As universidades do Sudeste são as líderes no país em pedidos de patente (registro de invenções), mas dados analisados pelo RUF mostram que 5 das 10 instituições que mais avançaram no volume de registros nos últimos anos estão na região Nordeste.
O maior salto foi da UFC (federal do Ceará), com um aumento de 766,7% no número de patentes solicitadas entre o biênio 2008-2009 e os dois anos seguintes.
A UFC saiu de 3 para 26 pedidos de registros. O número é pequeno perto dos 162 feitos no mesmo período pela USP, líder em inovação, mas é quatro vezes a média nacional das universidades (6,3).
Sabine Righetti e Bruno Benevides – Folha de S. Paulo
Em 13º na classificação geral do ranking, a UFC fez um plano de restruturação em 2007 e concentrou as contratações em doutores, o que aumentou a competitividade da instituição na busca por recursos para organizar os laboratórios de pesquisa.
“Estruturamos a área de inovação e nos aproximamos da indústria”, afirma o reitor da UFC, Jesualdo Farias.
Defensora da produção de conhecimento com aplicação, Mazzetto fez um trabalho de formiguinha -com uma equipe formada por quatro pessoas- para disseminar o patenteamento.
Uma das iniciativas foi incentivar os professores a aprender a escrever pedidos de patentes por meio de cursos ministrados pelo próprio Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), órgão que analisa os registros. O instituto tem cerca de 8.000 “alunos” por ano no país.
Uma das ideias cujo registro foi pedido pela UFC -de uma colheitadeira de legumes e de verduras- já foi licenciada para uma empresa paulista, que vai comercializar a máquina. É a primeira transferência de tecnologia feita pela universidade.
As federais de Sergipe, do Maranhão e do Piauí também estão entre as que mais cresceram nessa área.
A de Pernambuco, instituição nordestina mais bem colocada na classificação geral do RUF, em 11º lugar, cresceu menos proporcionalmente (73%), mas atingiu 26 pedidos de patentes em 2010 e 2011, mesmo número da UFC. As duas ficam empatadas na oitava posição entre as universidades que mais solicitaram o registro de invenções nesses dois anos.
De acordo com Anísio Dourado, reitor da UFPE, projetos de pesquisa com a Petrobras e outras empresas internacionais permitiram a criação de um laboratório para estudo de petróleo.
“Estamos conseguindo registrar patentes e fomentar uma visão empreendedora nos alunos”, diz ele.
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