corpo técnico mínimo, respondendo por seu orçamento, o iiLer nasce sob o mesmo signo de luta e empreendedorismo da Cátedra, buscando transformar pedra em pão. O reconhecimento da qualidade e seriedade deste trabalho, no entanto, tem asseverado que, mesmo diante de turbulências pró-prias aos que criam e incomodam, as alianças e perspectivas se renovam limpidamente, abrindo possibilidades de atuação, quer desenhando programas e projetos, quer pesquisando e publicando os resultados de uma contribuição que reconhece parceiros e os valoriza na Rede de Leitura que hoje abraça o Brasil com 43 universidades parceiras. O ambiente e o espaço da Cátedra são testemunho do trato diferenciado que damos à leitura, aos leitores e à concepção de equipe que comunga histórias de vida e profissionalismo, em favor de um modo novo de conceber a prática acadêmica como interdisciplinar e a teorização como consequência da prática refletida.
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| ARQUIVO PESSOAL |
Esse recorte interdisciplinar se mostra nas parcerias feitas entre a Cátedra e Departamentos, Núcleos e Setores. A Cátedra firmou parceria com os Departamentos de Serviço Social (lançamento da coleção História Geral da África), de Letras (ciclo Infanturas), de Artes e Design (mesa-redonda Tecer Sentidos, com o IFM de Paris), de Comunicação Social (exposição Etnoafro e a publicação de edições especiais do Jornal da PUC), de Educação (Jornada de Formação Pedagógica dos Educadores das Classes Comunitárias) e com o conjunto de departamentos (indicação de livros de todas as áreas do conhecimento para a Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro); com o Núcleo de Educação de AdultosNEAd (Semanas da Consciência Negra - SECONEG, e Encontros de Artistas e Escritores Indígenas - ÉÀÉÌ); e com o PROUNIR (cursos do Café co’Arte) e a Divisão de Bibliotecas e Documenta- ção-DBD (BLLIJ Digital).
O iiLer/Cátedra UNESCO são antes de tudo uma ação interdepartamental que poderia ajudar a universidade a experimentar-se em piloto de nova época, nas palavras do autor da ideia. A contribuição dos pesquisadores colaboradores de origem multidisciplinar tem estimulado um encaminhamento teórico-metodológico muito original e sedutor para os que se dedicam à formação de leitores-mediadores. O ano que se abre está se propondo como um portal de novos horizontes.
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