O Rio de Janeiro do século XIX sobrevive hoje de forma deslumbrante pelas mãos de diversos artistas que pintaram sua natureza ou escreveram sobre sua vida cotidiana. Joaquim Manuel de Macedo, consagrado autor de A moreninha, aventurou-se nas páginas do Jornal do Commercio escrevendo uma série de crônicas que retratavam o Rio de Janeiro de seu tempo, mais precisamente o Largo do Paço e a rua direita, o pulsante coração da cidade. As crônicas deram origem a um livro publicado em 1862, Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro, que convida o leitor contemporâneo a visitar a cidade do passado.
Rio de Janeiro do Castelo, 1852. Desconhecido e Alfred Martinet |
Além do escritor, diversos pintores e desenhistas, em sua maioria europeus, registraram em suas gravuras as paisagens entre o morro do Castelo e o mosteiro de São Bento, deixando um rico testemunho do centro urbano do Rio de Janeiro imperial.
O Instituto Moreira Salles reuniu cerca de 50 gravuras do seu rico acervo iconográfico para ilustrar esse passeio pelo Rio. Dentro da exposição, examinamos as paisagens exuberantes e tropicais, ricamente pintadas, seguindo a leitura de trechos do livro de Macedo. Podemos observar a vida carioca da corte sob os olhos de um Rugendas, Burchell, Paul Harro-Harring e outros. Além disso, a exposição também conta com mapas e gravuras de outros pontos marcantes da nossa geografia, como o outeiro da Glória, o Passeio Público e um pouco da agitada vida urbana da cidade.
“A cidade nas andanças de Joaquim Manuel de Macedo” ficará exposta até o dia 3 de maio, e é parte da programação oficial do instituto para comemorar os 450 anos do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro do Castelo, 1852. Desconhecido e Alfred Martinet |
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