'Anna K.', primeiro filme dirigido pelo artista José Roberto Aguilar, estreia nesta quinta-feira (30), em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Curitiba, Porto Alegre, Brasília, Salvador e Maceió.
Anna Karenina, uma das principais personagens do escritor russo Leon Tolstoi, ganhou contornos brasileiros pelas mãos do artista plástico José Roberto Aguilar. Seu primeiro longa-metragem, Anna K., estreia amanhã (30) em cinemas de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Curitiba, Porto Alegre, Brasília, Salvador e Maceió.
A releitura brasileira do clássico russo traz no papel principal a atriz Leona Cavalli, que interpreta Joana, uma mulher que sofre de dupla personalidade e acredita ser Anna Karenina. Apaixonada pelo livro, ela muda repentinamente de atitude: de doce Joana, ela se transforma na sarcástica e sensual Anna K. Para tentar ajudá-la, um amigo de seu pai sugere que ela faça aulas de russo com Nikitin (Vadim Nikitin), um professor especialista em literatura russa que nasceu no país de Tolstoi (no filme e na vida real).
Aconselhado pelo psiquiatra Antonio Carlos Cesarino (interpretado pelo próprio), Nikitin tenta usar suas aulas para convencer Joana de que Anna Karenina existe apenas nas páginas do romance. O problema é que o professor acaba se apaixonando pela aluna e se emaranha na trama imaginária do duo Joana/Anna. Nikitin precisa evitar que sua musa delicada tenha o mesmo fim que Karenina, que se suicidou depois de ter seu caso de amor extraconjugal descoberto pela aristocracia russa.
A loucura do trio é permeada pela obra de Aguilar, um renomado pintor, escultor, performer e videoartista brasileiro. Já na abertura, uma instalação dá o tom do filme: Joana se envolve na projeção de Anna dentro de uma piscina em uma longa e sensual cena que evidencia o amor narcísico da personagem principal.
Performático, o primeiro filme de Aguilar reverencia a língua, a literatura e a cultura russas e apresenta ao público pérolas de Vladimir Maiakovsky que se emaranham na loucura de Joana e nas telas e projeções artísticas do diretor. Uma das joias declamadas pela personagem russa é a famosa frase que abre o livro de Tolstoi: “Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira”.
Para quem conhece a obra de Aguilar, não há como negar que o filme foi criado nas profundezas criativas e aparentemente desordenadas de sua alma. Poesia, amor, costumes, pudor, psicologia, teatro, quadros, instalações… Anna K. parece ser mais uma experimentação artística de Aguilar, conhecido como um dos pioneiros na utilização de videoarte no Brasil. Sua produção é voltada especialmente à vida urbana, à sexualidade e à pluralidade de códigos e signos. A incursão ao mundo do cinema é um projeto pessoal realizado de forma independente, com investimentos próprios, e de Juliana Vicente, fundadora da produtora Preta Portê Filmes.
Ficha Técnica
Anna K.
Direção e Roteiro: José Roberto Aguilar
Elenco: Leona Cavalli, Vadim Nikitin, Elena Nikitina, Boris Schnaiderman e Antonio Carlos Cesarino
Produtora: Juliana Vicente
Produtora executiva: Juliana Vicente
Diretor de fotografia: Aloysio Raulino
Direção de arte: Márcia Beatriz Granero
Montagem: Yuri Amaral
Desenho de som: Guile Martins
Trilha sonora original: Péricles Cavalcanti e Maurício Fleury
Produção: Preta Portê Filmes
Co-produção: Canal Brasil
Duração: 80min
Ano: 2014
Gênero: Ficção
País: Brasil
Classificação: 14 anos
Transcrito de http://www.redebrasilatual.com.br/entretenimento/2015/04/anna-karenina-de-tolstoi-ganha-releitura-no-cinema-nacional-1952.html
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