sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Com doações e muita força de vontade, projetos sociais incentivam a leitura

Quem mora na Capital Federal e gosta de andar pelas ruas da cidade já deve ter visto livros espalhados por alguns diversos pontos da cidade. Trata-se de projetos de incentivo à leitura que, por meio de iniciativas sociais ou privadas, disponibilizam obras, de forma gratuita, para a população. 



Seja em paradas de ônibus, à espera do metrô ou praças pública, a proposta é sempre a mesma: compartilhar conhecimento. Foi com esse objetivo que o videoartista e educador Lucas Rafael, de 30 anos, lançou o projeto “Refresque Ideias”.

Inspirado em uma feira de livros montada embaixo de um viaduto na Venezuela, Lucas ajudou a transformar um pedacinho da praça da QE 32, no Guará II, em uma biblioteca comunitária. Uma geladeira quebrada e que não tinha uso em casa vira uma estantes, onde os livros são disponibilizados para os moradores da região. “Por três anos, eu mesmo utilizei o refrigerador para guardar meus livros”, conta ele, que pretende levar o projeto para outras praças da cidade.

Qualquer pessoa que passar pelo local pode parar, folhear uma obra ou, se preferir, continuar a leitura em casa. Tudo isso sem pagar nada. Doações, trocas ou empréstimos de obras também podem ser feitas por qualquer pessoa. Para os interessados em contribuir com o projeto a recomendação é de enviar um e-mail para o endereço nomadevideoarte@gmail.com. 

Iniciativas desse tipo visam melhorar o hábito de entre a população. Segundo a pequisa Retratos da Leitura no Brasil, o brasileiro lê, em média, apenas quatro livros por ano. Ainda segundo o estudo, 75% da população nunca frequentou uma biblioteca na vida.

Locais inusitados

As publicitárias Carol Soares, de 29 anos, Taís Matos, de 28, e Jeanne Dourado, de 49, criaram o blog Eu achei o livro. A partir dele, elas divulgam o projeto que consiste em espalhar livros por locais públicos como pontos de ônibus, metrô e praças públicas. A intenção é incentivar o hábito da leitura. As jovens brasilienses acreditam que a biblioteca móvel é excelente para a vida urbana e facilita o acesso aos livros. “Acho que o projeto se adequa ao tipo de vida que a gente leva. Nem todo mundo tem condição ou tempo de ir até uma biblioteca. A ação pretende tornar a leitura uma atividade prática à todos”, explica Carol Soares.

A iniciativa surgiu no início de 2012. Os títulos são espalhados pela cidade sempre acompanhados de um bilhete explicando a ideia e convidando o leitor a contar sua experiência, por meio do blog.

Minibibliotecas

Para aproximar moradores de comunidades carentes da literatura, a bibliotecária Neusa Dourado criou o projeto Mala do Livro. O programa, que existe há 24 anos, consiste na instalação de pontos de leitura, com a disponibilização de minibibliotecas nas cidades administrativas do Distrito Federal. 

No início, os livros eram colocados em cestas de palha e levados até a residência de quem solicitava a biblioteca móvel. No entanto, com o crescimento do projeto, o acervo teve que ser remanejado para estantes de madeira que foram espalhados pelo DF. 

Segundo a coordenadora do projeto, Maria José Lira Vieira, qualquer pessoa pode pegar um livro emprestado e realizar doações para o projeto. O programa que conta com a ajuda do governo local.

De acordo com a Secretaria de Cultura, os acervos são compostos, em sua maioria, por livros de literatura infantil, brasileira, estrangeira e clássicos da literatura universal. A constituição também leva em consideração o diagnóstico das necessidades de informação das comunidades onde os pontos de leitura são instalados.

Arrecadação de livros

Desde 2008, a biblioteca itinerante "Barca das Letras", idealizada pelo servidor público Jonas Banhos, de 42 anos, leva educação, cultura, arte e, principalmente, o incentivo à leitura às crianças de comunidades ribeirinhas do Amapá, Pará e outras áreas da Amazônia. 

Nesse domingo (31/8), a Barca esteve nas quadras 107/108 da Asa Norte, arrecadando livros infantis, gibis, livros de literatura e poesia para jovens e adultos, brinquedos, material escolar, músicas e filmes infantis.

Durante as atividades o "Palhaço Ribeirinho", personagem criado e interpretado por Jonas, foi o responsável por apresentar aos pequenos o universo da leitura. "Todo mês a Barca passa por Brasília. Em agosto arrecadamos mais de mil livros aqui na capital", conta.

A Barca já navegou por mais de 144 comunidades ribeirinhas em localidades como o Lago Serra da Mesa (GO), a Quilombolo Kalunga (GO) e a Chapada dos Veadeiros (GO). No dia (14/9), a Barca retorna à Brasília para mais uma manhã de arrecadação. 

O projeto sobrevive de doações. Para se tornar um colaborador entre em contato com o coordenador Jonas Banhos no telefone (61) 8167-1254 ou pelo e-mail  barcadasletras@gmail.com.

Transcrito de http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/09/09/interna_cidadesdf,445007/com-doacoes-e-muita-forca-de-vontade-projetos-sociais-incentivam-a-leitura.shtml

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