Ato com 100 mil pessoas, segundo os organizadores, e 50 mil, conforme a
Polícia Militar, teve participação de deputados e senadores de vários estados
Hylda Cavalcanti (RBA)
Brasília – Cem mil pessoas, segundo os organizadores, e 50 mil, conforme a Polícia Militar, entre representantes de movimentos sociais, trabalhadores rurais, sindicalistas e até indígenas de etnias diversas, bem como seringueiros, estudantes e servidores públicos encheram a Esplanada dos Ministérios, nesta quinta-feira (31), durante mobilização contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e pela legalidade no país. O movimento foi pacífico, e observado em vários pontos da capital, porque os grupos saíram concentrados de pontos e bairros diversos. Eles se juntaram por volta das 16h30, em frente ao Museu da República e, de lá, caminharam unidos pela Esplanada até o Congresso Nacional, quando a mobilização recebeu a adesão de parlamentares.
Manifestantes em defesa do Governo Dima, das eleições realizadas e da democracia
Marcaram o encontro faixas gigantes destacando a importância da Constituição, caras pintadas, muitos cartazes do período de campanha eleitoral da presidenta Dilma e pessoas com bandeiras da CUT, do PT e do Brasil. Também foram observadas muitas crianças, levadas pelos pais e demais familiares.
A passeata, contra o processo de impeachment, terminou sendo mais destacada em Brasília por apresentar muitas faixas e cartazes com críticas ao vice-presidente, Michel Temer, o PMDB e presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do que de apoio à presidenta, propriamente. “Está claro que estamos aqui em solidariedade à presidenta e às garantias constitucionais. Mas não podemos perder a oportunidade para denunciar o golpismo e oportunismo neste país, comandados por estes senhores”, disse o motorista Robson Silveira, que levou uma faixa contra Temer.
Também se destacou na manifestação, a exemplo da passeata que foi realizada no início de março, a quantidade de cartazes com a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda da época de sua reeleição, em 2006. “Lula de novo, com a força do povo”, afirmava uma grande faixa carregada por estudantes da Universidade de Brasília (UnB), que se aglomeram em frente ao Ministério do Desenvolvimento Social.
No gramado do Congresso Nacional, também foi grande a movimentação de pessoas que preferiram ir direto para lá e aguardar a chegada da passeata – até por conta do trânsito ao redor do trecho, que estava bastante engarrafado por conta dos bloqueios colocados pela Polícia Militar e Detran.
'Golpe, nós já vimos'
Apesar do grande número de ônibus fretados levados por representantes de movimentos sociais e de moradores da região do entorno do Distrito Federal, a passeata contou com a participação de muitos cidadãos que resolveram se unir à mobilização, sem fazer parte de um grupo ou entidade organizada. Foi o caso do professor Ariclê Ribeiro, que acompanha a caminhada ao lado da mulher, Ana Rita Ribeiro e o filho, Camilo, de 16 anos.
“Viemos prestar nossa solidariedade e fazer a nossa parte, para impedir que a democracia deixe de existir neste país. Impeachment sem crime de responsabilidade é golpe e golpe nós já vimos. Sabemos que não é o melhor para o Brasil”, afirmou Ariclê.
Também a servidora pública Ana Elisa Bezerra, do Governo do Distrito Federal, se reuniu a amigas para ocupar a Esplanada. “Estamos aqui para mostrar que a corrupção está do outro lado, dizer que não concordamos com o oportunismo e que vamos lutar, resistir até o fim para que a inclusão social e os programas que reduzem as desigualdades tenham continuidade. E isso só é possível com o governo que aí está”, enfatizou.
Em frente ao Estádio Mané Garrincha, um grupo de 70 indígenas da etnia Xakriabá, de Minas Gerais, fazia pinturas no corpo e se preparava para seguir até a Esplanada. Eles chegaram à capital esta manhã, para participar da manifestação e carregam uma grande faixa que afirmava “Não vai ter golpe”.
“Isso aqui é um encontro cívico. Não estamos defendendo por esse ou aquele grupo político, mas defendendo o país e a democracia. Por isso, esta solidariedade à presidenta de forma tão eclética. E é preciso essa tomada de consciência por parte de toda a população brasileira”, disse Aline Albuquerque, representante da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Transcrito de http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2016/03/em-brasilia-100-mil-pessoas-ja-estao-na-esplanada-dos-ministerios-para-seguir-em-passeata-595.html
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