Diego Lopes
15 Julho 2021
A porta-voz do Itamaraty, María Zajárova, acusou hoje os Estados Unidos de aplicar sua estratégia das chamadas revoluções coloridas em Cuba, por meio de processos de desestabilização interna.
"A lógica aqui é simples. Washington já tentou várias vezes em diferentes situações, mas todas sob o mesmo ângulo: a inspiração das revoluções coloridas em relação a governos indesejados", disse a diplomata para jornalistas.
Ela alertou que a fórmula inclui primeiro sanções e problemas que eles introduzem do exterior, que geram dificuldades que agravam a situação socioeconômica do país e, a partir disso, criam tensões e estimulam sentimentos antigovernamentais.
Explicou que quando essa "massa crítica" se acumula, toda a culpa recai sobre o governo nacional e, a partir disso, penduram-se qualificadores, suas ações ficam desacreditadas de todas as formas possíveis, gerando uma situação caótica.
"O mesmo algoritmo agora está sendo aplicado a Cuba. Apesar de todas as medidas tomadas pelas autoridades para apoiar a economia do país e dar assistência à população, são elas as acusadas por Washington da atual situação de crise", disse Zajárova.
Esclareceu que como parte dessa política de manipulação, as autoridades norte-americanas tentam fazer crer que Havana se recusa a aceitar ajuda dos Estados Unidos, não quer participar de mecanismos internacionais de distribuição de vacinas e segue uma política antipopular em em geral.
“Ao mesmo tempo, os americanos, como sempre, silenciam sobre suas próprias ações subversivas e aspirações oportunistas”, comentou o representante do Itamaraty.
Ela chamou as ações de Washington em relação a Cuba "mais uma encenação política, um exemplo da prática profundamente arraigada de padrões duplos pelos americanos", disse ele.
Destacou que isso se evidencia na aplicação seletiva das normas jurídicas e na interpretação tendenciosa e diferenciada dos fatos.
Zajárova disse que seu país exorta Washington a adotar uma posição objetiva, para se livrar da hipocrisia, dos dois pesos e duas medidas de sua política para com Cuba. “Que os cubanos, seu governo e seu povo percebam o que está acontecendo e decidam seu próprio destino”, disse ela.
Ela ressaltou que se Washington está realmente preocupado com a situação humanitária na ilha caribenha e quer ajudar os cubanos de alguma forma, deve começar levantando o bloqueio, rejeitado por toda a comunidade mundial.
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