Araguaína - O I Seminário do Laboratório de Línguas Indígenas (LALI) e do Núcleo de Estudos e Pesquisas com Povos Indígenas (NEPPI) foi celebrado com significativa presença de alunos, pesquisadores de licenciatura e bacharelado, mestrado e doutorado, e diversos convidados, nos dias 12 a 14 de abril.
As boas-vindas foram dadas pelo Prof. Francisco Edvirges Albuquerque, coordenador do LALI e do NEPPI, com reconhecido trabalho na área de pesquisa com povos indígenas da região norte do país e reconhecimento nacional e internacional. A saudação em nome do Campus de Araguaína foi feita pelo Prof. José Manoel Sanches da Cruz. Houve ainda as saudações de Nelbi Chaves, da DEA, de Serivan Amorim Karajá e Railton Karajá, da União dos Estudantes Indígenas do Tocantins (Uneit).
A principal apresentação da noite de abertura ficou a cargo da Profª Drª Marcilene de Assis Alves Araújo, que defendeu a tese 'Eventos de interação nos rituais Krahô (Jê): contribuições para o ensino bilíngue na aldeia Manoel Alves Pequeno', da qual apresentou diversos recortes, destacados a seguir.
As oficinas pedagógicas com alunos da Escola Estadual Indígena 19 de abril, das quais surgiram processos de elaboração de conteúdo da sua cultura para a Escola; a presença dos sete povos indígenas - entre os quais os Krahô - ramificação dos povos Timbira; o local de efetivação da pesquisa, a Terra Indígena Krahô (Kraolândia), fundada em 1982 - a partir do Decreto 99062, de 07.03.1990 - com 302.533ha, ocupados por 28 aldeias.
A pesquisa tem traço interpretativista qualitativa, com a bordagem etnográfica e etnometodológica. Segundo a pesquisadora, foram provocados diálogos com a intenção de vivenciar e aprofundar a reflexão sobre as experiência cotidianas para entender os principais traços da cultura. O conjunto das entrevistas gravadas tinham 30 horas.
Os procedimentos incluíram conversas sobre a Cultura Krahô, o esforço de descrição e interpretação dos rituais, e oficinas pedagógicas, debatendo e enfocando os rituais nas salas de aula, num processo que se desenvolveu ao longo de três anos.
Os rituais analisados pela pesquisadora incluíram o 'resguardo do primeiro filho', a 'casa de pensão', a 'iniciação dos meninos', a 'corrida de toras dos partidos', e o 'resguardo da perfuração dos lóbulos auriculares', comentando aspectos particulares desses processos e o aprendizado da convivência com esses povos. Ela comentou as etapas do modelo SPEAKING, para a compreensão do processo de desenvolvimento da fala dos povo Krahô. E concluiu registrando o agradecimento ao orientador, pelo acompanhamento em todo esse percurso investigativo.
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