quinta-feira, 14 de maio de 2015

Detento de MT aproveita ociosidade e escreve 4º livro

Na prisão, Reginaldo da Silva aproveitou o tempo ocioso e se dedicou a ler e a escrever livros. Ele já escreveu três livros e agora dedica o tempo para mais uma obra. Desta vez, para contar um pouco das experiências vividas no Presídio Osvaldo Florentino, o Ferrugem, em Sinop, a 503 km de Cuiabá.


Atrás das grades, ele descobriu o talento para a escrita. As mesmas mãos que já seguraram armas agora são usadas para carregar a Bíblia e foi dela que surgiu o interesse pela leitura e pela escrita. "Depois que tomei essa atitude de ser uma pessoa diferente, as coisas mudaram para mim mesmo dentro da prisão", contou.


Ele começou a cometer crimes aos 14 anos depois da morte da mãe. Reginaldo, que hoje tem 35 anos, é acusado de cometer vários assaltos, uma tentativa de homicídio e um assassinato e hoje ele diz se arrepender desses crimes. "Assim que ela [mãe] foi assassinada, a primeira coisa que fiz foi atentar contra a vida de uma pessoa que estaria envolvida na morte dela. Fiquei desamparado, sem família e daí me envolvei com os falsos amigos e acabei na prisão", relatou.

Já tem 15 anos que Reginaldo está preso. Nesse período, ele chegou a fugir por quatro vezes e foi recapturado, até que descobriu o talento como escritor. "Peguei um caderno pequeno, comecei a escrever, e vi que aquilo ficou interessante. Daí abandonei o caderno pequeno, peguei um maior e daí não parei mais de escrever", disse.

No presídio em Sinop, os presos ficam em cinco raios e em um deles, o raio verde, como é chamado, funciona a igreja onde os reeducandos com bom comportamento tem a oportunidade de um convívio diferente. O Reginaldo, por exemplo, usa o espaço para escrever com tranquilidade o quatro livro dele.

O livro deve dar continuidade a uma obra em que ele relata a realidade vivida dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, onde já ficou preso. Ele reúne histórias e depoimentos que confirmam que o crime não compensa. "Me preocupo em passar com detalhes como é a vida na penitenciária para que os jovens não queiram isso para a vida deles", pontuou.

Quando cumprir toda a pena, o detento disse que tem dois objetos: reencontrar os três filhos e seguir com o sonho de se tornar um escritor reconhecido. A pena dele termina em 2020.

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