terça-feira, 20 de abril de 2021

Imprensa despenca no ranking da 'zona vermelha' da liberdade de imprensa

20 de abril de 2021 - AKB

A Organização Não-Governamental Repórteres sem Fronteiras divulgou documento sobre a liberdade de imprensa em todo o mundo. O relatório denuncia que o Brasil caiu quatro posições no ranking. A gravidade da situação do trabalho profissional de jornalistas é que a queda é vertiginosa, situando a imprensa brasileira na 111ª posição, após as quedas seguidas na  lista de 180 países.

                                                                                                          (Foto: Reprodução)

A queda pela quarta vez consecutiva no ranking anual da 'liberdade de imprensa' deve provocar debates das diversas ONGs até entidades como a Federação Nacional dos Jornalistas, especialmente entre os que atuam em organismos oficiais, denuncia a Repórteres sem FronteirasA denúncia feita pelo jornalista Jamil Chade, do UOL, resulta da situação de pressão sobre profissionais, acentuada desde “a chegada de Jair Bolsonaro ao poder, de forma fraudulenta em 2018, quando a imprensa brasileira ocupava o 102º lugar no ranking".

Os efeitos da divulgação de serviços noticiosos sofrem pressões com a difícil relação do presidente eleito com a imprensa - dos veículos empresariais aos das ONGs - acentuadas pela deterioração da imagem pública e dos riscos gerados pelas milícias. O ambiente tem se tornado perigoso para quem atua sem estrutura de apoio, empurrando o exercício da profissão e a insegurança pessoal no país, que passou a figurar na chamada 'zona vermelha do ranking', indicando regiões com cenários de ameaças à liberdade de imprensa.

Essa situação acentua a demanda em que o Brasil aparece atrás de países como Bolívia, Mauritânia, Guiné-Bissau, Equador, Ucrânia, Libéria, Paraguai, Etiópia e Moçambique. Até esse momento, o Brasil estava situado na faixa laranja, em que a condição para o trabalho da imprensa é considerada sensível. O fato se agrava, sem perspectivas, quando "o Brasil enfrenta problemas históricos e estruturais no campo da liberdade de expressão. É o segundo país da América Latina com o maior número de profissionais de imprensa assassinados na última década, atrás apenas do México. Ataques verbais, insultos, ameaças e agressões físicas contra jornalistas são frequentes no país", destaca o documento elaborado pela Repórteres sem Fronteira

Além do ambiente insalubre para o exercício da profissão, é sabido e conhecido que “o presidente Bolsonaro, seus filhos que ocupam cargos eletivos e vários aliados dentro do governo insultam e difamam jornalistas e meios de comunicação, quase diariamente, escancarando o desapreço pelo trabalho jornalístico. Multifacetados, estes ataques seguem uma estratégia cada vez mais estruturada de semear desconfiança no trabalho dos jornalistas, de destruir a credibilidade da imprensa como um todo e, gradualmente, construir a imagem de um inimigo comum". Essa imagem "já foi introjetada pelos seguidores do presidente e mancha as redes sociais com linchamentos online de profissionais da mídia e veículos de comunicação", diz outro trecho do relatório da Repórteres sem Fronteiras


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