sexta-feira, 1 de abril de 2016

Editorial: A bestialização das classes subalternas

Esta edição surge em meio a lutas históricas do povo brasileiro contra o golpe proposta pela sociedade civil organizada, na qual o filme Uma nova amiga está em Cineclube UFT, o Artigo 10 coisas que o Brasil inteiro precisa saber. A importância da leitura infantil é tratada em Ensaios e as Notícias cobrem temas como a manifestação em defesa do mandato de Dilma e contra o golpe, um piquenique da leitura, o ensino de filosofia para crianças, o aniversário de uma livraria, os livros mais procurados na biblioteca municipal Mário de Andrade, um livro que concorre ao prêmio Jabuti, um acordo de cooperação científica e cultural entre universidades brasileira e mexicana e a melhoria dos hábitos de escrita. A TV Leituras debate a formação do leitor, e seções de foto Imagem e O Prazer da Leitura têm como tema o jornalismo e o incentivo à leitura.

O assunto mais relevante é a forma como as elites tornavam a sociedade bestial, chamando-a bilontra, destacada na Resenha do Livro 'Os Bestializados', de José Murilo de Carvalho, ao descrever o modus operandi dos donos do poder político e a forma como o exerciam, visíveis nas formas da ‘cidadania’ vivida pelo povo brasileiro no Rio de Janeiro, durante o período de transição do Império para a República - na passagem dos séculos XIX e XX - tendo como pano de fundo a transição entre os regimes monárquico e republicano. A principal consequência para a população foi a ‘estadania’, a difícil reação dos excluídos para ocupar espaços no estado republicano. Traços deste momento ainda são perceptíveis, mais de um século depois, quando na eleição de dirigentes num campus universitário no norte do país, apenas 1/3 do público supera as amarras e se dispõe a votar.

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