Um projeto leva bibliotecas itinerantes para comunidades carentes de Porto Alegre, transformando qualquer lugar em um espaço para a leitura. Até um posto de saúde da Zona Norte da capital gaúcha deixou de receber apenas doentes e agora também testemunha a visita daqueles que buscam por cultura. Isso é possível por causa de um projeto chamado Banco dos Livros.
“Quando o livro já cumpriu com a seu papel com a população, porque já foi lido, ou não vai ser lido, a população então nos doa e nós, como um entidade da sociedade civil, fazemos o conhecimento circular”, diz Valdir da Silveira, presidente do banco dos livros.
Uma bibliotecária que participa da ação diz que a nova geração, que já aprendeu a ler com a internet, já desenvolveu o hábito da leitura, que pode migrar para uma plataforma mais antiga de comunicação com os livros.
“Nós temos uma geração que já se acostumou a ler dentro de uma tela, seja um e-book, um computador, um tablet, mas nós temos pessoas que preferem sentir o livro, preferem ter essa sinergia com o livro”, afirma a bibliotecária Neli Miotto, prevendo que o livro ainda vai demorar décadas para desaparecer.
O banco de livros recebe cerca de 30 mil doações por ano, sendo que alguns podem até parecer velharias, mas que aos olhos de quem busca a leitura, são verdadeiras relíquias. “Sempre será útil para uma outra pessoa lê-los”, afirma a empresária Silvana de Fátima Junqueira.
Entre os livros, raridades como “Garibaldi na América”, de 1931, edição original publicada no Rio de Janeiro, publicação esta que vai passar por um processo de digitalização, e que se não fosse pelo trabalho do Banco de Livros, talvez o conhecimento se perdesse.
De volta ao posto de saúde que também foi transformando em ponto de leitura, os próprios funcionários comemoram que hoje o local não é conhecido apenas como um local onde a população busca saúde, mas também como um local onde se busca cultura.
Transcrito de G1 - 19/06/2016
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